sábado, 20 de fevereiro de 2021

[Resenha] Mokomi: Kanojo Chotto Hen Dakedo – Episódio 3

 


Neste episódio, pudemos ver o crescimento da personagem Mokomi ao começar a trabalhar na floricultura de seu irmão. Em contrapartida, sua mãe Chikako não evoluiu nada, e continua sendo teimosa e impondo sua opinião sobre todos os familiares, os deixando ansiosos. Como bem disse o sogro, ela não aprendeu nada com que Mokomi lhe disse.

Ela alega que só se preocupa com o bem-estar dos outros, mas na verdade os sufoca, e só enxerga coisas ruins em tudo que as pessoas desejam fazer; se o pai é taxista, ela cisma com a idade avançada. Se a filha quer trabalhar na floricultura, ela reclama do cansaço, e se o marido decide mudar o escritório, ela não se conforma que não foi avisada previamente.

Chikako é o tipo de pessoa que não consegue apoiar a decisão de ninguém, por achar que a sua é a melhor. Pensa que se tomar a frente da situação poderá resolver todos os problemas à sua própria maneira, esquecendo-se do verdadeiro significado da família; a primeira instituição em que nos ajudamos e colaboramos uns com os outros. Nem seu marido a está suportando mais, teve uma cena em que ele até suspirou por conta disso.

Prevejo que no próximo episódio haverá um confronto caloroso entre o casal, a respeito do comportamento da esposa, que é incapaz de enxergar que, a maior causadora de conflitos e estresse em sua casa, é ela mesma. Só digo uma coisa: o avô da Mokomi me representa! 😊 Velhinho de coragem, enfrentando a filha no modo mais sincero possível!

Quanto à nossa protagonista, ela teve sua primeira experiência como arranjadora de flores. Gostei de vê-la em ação, pois a atriz possui capacidade suficiente de representar toda a delicadeza da menina, o que me faz me encantar ainda mais por ela.

No entanto, sua “habilidade especial” é inegável. Mokomi percebe as coisas de uma maneira peculiar, e muito mais ampla do que a maioria das pessoas ao seu redor. Quando sua colega de trabalho arrumou as flores, ela sentiu como se elas estivessem “se sufocando” de um único lado, e por isso, pensou que seria melhor reorganizar a seu modo, como mostrado em sua casa.

Quando um cliente desesperado lhe pediu um arranjo floral, ela o fez com as flores disponíveis, pois em sua concepção, as plantas estavam “com vontade” de chegar perto do cliente.

Em termos práticos, isto significa que, para ela, nada é uma “sobra”, tudo é útil e possui igual importância, já que se trata de um ser vivo de qualquer jeito. Aqui temos dois pontos a destacar.

O ponto de vista de Mokomi, explanado anteriormente, e também, a perspectiva de um estabelecimento comercial. Por respeito, os responsáveis da loja nunca podem ofertar as mercadorias restantes, ainda mais produtos perecíveis e de curto prazo, dando-lhes apenas os produtos novos e da melhor qualidade.

Por se tratar de uma obra elaborada por uma aprendiz / novata, não se cobrou pelo serviço, o que foi correto da parte da floricultura, demonstrando cortesia perante ao cliente. De outro lado, o cliente ofereceu a Mokomi um pacote com rosquinhas. Na referida cena, podemos testemunhar a educação japonesa nas telinhas: Quando alguém te faz uma gentileza, você a presenteia com algo simbólico, como representação da gratidão pelos atos da pessoa. Como o cliente era o dono de uma padaria, ele resolveu dar algumas rosquinhas 😊

Um último item sobre este capítulo, e que marcou bastante em relação aos dois primeiros, foi o fato de que Mokomi precisou se comunicar com pessoas. Ela demonstrou dificuldade, por medo do que possam pensar a seu respeito, por sua característica especial.

Porém, creio que agora ela conseguirá se comunicar muito mais com as pessoas ao seu redor. E sinto que pode haver um pequeno envolvimento entre ela e um certo rapaz...

Ansiosa para as próximas emoções

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2021

[Primeiras Impressões] Horimiya

 

Hoje venho trazer mais uma resenha de um drama da temporada. Fofinho, leve, e com mensagens valiosas em suas entrelinhas, “Horimiya” surpreende o telespectador aquecendo nossos corações através do dia-a-dia de personagens cativantes que, assim como todo ser humano, esconde um segredo.

Acho que esse foi o ponto mais forte desta trama; trazer à tona este realismo, até de forma bastante filosófica no início deste primeiro episódio: o fato de que todos nós possuímos um lado que não desejamos ser vistos pelos demais, e aquilo que a pessoa conhece a nosso respeito, se trata apenas de uma parte de nossa personalidade e/ou cotidiano.

Para seus colegas de classe, Hori é a garota perfeita, calada e controlada e que leva uma vida de uma adolescente normal. Mas ninguém sabe que, na verdade, ela faz todos os afazeres domésticos, cuida de seu irmãozinho Sota e dá bronca quando necessário.

Muitas vezes, as pessoas nos julgam ou tiram conclusões precipitadas – ainda que sem maldade – pelo que elas enxergam de nós, sem saber dos “bastidores”, de tudo que enfrentamos e dos motivos que levaram a isto. Se a pessoa não se abre sobre determinado assunto, significa que ela não se sente confortável em o fazer, e cabe a nós respeitarmos.

Quando realmente sentimos bem em compartilhar nossas particularidades com alguém, confiando nela, nos sentimos com o coração mais leve, e a mente mais tranquila. E, a partir de então, é natural desejarmos que, os assuntos que contamos e os momentos que passamos sejam algo especial apenas com esta pessoa (pode ser no sentido fraternal ou romântico). Quem nunca teve um amigo para quem contou seus segredos ou seus sentimentos mais íntimos?

A interação entre o casal é algo bem gostoso de acompanhar e nos leva a uma reflexão. Às vezes pensamos que ninguém nos entende nem sabem quem somos de verdade, sem nos darmos conta de que nós também não conhecemos nada a respeito do indivíduo em questão.

Os protagonistas estudam na mesma sala, mas não tinham intimidade alguma. Essa é a maior prova de que, conviver ou “ver” todo dia a mesma pessoa não significa ser capaz de conhecer ou estabelecer laços profundos. As pessoas se aproximam por diferentes circunstâncias, até mesmo por acaso, como no caso de Hori e Miyamura.

Esta história, tal como várias outras do mesmo estilo, aborda a temática de que “os opostos se atraem”, uma vez que, aparentemente ambos não tem nada a ver um com o outro, mas, na realidade, possuem mais em comum do que se imagina: os dois possuem uma sensibilidade que não é vista por ninguém e têm uma personalidade reservada.

Ao mesmo tempo em que Miyamura parece ser do tipo que não se aproxima das pessoas, ele consegue demonstrar seu lado gentil com Sota, que lhe chama carinhosamente de “Onii-chan”. Em contrapartida, Hori que é sempre compreensiva com todos, é capaz de repreender seu irmãozinho, se a situação lhe exigir.

Podemos dizer então que, de certa forma, Sota é alguém imprescindível ao enredo, pois faz os mais velhos revelarem suas reais personalidades e comportamentos, distantes dos olhos alheios, além de ser o cupido desta relação acontecer.

A partir da aproximação dos protagonistas, podemos notar um novo sentimento surgindo em seus corações e, no entanto, Miyamura pensa que eles não formam um bom casal, depois de escutar de um amigo, que ele e Hori não tinham nada a ver. O importante a se destacar nesta cena é não se deixar levar apenas pelos comentários alheios, e confiar sempre em suas próprias emoções e intuições. Estou ansiosa para os próximos capítulos!

 

Comparação com o mangá

Li o primeiro capítulo do mangá original a fim de compará-lo com o drama, e posso dizer que está sendo uma adaptação realmente boa. O roteiro do primeiro episódio, está bastante fiel à obra homônima, mantendo a essência da história e ainda assim adicionando maior sensibilidade na elaboração da trama.

A começar pelo fato de que o drama se iniciou com a protagonista dizendo que todos temos algo que não desejamos mostrar, levando a um ponto bastante reflexivo e dando um “toque especial” que não existe no mangá.

Algo que achei legal foi o fato de apresentarem fidelidade à história sem estereotipar o personagem exatamente igual às cenas de quadrinhos / animes, como muitas produtoras costumam optar por fazer, deixando-os com uma característica exagerada que não me agrada. No mangá por exemplo, a Hori bate no Miyamura e se exalta demais, enquanto que no drama ela conseguiu ser firme e demonstrar a braveza de uma maneira mais leve e delicada, sendo um ponto positivo aos roteiristas da produção audiovisual.  

Uma diferença de enredo entre o drama e o mangá é o fato de que, neste último, é a própria Hori que pede a Miyamura para que compre os ovos que estavam em promoção, ao passo que no drama, o garoto se oferece para buscar o pequeno Sota na escolinha, e compra os ovos sem Hori saber, surpreendendo-a.

O motivo de o protagonista ter se oferecido é que o amigo Toru queria se confessar para Hori, engatando já o indício de um triângulo amoroso logo no primeiro episódio. Pelo visto, as coisas fluirão bem mais depressa do que na obra original. Apesar disso, o enredo está tomando um rumo bastante prazeroso de assistir, apresentando a fofura típica dos shoujos, promovendo desta forma, o toque da pureza e da inocência do primeiro amor, que eu tanto gosto de ver nas telinhas.

 

Espero que tenham gostado da indicação

Até a próxima,

Rebeca

 

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2021

[Resenha Completa] Aozora Yell

 


Informações Gerais do Filme:

Título: Aozora Yell / Yell for the Blue Sky

Roteirista: Mochiji Yukiko

Diretor: Miki Takahiro

Data de lançamento: 20/08/2016

Gênero: Romance, Drama, Escolar

 

Aproveitando o ritmo de filmes, resolvi assistir Aozora Yell, que só pela sinopse já parecia ser o meu estilo de trama. Eis que me emocionei com este enredo cativante, que nos transmite as mensagens de perseverança, persistência e autoconfiança.

Ono Tsubasa (Tsuchiya Tao) é uma aluna transferida que deseja entrar no Clube de Sopro, como atividades extracurriculares. De antemão, ela fica sabendo por sua amiga Himari (Matsui Airi) que este grupo é bastante rígido para entrar, fato que se comprova após a chegada das cenas da professora responsável Sugimura Youko (Ueno Juri), que lidera os alunos com extrema autoridade e disciplina, para que deem sempre o seu melhor e se comprometam a demonstrar resultados positivos, de forma a serem capazes de atingirem o objetivo preestabelecido.

O que eu mais gostei de ver nas passagens do clube de sopro foi o respeito ao professor e a disciplina em sala de aula. Ao chegar na sala, todos fazem uma reverência à sua mentora, antes de iniciarem a prática do dia. Isso ilustra a boa educação dos japoneses que receberam desde cedo, do berço. Culturalmente, isto é algo milenar, presente na filosofia confucionista, que possui em sua base, o respeito aos pais e mestres.

Um professor é alguém que guia seus pupilos para o caminho da luz e da sabedoria, e cabe ao aluno honrá-lo e respeitá-lo pelo que representa. Achei interessante retratarem esse aspecto, pois diz muito sobre valores humanos em si.

A protagonista não desiste do que deseja, mesmo tendo muita dificuldade no início, e passa a praticar todos os dias. A convivência com seus colegas e com Yamada Daisuke (Ryoma Takeuchi), seu interesse amoroso, a faz ter mais autoconfiança para seguir em frente. Ademais, ela não pode desistir logo na primeira tentativa, e abandonar o grupo nos ensaios. Precisa ter consideração com aqueles a sua volta. Isso desperta nela, a vontade de se esforçar ainda mais, para que faça jus à turma.

A característica mais marcante da protagonista, e que eu mais gostei em sua personalidade, é o fato de que ela nunca deixa se abater, mesmo que ninguém acredite nela, ou lhe digam palavras duras. Ela enxerga isto como motivo para melhorar sempre, a cada passo.

Se tem um valor que podemos aprender com esta menina e levarmos para a nossa vida, é a persistência e força de vontade. Os sonhos estão sempre à nossa espera, só depende de nós, sermos capazes de os realizar.

O esforço dela inspira até mesmo o seu senpai, Mizushima Aki, que inicialmente não se dá bem com ela. Em uma tentativa de animar Daisuke em uma partida de baseball, ela toca o trompete sozinha para encorajá-lo.

O problema é que não é permitido fazer tal coisa, pois, desta forma, Tsubasa quebrou a tradição do clube de sopro, o qual determina que os integrantes podem apenas tocar em conjunto no momento designado.

 No Japão, é importante manter a tradição, uma vez que significa honrar e continuar o legado deixado pelos seus antecessores, e infringi-la é o mesmo que não se recordar disto, sendo um ato egoísta.

Ao saber do ocorrido, Mizushima comentou secamente: “Ela colheu o que plantou”. Quanto a esta frase, há dois aspectos adversos a se destacarem: apesar de frio, não tiro a razão do rapaz, uma vez que todos cometemos deslizes e precisamos nos conformar e arcar com as consequências, provando nossa mudança de atitude para não errar novamente. Além do que, por ser um veterano, ele tem o dever de repreender os calouros.

Entretanto, ele não considerou o motivo dos atos da protagonista – a professora, ao menos, tentou compreender sua aluna, lhe interrogando – Esse é um erro cometido também, por Kasuga, a chata de plantão, com a diferença de que Mizushima muda sua visão a respeito da protagonista, passando a admirá-la, enquanto Kasuga permanece ranzinza.

Prova disso foi quando a personagem principal sugeriu que todos tocassem para Daisuke, como um incentivo, para que ele não desista de seus sonhos e Kasuga lhe afronta, pedindo que não os evolvam nos seus caprichos, porém, ao dizer isto, que está sendo egoísta é ela mesma, que se esquece da função principal da arte: alcançar o coração de alguém.

Um artista é uma pessoa capaz de transmitir sentimentos através do que faz. Se não consegue atingir este objetivo, não se pode dizer que está cumprindo sua missão de vida com louvor.

De todos, Tsubasa é a que mais se importa com os outros, colocando-os em primeiro plano, mais do que ela mesma, ao passo que o resto dos integrantes estão focados demais em vencer concursos ou ganharem destaque. É claro que todos devemos sempre dar o nosso melhor em tudo, aplicando certo rigor e disciplina em seus compromissos, para não desonrar quem está a sua volta e ser capaz de conquistar o que deseja após muito suor.

No entanto, não se deve esquecer de nossa missão e valores. Apesar de o lema do grupo de sopro ser “um só coração, sem questionamentos”, em determinadas cenas houveram conflitos, esquecendo-se (ou não compreendendo) o real significado destas palavras. Que todos devem ter o mesmo sentimento, e entenderem uns aos outros para só então, conseguirem cativar os demais, e atingirem a vitória. Curiosa e paralelamente, no ocidente, a palavra “concordar” provém do latim “coris”, a mesma raiz da palavra “coração”, de forma que, quando você concorda com alguém, significa que seus corações estão unidos. Do contrário, se discordam, indica que os corações se afastaram.

Não apenas o líder tem a obrigação de unir o grupo, mas sim, todos que a ele pertencem, portanto, Mizushima não deve cobrar apenas a si mesmo, sentindo-se culpado pela desunião do coro, visto que todos possuem sua parcela de culpa.

O tema da amizade também esteve muito presente no desenrolar deste enredo. Tsubasa não deixa sua senpai Yuna desistir de tocar, e fazer o que gosta, agiu como uma verdadeira amiga, mesmo ela não querendo sua presença. Quanto ao Daisuke, ele não se abria com ninguém a respeito do que estava sentindo e fazia de tudo para se superar por conta própria.

Tanto Yuna quanto Daisuke esconderam suas emoções e se isolaram, para não preocupar e nem desapontar seus colegas de turma. Uma vez que alguém não consegue dar seu melhor em sua tarefa e não alcança o mínimo das expectativas que depositam sobre si, isto é uma vergonha.

Por isto o rigor das práticas por parte dos alunos e da professora não é à toa. É uma maneira de honrar o nome do grupo de sopro e da escola, tornando-se o orgulho da mesma. Assim sendo, podemos entender o porquê de Yuna e Daisuke se cobrarem tanto, dadas as suas posições em cada clube: veterana e capitão do time, respectivamente.

Posteriormente, ambos aprendem que não estão sozinhos, e que podem contar com os demais integrantes para o que precisarem. É interessante observar que a maioria dos personagens eram extremamente fechados emocionalmente, e com maior foco acadêmico, enquanto em que Tsubasa chega a ser um meio termo entre as duas coisas, pois, ao mesmo tempo em que se esforça bastante para melhorar no trompete, também se importa com as pessoas à sua volta.

Muitas vezes pensamos que os problemas dos outros não é da nossa conta, mas quando fazemos parte de um grupo, devemos estar cientes do que ocorre com nossos colegas. Se importar os outros é diferente de se meter na vida alheia, por isso, temos que saber os limites, até onde podemos interferir ou perguntar, mas nunca deixar de prestar ajuda a alguém

Treinar muito também não é motivo de pena, uma vez que apenas a prática leva à excelência, e quem sabe um dia, possamos tocar o céu azul. A professora Youko foi uma personagem que me agradou bastante: ela soube exigir o máximo de seus alunos, pois sabia e confiava no potencial dos mesmos, sinal de que os conhecia profundamente. E, acima de tudo, valorizou o esforço.

 

Enredo, personagens e atores

O enredo foi elaborado por Mochiji Yukiko, roteirista de filmes do estilo shoujo. É dela, por exemplo, a adaptação de “Principal: Koi Suru Watashi Heroine Desu ka?”.

A direção foi de Miki Takahiro, o qual também possui vasta experiência com tais obras. Ele escreveu e dirigiu “Omoi, Omoware, Furi, Furare”, longa-metragem com resenha disponível aqui no blog.

A combinação entre Mochiji Yukiko e Miki Takahiro foi um grande acerto dos produtores de “Aozora Yell”, pois conseguiram transmitir sentimentos genuínos ao espectador, principalmente nas entrelinhas, que exigiam mais emoção, em todos os sentidos

Diferentemente da maioria das histórias deste tipo, nesta, pudemos ver aspectos culturais como a disciplina em sala de aula, a importância da tradição e as relações senpai / kouhai e aluna / professora de maneira prática e realista, demonstrando respeito e obediência, e permitindo um diferencial significativo para este trabalho.

O romance foi de extrema sutileza sendo gostoso de acompanhar, sem brigas desnecessárias, sendo este um ponto positivo. Foi possível notar a compreensão e o apoio mútuo entre ambos, e a fidelidade de cumprir sua palavra, por parte de Daisuke, o qual prometeu à Tsubasa que a levaria às Nacionais. O triângulo amoroso foi igualmente sutil, a partir da aparição de Akane Sawa (Taira Yuna), que nutre uma paixão pelo protagonista e faz parte do mesmo clube que ele.

No entanto, ela respeita os sentimentos de seu amado e não interfere em sua felicidade, como em diversos outros enredos shoujo em que a menina arruína a vida do casal principal, sem consideração nenhuma por eles. E, uma vez que não consegue aceitar a realidade e respeitar o sentimento alheio, já não se trata mais de amor, é apenas uma obsessão.

Aqui, novamente temos a lição de que, se você deseja a felicidade de alguém, se a ama de verdade, deixa o caminho livre para que a pessoa faça sua própria escolha, sem questionamentos. Me identifico com esse pensamento, e ao que parece, os escritores japoneses também 😉

Eu gosto da maneira como esses fatos são retratados, de maneira filosófica, através de algumas passagens da narrativa, pois isto nos incentiva a pensar nas problemáticas cotidianas de forma mais profunda, sem se limitar somente aos clichês como um elemento superficial presente em um romance.

Não me entendam mal, eu amo clichês, acho super fofos e meigos, daqueles que nos deixam com o coração bem quentinho, porém, prefiro enredos que utilizam esta estética para através dela, transmitirem alguma mensagem importante e não que a utilizem como pretexto, por exemplo, para só criar intrigas ou “encher linguiça” no meio do caminho. Isto empobrece o enredo, ao passo que podem engrandecê-lo sendo mais objetivo e inserindo valores como compreensão, cumplicidade, empatia, amor – em sua forma mais genuína –, honra, mérito e persistência.

Estou gostando bastante de voltar a ver filmes japoneses – depois de algum tempo –, pois os mesmos sempre nos trazem valores humanos imprescindíveis e, no mínimo, muita emoção

No que se refere à atuação, adorei ver a Taira Yuna fazer o papel de “a outra”, ao invés da protagonista. Como sempre, executou uma interpretação de excelência nas poucas cenas em que deu as caras, expressando a convicção na voz, e a indiferença no olhar, característico de sua personagem.

Gostei de vê-la neste longa, pois, até o momento, os filmes e dramas que havia visto com ela, possuíam aquele traço marcante de fofura e comédia exagerada, comum em shoujo, e, neste caso específico, ainda que seja uma obra do mesmo estilo, ela desempenhou um papel bem mais sério, e até mais “frio”, em vista do fato de que ela era a “rival amorosa” da protagonista. Esta, foi mais uma das provas que ela se sai bem em quaisquer papeis que a designarem.

A Tsuchiya Tao foi uma surpresa para mim, pois eu a conheci no drama “Ani ni Aishisugite Komattemasu”, mas lembro-me de não ter me apegado nem à história, nem aos personagens que a compuseram. Por outro lado, em “Aozora Yell” ela me conquistou ao ser novamente a principal. Em determinadas passagens, especialmente no início, senti que lhe faltou intensidade na emoção, porém, no desenrolar dos acontecimentos, a atriz se mostra mais habilidosa.

Matsui Airi em cena é sempre um presente, muito boa interpretando personagens fofas e alegres, que dão um ar bem leve de comédia, sem exageros. Desta forma, o papel de melhor amiga da Tsubasa lhe caiu perfeitamente! Não tenho críticas a respeito de sua atuação, e cada vez mais desejo poder assistir filmes / dramas em que ela esteja inclusa no elenco.

Takeuchi Ryoma tem seus créditos comigo. Ele interpretou o professor de matemática Yoshitaka Hiromitsu na live-action de “Sensei Kunshu” (2018). Em “Aozora Yell” (2016), ele se saiu bem, deu para perceber a frustração do personagem, e a cada vez, se aprimora. Em “Sensei Kunshu” (2018), dois anos depois, a atuação dele melhorou.

Gosto de fazer estes comparativos e perceber que os atores com os quais estou afeiçoada estão sempre em constante progresso. O ator se sai bem em ambos os tipos de papeis, tanto como um aluno de Ensino Médio quanto como um professor, mas admito preferir a segunda opção, por ser mais maduro. Combina mais com ele.

Horii Arata foi um rosto conhecido neste filme. Eu o conheci pela primeira vez na segunda temporada de “Itazura na Kiss: Love in Tokyo” (2014), na qual ele interpretou Kamogari Keita, rival amoroso do protagonista e colega de classe de Kotoko, na turma de enfermagem. Keita tinha uma personalidade bastante forte e marcante, enquanto que em “Aozora Yell”, o personagem Kido possui um traço mais leve e alegre, típica de amigo. Foi bom poder ver o ator representar um papel mais tranquilo, diferente do que eu havia visto – aparentemente, ele não é muito de fazer shoujo, tem só alguns trabalhos neste estilo –

Outro que eu conheço de “Itazura na Kiss” é o Yamada Yuki, que interpretou o Kin-chan, melhor amigo da Kotoko, fazendo parte do primeiro triângulo amoroso da série, e sendo assim, ele tinha um gênio bastante forte e determinado, e as cenas eram mais de comédia. Em contrapartida, em “Aozora Yell”, foi de um dos atletas de baseball, e digamos, mais sério. Foi bom vê-lo nesta performance.

A atriz Shida Mirai esteve em “Ito-kun A to E”, porém, lembro de não ter gostado da história em si. Aqui neste filme, do contrário, o enredo foi cativante e a participação dela excelente. Expressou bem todos os diferentes sentimentos da personagem a quem deu vida, e percebi seu real potencial quando a Yuka fica depressiva e manda todas irem embora de sua casa.

Neste longa, tive meu primeiro contato com a atriz Ueno Juri, famosa por ter estrelado como a Nodame em “Nodame Cantabile” (que todo mundo assistiu, menos eu). Neste filme, ela interpretou com maestria a professora Youko, sabendo transmitir autoridade e seriedade no momento de se dirigir aos alunos, como também serenidade ao agir em determinadas cenas em que se dispunha a aconselhar alguém. A partir de agora, verei mais trabalhos dela!

A Kojima Fujiko eu não a conhecia, todavia, ela me conquistou neste filme. Deu muita raiva dela em vários momentos específicos, colocou muita intensidade na voz, principalmente nas brigas. Quero vê-la mais vezes nas telinhas!

 

Conclusões Finais

Esse filme trouxe muitas emoções e lições para o espectador, acompanhada de fortes laços de amizade e compreensão além de um romance leve e bastante agradável de acompanhar. Em meio a isso, ainda nos proporciona a capacidade de refletir sobre valores humanos como união, honra, mérito e disciplina, trazendo elementos culturais para tal finalidade, nas entrelinhas da trama.

Recomenda-se àqueles que desejam assistir algo leve, tocante e profundo com a mensagem de que, se quisermos, podemos chegar longe. “Para os que sonham, apenas o céu é o limite”

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2021

[Resenha] Mokomi: Kanojo Chotto Hen Dakedo – Episódio 2

Este episódio me emocionou imensamente. Após secar suavemente minhas lágrimas, ainda um pouco ofegante, escrevo esta resenha. Como de costume, capitei inúmeras mensagens nas entrelinhas do capítulo, os quais, vou relatar aqui.

O episódio começa com a protagonista dizendo ao seu avô que ela pensa que a janela da fábrica onde trabalha, ainda estava chorando. Nesta mesma cena, podemos perceber que ela tem a capacidade de pressentir os fatos, e o estado das coisas ao seu redor. Não foi revelado que tipo de distúrbio ela possui, mas aparentemente, pelo meu entender – isto é uma opinião pessoal – é como se ela conseguisse reproduzir em sua realidade, na cabeça dela, algo que é geralmente metafórico.  

Por exemplo, na frase: “a janela está chorando”, cada gota de chuva ou um respingo de água, representa uma lágrima. Assim, ela consegue “ler” os sentimentos dos objetos. Ela “sente” que a janela precisa ser limpa o quanto antes, uma vez que ninguém estava se importando com isso, devido aos afazeres de cada um, e por isso “está triste”. E, convenhamos, é bem triste mesmo quando não damos valor às pequenas coisas.

Ela pressente as emoções das coisas ao redor, sendo esta, sua principal habilidade. Ela disse que as rosas da floricultura não durariam muito, e realmente murcharam logo. Também falou para seu chefe que precisava cuidar de seus dentes, e o velho senhor confirmou estar com problemas na dentição.

Neste momento, suas colegas de trabalho a considerar incrível! E aí se encontra um grande contraste de comportamento. Enquanto as outras garotas enxergaram Mokomi como alguém extraordinária, sua mãe a continua sufocando, vendo apenas o lado ruim e os problemas que Mokomi precisa enfrentar por conta de sua condição. Essa é a prova de que tudo depende de nosso próprio olhar sobre o mundo, e sobre “o diferente”. Como suspeitava, uma das mensagens é realmente entender que o inicialmente “estranho”, pode ser incrível.

Chikako diz à filha que se ela for trabalhar na floricultura, deverá se comunicar com a clientela, mas não o consegue fazer. Mas, se pararmos para pensar neste quesito, se a menina nunca tentar se socializar, é óbvio que não será capaz de se comunicar com os demais apropriadamente.

Além do mais, quem sempre escondeu a Mokomi, foi a própria mãe, por medo que as pessoas pensariam de sua filha “estranha”. Sendo assim, a culpa nunca foi da protagonista, mas da mãe superprotetora que a privou de ter uma vida social normal, ao colocar a opinião alheia acima da felicidade e dos sentimentos de sua filha.

Os flashbacks da infância dela foram de cortar meu coração! A pior atitude que um familiar pode ter perante um ente querido, é ter vergonha do mesmo, por julgar uma característica presente nele. E quando vem da mãe, como no caso apresentado neste drama, dói mais ainda! Profundamente.

Chikako julga o comportamento de Mokomi, tentando a  todo custo “fazer a cabeça” da garota, sem se dar conta de que, a única que precisa mudar de postura é ela mesma, aceitando as pessoas como são e tirando a ideia de que só a sua convicção é a correta, ao passo que nem nunca deu chance de Mokomi ou qualquer outro membro da família se expressar. Isso é o que mais me irrita nessa personagem: para ela, tudo é motivo de discussão e barraco, e se vê no direito de só ela estar certa, desconsiderando totalmente as ponderações de seus familiares.

Sem mencionar que os desentendimentos com o pai permanecem. Espero que o motivo dos conflitos se revele logo, porque, sinceramente, não faz sentido nenhum a Chikako querer implicar com a aproximação de Mokomi com o avô se não tiver uma explicação bem específica. Mokomi, por sua vez, sente-se confortável em ter seu avô ao lado, como uma referência de alguém que a compreende inteiramente.

Sobre trabalhar na floricultura, a menina sente que ela “entende” as flores, pois, para cuidar das mesmas é necessário sensibilidade, qualidade que a mocinha da história possui de sobra! Ademais, era o lugar que mais gostava desde criança, remetendo às lembranças de seus velhos tempos. E, vamos combinar: muitas vezes, as nossas melhores e mais alegres memórias estão contidas na infância.

A discussão com a mãe dela foi o que mais me emocionou. Pela primeira vez ela disse tudo o que sentia, que estava guardado em seu coração por muitos anos!

Quando ela disse que desejava descobrir o mundo, eu me emocionei. Deu para ver pelos flashbacks que ela realmente teve um sentimento de fazer parte de um grupo, se divertindo com suas colegas de trabalho. Se sentiu amada, querida, de verdade, e que ela era sim capaz de se socializar, interagir com as pessoas como qualquer outro indivíduo que se preze. Com isto, criou força e coragem para seguir em frente.

Ademais, as melhores pessoas para ter por perto, são aquelas que nos fazem sentir “normais”, e ao mesmo tempo, muito especiais. Eu tenho amigos assim, e tenho muita sorte por isto.

Tudo no debate entre mãe e filha me tocou, mas, o que mais me doeu foi escutá-la dizer: “Às vezes, eu pensei que era melhor não ter nascido”. Isso mostra o quanto é importante nos atentarmos ao que falar e fazer, pois pode marcar a pessoa que escuta com uma impressão bastante negativa, ferindo seus sentimentos e deixando-a depressiva. Não cometam esse erro! Pensem antes de agir, e principalmente, escutem mais e julguem menos, aprendam a se colocar no lugar dos outros antes de tudo.

Ninguém tem culpa de ter nascido com uma característica diferente, e nem deve se sentir assim, porque a única coisa que todos temos em comum são as nossas diferenças, e cabe a nós sabermos lidar com elas.

Se você não consegue lidar com isto, pelo menos fique em silêncio, e não vá ferir o coração de alguém, pois com certeza você não sabe dos “bastidores” da vida dessa pessoa e tudo que ela já passou, além dos conflitos do seu próprio coração, sofrendo calada na maior parte do tempo, para não machucar quem nos machuca.

Enfim, seja você a esperança de alguém, e não a causa de sua lágrima.

 

Estas foram as minhas sinceras impressões de hoje.

Beijos e até a próxima indicação,

Rebeca

terça-feira, 2 de fevereiro de 2021

[Resenha Completa] Omoi, Omoware, Furi, Furare


Informações Gerais do Filme:

Título: Omoi, Omoware, Furi, Furare

Duração: 2h 4 min

Data de lançamento: 14/08/2020

Gênero: Cotidiano, Escolar, Drama e Família

Roteirista e Diretor: Miki Takahiro  

Descrição: Baseado no mangá homônimo da autora Sakisaka Io

Onde assistir: New Wave & Perfect Zect Fansub

 

Eu comecei esse filme com a intenção de ver algo fofinho, como o sentimento puro do seu primeiro amor. Realmente se trata disso, mas logo descobri que o enredo não é nada bobinho. Consistente e bem construído, agrega muitos sentimentos ao espectador, mostrando as problemáticas relacionadas à família e à pessoa amada.

Esta obra faz jus ao nome que tem, uma vez que “Amar, ser amado, rejeitar e ser rejeitado”, não se restringe apenas a levar um fora de quem gostamos, mas também se trata de ter seus sentimentos rejeitados pelos familiares – no caso, a mãe da Akari – e por nós mesmos, ao reprimi-los em nome de uma força maior, como nossa família ou amigos, a fim de não magoá-los.

Mas nesta longa estrada da vida, é inevitável não machucar e ser machucados por alguém. Ainda que nosso desejo seja sorrir a cada vez que o sol se ilumina, incontáveis lágrimas farão parte de nossa história, e cabe a nós sabermos como agir depois que as secarmos.

O que nos distingue uns dos outros é justamente a forma como lidamos com as emoções e problemas individuais. Neste quesito, destacam-se o contraste entre as duas protagonistas e melhores amigas Ichihara Yuna (Fukumoto Riko) e Yamamoto Akari (Hamabe Minami).

Yuna, no começo da história, é a típica menina sonhadora com príncipes encantados, e tímida ao extremo, o que dificulta a aproximação dela com Yamamoto Riyo (Kitamura Takumi), seu crush. Entretanto, posteriormente ela se torna mais autoconfiante e passa a enfrentar seus temores e encarar os próprios sentimentos, sendo perceptível o amadurecimento da personagem no decorrer do longa-metragem.

De outro lado, Akari se mostra inicialmente extrovertida, enquanto que, na verdade, tende a esconder o que sente, por medo de se machucar, e de que sua família termine uma vez mais. A mãe da menina se divorciou duas vezes, motivo pelo qual ela já trocou de sobrenome, dando a entender que não teve uma figura paterna "fixa" nos seus primeiros anos de vida. Akari e Riyo já se gostavam no Fundamental, mas ao saberem do casamento de seus pais, reprimem esse sentimento amoroso, para não desequilibrar a harmonia da família, uma vez que uma paixão entre irmãos não é bem vista pelos demais – embora não estejam conectados pelo mesmo sangue.

Me emocionei nas cenas do Riyo, o ator se expressou bem, demonstrando a frustração dele, me convenceu e fiquei com o coração apertado! Acontece que a grande “ponte” entre os irmãos Yamamoto, é Yuna, a qual permite que ambos se abram com ela confortavelmente.

Neste impasse, Yuna abre mão de seu próprio sentimento por Riyo, ao perceber que, naquele momento, o coração dele não lhe pertencia. A importante mensagem que podemos extrair deste trecho é que, quando amamos verdadeiramente alguém, nós deixamos o caminho livre para que ela seja feliz, não forçando a situação.

E, aquele que realmente preza pelos laços de amizade, sempre compreenderá o sentimento alheio, sem ser egoísta a ponto de pensar apenas no próprio sofrimento.

“Você não vai morrer porque levou um fora”, foi o que saiu da boca de Riyo. Essas palavras, ainda que pareçam frias, estão repletas de razão, porque um novo amor nós podemos encontrar, mas a família quando se desfaz, dói bem mais. Você se sente sem rumo, sem seu principal porto-seguro, sua base e sua inspiração de vida.

A partir deste ponto de vista, somos capazes de notar o quão compreensível é a preocupação de Akari. A mais profunda dor, é a ausência familiar. Quem também tem esse mesmo problema é Inui Kazuomi (Akaso Eiji), culpando o irmão mais velho pelos desentendimentos.

Akari e Kazu desenvolvem uma amizade e, mais tarde, novos sentimentos um pelo outro e encontram um no outro, a companhia e compreensão que necessitam para acalentar seus corações.

Por conta da existência e apoio de Yuna e Riyo, respectivamente, eles conseguem enfrentar seus problemas e se resolverem com seus entes queridos. O que mais gostei de ver, foi a amizade entre as duas protagonistas; era visível o quanto se importavam e se doavam uma pela outra. Sabemos quem são nossos amigos de verdade nos momentos mais difíceis, e o relacionamento de Akari e Yuna demonstrou isto na prática.

Por mim, diria que Yuna foi a grande heroína deste enredo; ela foi capaz, não tão somente de lidar com suas próprias emoções, como também abraçar os corações aflitos e confusos daqueles ao seu redor, além de alertar certo alguém que pode (e deve) fazer diferente dali para adiante com sua filha.

No início, precisava de força, e a conseguiu ao receber um intenso amor recíproco. No fim, compartilhou a sua luz, para que seus amigos se tornassem pessoas melhores. Esse, é o significado da verdadeira amizade, aquela que nunca se apaga.

 

Enredo, personagens e atores

O roteirista Miki Takahiro possui em seu currículo diversos filmes do estilo shoujo, atuando como diretor, a maioria adaptações de mangás, de forma que é bastante indicado para esta temática. Em suas narrativas, sempre agrega passagens com nas quais refletimos e nos emocionamos. Quanto a este filme, especificamente, eu não conheço a obra original, mas, analisando o andamento da narrativa exposta em 2 horas, posso dizer com certeza que foi bem elaborado, com os fatos que se entrelaçaram apropriadamente, comovendo o espectador.

Apesar do “quadrado amoroso” a partir do qual a premissa se desenrola – Kazu gosta de Yuna, que é apaixonada por Riyo, que ama Akari – e depois surpreende, como dito no começo desta resenha, a temática não se restringiu aos sentimentos românticos de um casal de Ensino Médio, expandindo seu profundo significado de “Amar e ser amado, rejeitar e ser rejeitado” ao âmbito fraternal e até pessoal, se consideramos que cada personagem precisa olhar para dentro de si mesmos e repensarem suas atitudes para que sejam capazes de lidar com as emoções que guardam dentro de seus corações, devido às circunstâncias de cada um

Amor de mãe nunca muda, nem diminui, independente de qualquer mal-entendido. No entanto, esta mesma foi a que teve menos sensibilidade, por não se dar conta dos sentimentos escondidos de sua própria filha.

Não foi mal-intencionado, uma vez que por vezes, em virtude da rotina agitada de nosso cotidiano, não paramos para perceber como nosso próximo se sente. Ou quando tomamos decisões precipitadas sem consultar todos da família, como aconteceu no filme.

O motivo dos divórcios anteriores da mãe de Akari, tal como do pai de Riyo não foram mencionados, sendo um mero detalhe, mas fato é que isto abalou demais os personagens principais, os quais foram pegos de surpresa à época da ocorrência. Mais para reta final, os pais (quase) comentem o mesmo erro de decidirem por si mesmos, sobre o futuro da família. A lição que fica da família Yamamoto é: saiba escutar os outros, e nunca os faça reprimir seus sentimentos. É importante saber refletir sobre as consequências do que uma mudança pode significar, tendo em mente que cada indivíduo reage de uma maneira distinta.

Sobre a família Inui, também não foi explicita toda a situação familiar em geral, tópico que gostaria que tivesse explorado mais, sendo um assunto abordado “por cima”, só com os conflitos entre os irmãos. Esse foi o único item que julguei ter sido deixado meio “no ar”, mas eu perdoo o roteirista! Tem seus créditos pelos demais 99% dos acontecimentos! ‘hahaha 😉

Talvez se eu tivesse lido o mangá primeiro, estaria melhor situada e não me importaria tanto com tais elementos minuciosos. Não obstante, gostaria de destacar que para os que não puderam ter contato com a obra original, deixar passagens em aberto pode gerar certas dúvidas ao espectador, mesmo que pequenas.

O elenco combinou com cada personagem para o qual foi designado. A Minami-chan eu já conhecia de outros trabalhos, e a cada vez, ela melhora em sua atuação! O momento que deu para perceber o potencial dela, foi na briga que a Akari teve com a mãe. Ela realmente entrou na personagem, eu senti o quanto estava incomodada com a atitude da mãe. Uma cena marcante!

A Fukumoto Riko, que interpretou a Yuna, participou da live-action “Sensei Kunshu”, mas confesso que não me recordo dela na obra em questão, pois assisti há muito tempo.

Neste longa, porém, posso dizer que gostei muito do trabalho desempenhado por ela, principalmente a partir de quando a Yuna perde a timidez e se mostra corajosa, transmitindo em palavras o que sente e pensa. Depois deste, me despertou a vontade de vê-la mais vezes, em histórias deste estilo.

Kitamura Takumi nunca decepciona, e cumpre seu papel com maestria. Estou acompanhando “Nijiiro Karute” (2021), drama médico do qual ele é protagonista, e fico contente em descobrir que a cada trama que estrela, aprimora suas habilidades para representar os sentimentos dos personagens aos quais dá vida. Deste filme (agosto de 2020) para “Nijiiro” que é deste ano, a interpretação melhorou.

Falando em atores conhecidos, Akaso Eiji foi um dos rostos conhecidos e um dos meus motivos para assistir à esta adaptação – o outro foi a sinopse. Conheci o ator no mini-drama “Nee, Sensei, Shiranai no?” (2019), em que ele ficou responsável pelo protagonista, bastante fofinho e cavalheiro.  Honestamente, ele se sai bem neste tipo de papel.

Aqui em “Omoi, Omoware, Furi, Furare”, ele esteve igualmente fofo, se encaixa bem como melhor amigo dos protagonistas, só acho que deveria ter colocado mais intensidade em alguns momentos que exigiam mais emoção. Apesar disso, continua com o meu imenso carinho e consideração como profissional.

Gostaria de fazer uma menção honrosa ao nosso eterno Irie-kun! AMEI ver o Furukawa Yuuki como irmão mais velho! Ele tem mesmo cara de “Nii-chan”, sempre fofo e meio irônico, para variar. Quem assistiu “Itazura na Kiss” sabe do que estou falando – com a diferença de que o Irie era frio no início, mas depois adere à estas características. Fazia tempo que eu não assistia nada com ele, e vê-lo novamente em um enredo cativante desses, foi um grande presente.

A atriz que interpretou a mãe da Akari fez parte do elenco do filme coreano “The Last Princess” (2016), todavia, eu não me lembro dela – estou com memória péssima hoje, como devem ter notado. Neste longa, ela interpretou muito bem a personagem, confesso que em algumas cenas até deu agonia dela! Foi uma boa escolha a colocarem para este papel.

O intérprete do pai do Riyo eu não conhecia, porém me agradou bastante também. Transmitiu a imagem de homem sério, centrado e que possui inteligência emocional suficiente para resolver as questões que lhe dizem respeito, diferentemente da esposa.

Os atores Kamimura Kaisei e Mifune Kaitou, que atuaram como Agatsuma Haruto e Ryosuke respectivamente, também não os conhecia, entretanto, considero ser participações satisfatórias.

 

Conclusões finais

Esta é uma daquelas tramas que, apesar de fofinhas, carregam bastante sentimentos em seu desenrolar.  Uma história de mexer com os nossos corações, fazendo-os partir, e em seguida, se aquecerem novamente. Que faz o espectador torcer pela felicidade de todos os personagens envolvidos, compreendo suas razões e emoções. Cativante do início ao fim, e com um elenco maravilhoso, este filme é indicado a todos aqueles que desejam ter a oportunidade de, através do entretenimento, ser capaz olhar para dentro de nosso coração, sabendo lidar com as próprias emoções, e as dos outros, sempre aprendendo que as alegrias nos fazem crescer, e as lágrimas, a amadurecer