A donzela chamada “Amor” (Koi no Otome)
A brisa de primavera sopra, as gramíneas brotam
Na clareira da floresta, ao lado da borbulhante primavera
Atirando seus negros cadeados
A donzela chamada “Amor” se encontra ali, parada.
A propósito, passou ao seu lado,
Um formoso cavalheiro, a cavalgar
Em uma galanteadora voz, ele a chamou:
“Aproxime-se, oh, donzela, de mim”
A donzela silenciosamente balançou a cabeça.
Descontente, o cavalheiro foi embora
Um imaculado amor
Ela não teria cavalheiro algum
O próximo a chegar
Foi um trovador, de delicados traços
Seus frios, negros olhos
Brilhavam como verniz
Os pássaros enrubesciam em seus ninhos
Com a sua doce garganta
Cantando, com sua voz, eloquentemente chamando:
“Aproxime-se, oh, donzela, de mim”
A donzela silenciosamente balançou a cabeça
Descontente, ele foi-se embora
Ah, sagrado amor
Ela não teria rara música alguma
O próximo a ser visto, com cabelos esvoaçando, de lado foi
Um Erudito Confucionista, com o cabelo mais branco que a
neve
Sua testa tão elevada
Ele devia possuir inúmeros talentos
Com brilhantes, penetrantes olhos
Palavras macias, ele não tinha
Solene semblante, rígida voz
“Aproxime-se, oh, donzela, de mim”
A donzela silenciosamente balançou a cabeça
Descontente, ele foi-se embora
Ah, lamentável amor!
Nenhum profundo conhecimento ela teria
O próximo a ser avistado foi
Um mensageiro exaltado no mundo
Uma coroa adornada com joias
Então sua nobreza resplandecia
Sua carruagem puxada a cavalo
Guardada por um corajoso samurai
Acenando para ela, ele chamou:
“Aproxime-se, oh donzela, de mim”
A donzela silenciosamente balançou a cabeça.
Descontente, ele foi-se embora.
Oh, nobre amor!
Nenhum grande posto ela teria.
Então, em seguida, ali chegou a pé
Um mercador tão rico quanto Cresus
Em seu peito repleto de ouro,
Uma grande bolsa podia ser vista
Prata e ouro todos misturados
Oferecendo uma porção de tesouros
Chamando em uma dourada voz
“Aproxime-se, oh donzela, de mim”
A donzela silenciosamente balançou a cabeça
Descontente, ele foi-se embora
Ai de mim, grandioso amor
Nenhuma vasta riqueza ela teria
A brisa de primavera tão perfumada, flores desabrochando
Acompanhadas pelo alaúde da borbulhante primavera
Inesperadamente naquela clareira arborizada
Apareceu um homem chamado “Amor”
Seus olhos transbordando de emoção
Sinceridade sobrando em seu coração
Ele gentilmente sussurrou:
“Aproxime-se, oh donzela, de mim”
A donzela, sorrindo, assentiu.
Coração abraçou
Ah, verdadeiro amor
Apenas verdadeiro amor ela teria.
Fonte: “The Maiden Called Love”. In: “RIMER, J. Thomas; GESSEL, Van C. “The Columbia Anthology of Modern Japanese Literature”. The Columbia University Press. New York, 2011 p. 26-28
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