sexta-feira, 17 de dezembro de 2021

[Resenha] Khun Chai Puttipat


Olá, leitores! Após um longo tempo sem aparecer, cá estou eu para mais uma resenha, desta vez dedicada à minha xará, Rebeca Santos, a aniversariante do dia! Como ela gosta de um drama fofinho e pediu que fosse um clássico de presente, resolvi lhe recomendar uma das temporadas da série tailandesa Khun Chai, a qual me prendeu bastante, e a cada passagem me trouxe um sentimento e uma lição de moral em suas entrelinhas. Farei uma breve explanação do contexto e dos personagens da série, para em seguida partir ao assunto específico, que se trata do terceiro lakorn que a compõe.

De gênero histórico, é situada no ano de 1957 quando a Tailândia se chamava Reino de Sião (Siam) e se trata de casamento arranjado, de uma promessa entre duas famílias, que na verdade, são primos: a família Jutathep e Taewaprom. A primeira possui 5 meninos, que são os protagonistas, e a segunda, possui três garotas, dentre as quais, duas são as vilãs da série. Katesara / Kate é a mais velha, e a única que consegue êxito no casamento, uma vez que o faz por amor, considerando sua boa índole.

Antes, o pai das meninas era um bom homem, mas depois se tornou ambicioso, e estando falido e sem prestígio, a intenção de casar as filhas com os parentes é ganhar mais status na sociedade tailandesa.

 

 Hierarquia e Personagens

Cada personagem possui um título de nobreza, que é mostrado nas entrelinhas da série. A avó Aiet era uma plebeia que se casou com um príncipe (Chao Fa), e teve um filho, que ganhou o título de príncipe (Taan Chai – quando mistura sangue real e plebeu). Este, casou 3 vezes, cada esposa com um status diferentes, mas ainda assim, os 5 herdeiros levam o título de “Khun Chai” (Nobres Cavalheiros), porque o primeiro casamento foi com uma Lady.

Por honra, às vezes, são chamados de “Príncipes”, pelo fato de o pai ter sido um príncipe. De outro lado, as primas, herdeiras da família Taewaprom levam o título de Mom Luang (Honoráveis), últimos descendentes da Família Real

 

Características

Avó Aiet – Avó dos 5 rapazes, responsável e figura materna deles. Foi casada com um príncipe, sendo a de linhagem mais próxima da Família Real Tailandesa. Amorosa e ponta firme, criou seus netos para serem pessoas virtuosas e que cumprem a palavra. Apesar de querer que a promessa seja cumprida, torce pela felicidade dos rapazes e deseja que se casem por amor, sem se importar com a classe social.

Avó Oon – Irmã mais nova da avó Aiet e tia-avó dos meninos, mas que a chamam de “avó”, por ter ajudado a criá-los. Possui um caráter mais preconceituoso e detesta pobre, por ter sofrido uma desilusão amorosa no passado, na qual o homem que gostava preferiu uma mulher de classe mais baixa. Por isso também que a avó Oon acha que toda pobre é uma interesseira e não aprova o relacionamento dos sobrinhos-netos com mulheres pobres ou de classe média baixa.

.Tem predileção pelo sobrinho-neto caçula, Khun Ronapee, por ser um dos filhos de uma Lady Tailandesa (Khun Ying) e também por ser aquele que mais a obedece

(Da esquerda para a direita) Khun Chai Pee, Pat, Yai, Lek e Ruj 

Os cavalheiros Jutathep: Cada um possui um nome e um apelido, geralmente a última sílaba do nome.

Khun Chai Taratorn / Yai (Warintorn Panhakarn): É o irmão primogênito, sendo um arqueólogo muito renomado e que também trabalhou por um período como professor de história. Sente-se responsável por cuidar dos demais, já que é o mais velho. É filho do primeiro casamento de seu pai, com uma Lady tailandesa. Referido como “P’Chai Yai”

Khun Chai Pawornruj / Ruj (Pope Thanawat Wattanaputi): É filho de uma empregada, sendo esta a razão de certo desprezo por parte da avó Oon, mas, assim mesmo, Ruj sabe que a Avó Oon o ama tanto quanto os demais, e não desconta nenhum sentimento ruim nela. Apesar de ser o segundo filho, é o mais carinhoso, dengoso e preocupado em cuidar dos outros ao redor, motivo pelo qual sua mãe o apelidou de “Cavalheiro da Cozinha”, porque quem está na cozinha sempre cuida da família, e ele cuidaria de todo mundo, por ser muito generoso e ter um coração nobre. A profissão que seguiu é de Diplomata, possuindo um cargo de alto escalão oficial do governo

Khun Chai Puttipat / Pat (James Jirayu): Médico da família, introvertido e racional, e que por isso, é o que mais possui dificuldade de lidar com sentimentos, porém de outro ângulo é o que melhor resolve os problemas com prudência e razoabilidade. Desta forma, muitas vezes, é um grande conselheiro aos seus irmãos. É filho da terceira esposa de seu pai, uma Princesa chinesa. Será a estrela principal desta resenha

Khun Chai Rachanon / Lek (Bomb Tanin): Engenheiro Florestal, é também filho da Princesa Chinesa. Possui uma personalidade brincalhona e torce para que seus irmãos mais velhos cumpram a promessa, para que ele não precise casar com uma das primas.

Khun Chai Ronapee / Pee (James Ma): Aviador, piloto oficial do governo, é do tipo “espertinho”, é o único que consegue dobrar a Avó Oon e fazê-la mudar de ideia, e às vezes até enrola ambas as avós, ou muda de assunto. Entretanto, possui um lado fraternal bastante sensível e se preocupa com quem ama. Também é filho do primeiro casamento

 

Khun Taewaprom (Moo Dilok Thongwattana): Por sua linhagem, ele recebe o título de “Khun Chai” (Nobre Cavalheiro). É primo do pai dos protagonistas, e o principal vilão da série, que incentiva a todo custo suas filhas a fazerem de tudo para casar com os Jutathep. Tem predileção por Marathree e Wilairampa / Rampa, suas duas filhas mais novas, que são maliciosas como ele. Enxerga o casamento de Katesara apenas como uma forma de sustento da família, ao mesmo tempo em que sabe que não pode depender somente dela, e começa a chamar atenção de Marathree, para que ela ajude financeiramente, tanto com o salário quanto com o casamento.

Katesara Taewaprom / Kate (Mint Nutwara Vongvasana): Casa-se na primeira temporada / lakorn e a família começa a aproveitar do prestígio que o casamento trouxe e usam o fato de ela ser mais velha para sustentar as outras duas irmãs, principalmente a caçula, que é estudante. Zelosa com todos que necessitam de ajuda, incluindo a protagonista do terceiro lakorn, que será o assunto desta resenha, mais adiante.

Marathree Taewaprom (Noey Chotika Wongwilas): É vaidosa e inescrupulosa, e enche a boca para falar que é um Mom Luang, bem do tipo: “me respeite porque eu sou nobre”, ou “eu sou nobre, então sou top” – não com estas palavras, mas com esta ideia. É a principal vilã do terceiro lakorn, e a prometida de Chai Pat, pois trabalham no mesmo hospital e seguiram a mesma área de atuação; ele como médico e ela, como enfermeira.

Faz seus planos infalíveis (que sempre falham) e influencia sua irmã menor a seguir o mau caminho.

Wilairampa Taewaprom (Esther Supreeleela): É a caçulinha malvada e co-antagonista, exibida, cabeça fraca e muito influenciada por Marathree, e ao longo da série se mostrou tão ruim e sem escrúpulos quanto ela. Tem um final merecido pelo crime que cometeu, no último lakorn deste seriado.

 

Resenha principal: Khun Chai Puttipat

O terceiro lakorn protagoniza Pat que, por ter uma carga horária extensa no hospital e ser tímido, possui pouco tempo para se divertir, descontrair e passear, até que Pee (que adora uma festa), o convence a sair de casa para prestigiar um concurso de misses, as mulheres mais lindas da Tailândia! No início, Pat acha este tipo de coisa uma bobeira – só vai ver mulher quem não tem nada para fazer – e as moças que estavam ali só o faziam por dinheiro.

Acontece que uma das modelos era Krongkaew / Kaew (Bella Vanita), que lhe chamou atenção. A intenção da protagonista era ganhar a recompensa para pagar a cirurgia do pai dela, uma causa nobre, diferentemente das outras concorrentes que estavam lá para demonstrar sua beleza. A partir da premissa levantada com a personagem, podemos aprender neste lakorn, a importante lição de não generalizar / estereotipar um grupo e nem julgar uma pessoa apenas por uma primeira impressão, pois nunca sabemos os reais motivos por trás da atitude de alguém, podendo haver algo bem mais grave do que realmente parece.

A primeira inteiração direita entre o casal principal acontece no hospital, após Kaew cair propositalmente do palco e machucar a perna, para não ter que voltar à casa da família de Tan Pinit, que lhe ajudou a se preparar para o concurso, pois o homem tinha intenções maliciosas com ela.

Depois de um dia, ela melhora da perna, mas Pat percebe que toda vez ela faz algum escândalo ou reclama de algo de propósito, como se quisesse continuar internada, e acha aquilo muito estranho! Quando ela recebe uma ligação do pai dela, pede a alta a qualquer custo, e sem dinheiro para voltar à sua cidade natal, Puttipat lhe concede uma carona.

A partir disso, o médico começa a pensar nela de outra maneira, percebendo a quão caridosa ela é como filha, passando a se preocupar com ela, até perceber aos pouquinhos que ele detém um carinho especial por Kaew, daquela sensação de sempre querer proteger a pessoa amada. Em contrapartida, nota que, mesmo com todas as investidas de Marathree e ainda que ela seja charmosa (os batons vermelhos nem escondem que ela quer chamar atenção), e de todas as tentativas de aproximação falhadas dentro e fora do trabalho, Pat não sente nada por ela.

Isso frustra Marathree, e causa a ira de seu pai, que pensa que a filha não está se esforçando o suficiente para conquistar o futuro marido e o status que ambos desejam à família, mas, na realidade, a garota está fazendo ainda mais do que deve, porque insiste tanto que chega a deixar Puttipat irritado com determinadas ações e palavras vindas dela, além de que ele não dá a mínima bola para ela! (Está certo, Pat)

Os irmãos de Pat lhe dão todo o apoio para que ele se case com quem ama, e “corra atrás” deste amor, se arriscando sem medo e confessando seus sentimentos a Kaew --- até porque, nenhum deles quer se casar com nenhuma das primas ---

O clímax da história se dá com os conflitos com a Avó Oon que não aprova de antemão o casamento do sobrinho-neto com uma pobre e “que mostra as pernas”. O protagonista entendeu perfeitamente o ponto de vista de sua tia-avó, no entanto, pela primeira vez em sua vida, ele a contraria e expõe seus sentimentos por Kaew.

A mocinha, por sua vez, reage mal, e nega todas as tentativas de pedido de casamento por parte de seu amado, alegando serem de classes sociais diferentes. Em minha opinião, colocaram muitas cenas parecidas com o mesmo argumento por parte dela, sendo este o único ponto negativo que vejo em relação ao enredo de forma geral, mas não prejudica a obra em si, e esta é uma das minhas histórias favoritas, que recomendaria para todos assistirem, devido à delicadeza e característica singela que possui, através do envolvimento dos protagonistas, o pano de fundo de cada um e as mensagens que podemos extrair.

No final, Kaew se mostra bem mais capaz, valorosa e virtuosa do que apenas a fútil garota que se imaginou que seria! Fica a dica: ame primeiro, conheça primeiro e julgue depois. Com certeza, você terá a oportunidade de conhecer alguém brilhante em todos os sentidos.

A protagonista também nos ensina que o que realmente importa é o que se aprende com a família, mostrar o que se sabe fazer na prática, no dia-a-dia, aplicando os aprendizados, e que não precisamos de muito para ser feliz. A vida simples é tão valiosa quanto aquela em um majestoso palácio!

Espero que quem assista, possa aproveitar tanto quanto eu, se emocionar e se colocar no lugar dos personagens, sabendo que cada um tem e faz seu próprio destino, e colhe o que planta. As pessoas podem tentar ir contra todas as probabilidades, menos da justiça sagrada!

 

Conclusões finais

A série Khun Chai como um todo possui valores a serem transmitidos ao telespectador, e todos trazem a importância da família na vida de alguém, mas, neste, especificamente podemos refletir sobre a como é essencial nos atentarmos a priorizar o caráter das pessoas em primeiro lugar, independente de status social ou profissão; Kaew e Marathree são dois retratos deste quesito, muito bem explícitos em diversos momentos ao longo do enredo. “Ser” é bem importante que “ter”! <3 E as benções vêm àqueles que são dignos de recebê-las.

 

Informações da série:

Título: Khun Chai: Os cavalheiros Jutathep

Número de temporadas: 5

Número de episódios por temporada: 10 em média, com 1h50 cada episódio

Ano: 2013

sábado, 17 de julho de 2021

EU ESTOU AQUI

 

Editora: Fábrica 231(braço da Rocco)

Páginas: 288

Gênero: romance contemporâneo, drama

Ano: 2016

Autor(a): Clélie Avit

Onde comprar: Amazon, Submarino, Saraiva, livrarias locais.

Boa Noite, dorameiros!  Hoje trago um conteúdo diferente do habitual. Esse ano consegui retomar a leitura. Já li quatro livros, um avanço e tanto para quem chegou a ficar um ano sem ler um único livro.  A história da vez é “Eu Estou Aqui”, primeira obra da autora francesa Clélie Avit.

Naquele país, há um programa que dissemina a literatura francesa através de novos autores.  Os escritores foram estimulados a desenvolverem um enredo baseado na seguinte frase:

“Todo mundo pensava que era impossível.

Veio um imbecil que não sabia disso e fez.”

A autora soube representar com maestria o significado dessa citação por meio de seus personagens.  Elsa é uma adulta de 29 anos, de espirito livre, fascinada por uma atividade radical, o montanhismo. Ela se interessa por ocupações que proporcionam adrenalina. Para nossa heroína, escalar não é só um hobbie, mas sim sua paixão, algo que a conectava com as belezas do planeta.  Tudo sempre foi feito seguramente, utilizando todos os equipamentos possíveis. Todavia, às vezes, a vida nos impõe desafios atrozes.  Devemos enfrentá-los e encontrar uma solução. Só assim a vitória aparece.  Em uma dessas aventuras, Elsa despencou da geleira e entrou em coma. Quando iniciamos a leitura já faz vinte semanas que ela permanece nesse estado. Há seis semanas, a paciente ouve tudo à sua volta. Em alguns momentos até se “desliga”, ou seja, se perde em seu próprio mundo, afastando-se das conversas pessimistas.  

Seria melhor se na vida existisse apenas felicidade, porém os infortúnios também podem trazer ensinamentos. No caso de Elsa, trouxeram o amor verdadeiro. Thibault trabalha como ecologista, tem uma carreira estável, realiza com excelência as tarefas designadas a ele, porém no campo pessoal e amoroso, sua vida está um desastre.  Cindy e ele se separaram de forma nada amigável. Seu irmão sofreu um acidente, ficou em estado grave, além de ter feito algo horrível, inaceitável. Deixo uma pulguinha atrás da orelha de vocês. O que o irmão de Thibault pode ter feito de tão sério para ele não conseguir perdoá-lo?

Toda semana, em um dia específico, o ecologista levava sua mãe para visitar o irmão no 5 andar. Toda vez ela insistia em um diálogo dos dois, entretanto, o herói ainda não estava preparado. Ele fugia dessa missão ao máximo. Um dia, abriu uma porta pensando dar acesso a escada onde ele se escondia. Quão grande foi sua surpresa quando reparou estar no quarto de um paciente. Chegando mais perto, percebeu se tratar de uma moça dormindo.  A curiosidade falou mais alto, por isso ele leu o prontuário dela, descobrindo a real situação. Ficou triste pela jovem, mas manteve o otimismo, torcia para que Elsa acordasse. 

A escrita da autora é fluída, comecei a ler tarde da noite e não queria mais parar. Devido a hora já avançada, tive que ir dormir.  Foi uma noite de sono maravilhosa, com o coração quentinho por conta dos protagonistas. Li sessenta páginas em uma só vez. Terminei em cinco dias, mas porque tinha outros afazeres. Esse livro dá para ser lido em um dia. O enredo é parado, não há grandes clímax. No entanto, isso pode ser relevado.  O estado de Elsa é praticamente irreversível, ela não pode fazer nada além de escutar e ter esperança em dias melhores.  Isso não atrapalha em nada a história, pelo contrário, nos transporta para uma nova vivência da personagem principal. O livro está repleto de emoção. Os mais sensíveis vão derramar rios de lágrimas. Os menos sensíveis vão se colocar no lugar dos heróis. Eu mesma me perguntei, como será que é estar em coma? Fiquei demasiadamente envolvida nos acontecimentos do livro.

Além disso, torcerão pela recuperação de Elsa, além de um possível romance com Thibault.  A escritora descreveu perfeitamente o estado de uma pessoa em coma, representando também a aflição dos amigos e familiares. Quem passou por uma situação semelhante vai se identificar. Esse foi um dos elementos que chamaram a minha atenção.  

Imaginação é um recurso muito presente no contexto da personagem, devido à ausência do sentido da visão.  Isso torna o processo mais lúdico, consolador.  Segundo Albert Einstein, “A imaginação é mais importante que o conhecimento, porque o conhecimento é limitado, ao passo que a imaginação abrange o mundo inteiro.”

Vamos imaginar! Com equilíbrio é claro.

“Há algo de impressionante no fato de alguém ter apenas o sentido da audição como meio de percepção.

Tudo o que está associado aos sons adquire um sabor particular.”

“Em quase sete semanas, pude observar que eu associava naturalmente cores e texturas ao que as pessoas diziam. “

“A voz de minha irmã contando suas histórias de amor assume um aspecto de veludo vermelho vomitivo de tanto hormônio que transborda. Minha mãe é uma espécie de couro violeta que quer parecer robusto, mas que se fissura em vários lugares, como se fosse uma bolsa velha.”

Thibault tem um lugar especial no meu coração leitor. Está no meu top 10 de protagonistas masculinos. Tem uma bela personalidade. Compaixão, empatia e generosidade são adjetivos que o descrevem com clareza.  Uma das minhas cenas preferidas é o momento em que ele altera a idade dela no prontuário, pois estava fazendo aniversário naquele dia.   Esta atitude abre discussão para algo recorrente no âmbito hospitalar: a ausência de sensibilidade dos profissionais da saúde. Os médicos e enfermeiros lidam constantemente com a morte, então podem ter se acostumado, tratando cada paciente como se fosse mais um número. Há também a questão da baixa remuneração, da carga horária extensa. Pelo menos no Brasil.

 Spoiler!!! Pulem para o parágrafo na cor preta. A próxima alínea contém considerável revelação.

Falo isso porque o médico é o personagem mais detestável. Ele queria desligar os aparelhos da heroína em apenas cinco meses, utilizando o argumento dos 2% de chance dela acordar. Fiquei indignada! Curiosa, pesquisei e encontrei um caso onde a corte francesa autorizou o desligamento dos aparelhos de um homem após sete anos em estado vegetativo.  Ou seja, provavelmente, a escritora utilizou licença poética no intuito de acrescentar drama.  Funcionou! Estive apreensiva nessa parte.

A relação entre os dois foi bem desenvolvida, um era o porto seguro do outro.  Thibault estava passando por um momento conturbado em sua vida.  Ele sonhava construir uma família, porém seus planos foram por água abaixo depois do divórcio. O irmão, o qual sempre admirou, cometeu um grave delito.  Ele estava perdido, sem saber se devia ou não perdoá-lo.   Entrou no quarto de Elsa e encontrou uma amiga, alguém em quem confiar. No estado sonolento dela, ele poderia desabafar, contar os seus pensamentos mais secretos, mostrar o seu íntimo, algo que ele não tinha coragem de contar aos amigos mais próximos. Tudo aconteceu naturalmente.  

Thibault foi um personagem profundo, que teve um crescimento incrível ao longo da literatura.  Se reergueu, buscou fé em meio ao caos, quando pensou tudo estar perdido.   Quanto a nossa estrela, permaneci encantada com os efeitos que persistência, otimismo e amor podem causar. Ela poderia ter se fechado para novas emoções, pensado na possibilidade de nunca mais abrir os olhos, se recuperar. Todavia, não deixou esses pensamentos terríveis tomarem conta de sua força. 

“Em meio a tudo isso, felizmente, tenho um arco-íris que vem se manifestando de uns dez dias para cá. Thibault veio com todas as suas emoções, todas essas novidades para mim. Não consegui associar a ele nenhuma cor em particular. Era apenas prismático e desconcertante. Fiquei com a imagem de um arco-íris. Achei isso poético.”

 

“Faz um ano que não beijo uma mulher, exceto os beijos dados no rosto das colegas. Não há nada de sensual nem de sexual no que acabo de fazer, mas, puxa! acabo de roubar um beijo no rosto de uma mulher.

A ideia me faz sorrir e eu me afasto.”

Os personagens secundários são uns amores. Gaelle, Julian e Clara nos conquistaram.  Contribuíram grandemente para o amadurecimento do nosso herói, pois sempre deixaram a filha Clara conviver com o padrinho.  No exemplar de Clélie Avit, a família é valorizada como se deve.  Afinal, é no seio familiar que aprendemos valores, caráter, amor ao próximo e como se relacionar com as pessoas à nossa volta.  No entanto, não podemos considerar todos como família.  Família é quem nos apoia, quem nos faz boa companhia.

Enquanto lia fui pega por um dilema vivenciado pelo protagonista. Devemos perdoar um membro precioso da família se ele cometer um ato grave? Principalmente quando essa pessoa estiver arrependida? Uma decisão difícil. Se a pessoa fez com intenções más não.  No caso de Thibault, talvez ele devesse ter sido mais compreensível.  Ele devia ter procurado saber o que realmente estava acontecendo, dar apoio sem julgar. Thibault não pôde fazer isso, pois seus princípios são fortes. Minha imaginação me leva a crer que o irmão dele não estava em condições psicológicas adequadas.  Não estou passando pano. Nada justifica o que ele fez.  Complicado!!! Olhando o exemplo de ambas as partes podemos concluir o quanto devemos pensar cuidadosamente em cada ação, palavra ou julgamento.  Não podemos apagar os acontecimentos, voltar para consertar nossos erros. A única forma disso virar realidade é através do perdão dos nossos pecados que o Senhor Jesus nos oferece.

Gostei do final. Acabou exatamente do jeito que eu queria.  Agora vem uma super revelação do enredo. Então, se vocês não curtem spoilers aconselho a irem para o parágrafo em preto. Deixo as surpresas bombásticas coloridas ou tachadas.  Dou 4 estrelas e meia para o livro. Só não dou 5 porque poderia ter outros livros para dar continuidade a história. O final foi aberto. Tudo o que acontece depois de Elsa acordar do coma fica a critério da nossa imaginação. Não vejo isso como um problema, pois tenho imaginação de sobra.

A capa é linda, combina com o assunto e a diagramação está ótima. Lemos sem cansar a vista.

 Recomendo para todos os amantes de drama, personagens cativantes, romance, tensão e assuntos tratados com leveza, apesar da seriedade. Se vocês curtem uma narrativa corrente, que não enrola, é o livro perfeito.  Nunca gostei muito de livros que intercalam os pontos de vista, porém estou me acostumando. Eu amei saber o que se passa na mente dos dois protagonistas.  Quem assistiu a novela A Vida da Gente vai gostar. A temática é a mesma, embora repleta de diferenças.

Abram um espacinho no coração de vocês para essa obra maravilhosa. Eu já abri.  Os personagens vão ficar na minha memória.  Espero que tirem bom proveito. Comentem aqui se já leram, suas impressões, se ficaram curiosos para ler. Hasta la Vista, babies!

 


 







quarta-feira, 7 de julho de 2021

Era uma vez... Kari, a Cinderela Norueguesa

“Katie Woodencloack ”ou “Kari Stave-Skirt”, traduzido para o português como “Kari Capa Dura” (Incluso em “Os Melhores Contos Nórdicos”, pela Editora Wish) ou “Kari Vestido de Pau” (Incluso em “O Fabuloso Livro Vermelho”,  publicado pela Editora Concreta) é a versão norueguesa ou nórdica do famoso conto “Cinderela”, escrita e relatada pelos amigos e folcloristas Peter Christen Asbjørnsen e Jørgen Engebretsen Moe, sendo esta uma das obras mais conhecidas atribuídas a eles.

Como se sabe, inúmeros contos de fadas possuem mais de uma versão, pois foram sendo modificados com o passar dos tempos, por seus respectivos autores, inserindo nestes ilustres tesouros, em forma de narrativas, sua cultura, valores e princípios. Por isto também que, aquilo que se denomina “contos de fadas”, representam algo de extrema importância a nós; porque neles se encontram a nossa moral. Mais do que “histórias para a hora de dormir” com um final feliz, os contos representam tudo aquilo em que acreditamos, em todos os sentidos da palavra.

Cinderela tem seu lugar especial enraizado nos corações e mentes das pessoas do mundo todo, e talvez você saiba de cor a essência dessa trama, e os personagens que a compõe. No entanto, cada versão possui suas particularidades, e a norueguesa tem em si muitas diferenças com aquela mais difundida no imaginário popular – a da Disney, que por sua vez é inspirada em Charles Perrault (1628 – 1703).

Primeiramente, esta Cinderela tem nome – Katie, ou Kari, e é uma princesa, referida por vezes, nas entrelinhas, como “filha do Rei”. “Cinderela”, por sua vez, é um apelido que a personagem ganhou por estar sempre sentada perto da lareira e das cinzas, sendo filha de um lorde/cavalheiro.

Como característica substancial deste enredo, Kari é maltratada por sua madrasta e sua filha (desta vez é apenas uma irmã), que a invejavam demais. Um ponto a se destacar é a respeito da ausência do pai, que neste caso, estava na guerra. De outro lado, Charles Perrault apenas menciona a figura paterna no início, mas não explicita o motivo de ele ser ausente, enquanto que a Disney deixou a protagonista completamente órfã, o que justifica mais facilmente o fato de a madrasta fazer o que bem entende com ela.

A parte interessante do conto nórdico é que Kari foge de casa após saber que um touro – com o qual ela era apegada, e a protegia – seria morto. O touro lhe disse que, se o matassem, ela também morreria. Assim, ambos fogem, e passam por provações em 3 florestas distintas, compostas de cobre, prata e ouro, nesta ordem, e habitadas por trolls de 3, 6 e 9 cabeças respectivamente. Quanto mais bela, mais a floresta era perigosa, e o touro protegeu Kari lutando com os trolls bravamente, até que avistaram um castelo. Adivinhem de quem? Do “Príncipe Encantado” de Kari.

Eis um dos motivos pelos quais esta é a minha versão predileta – juntamente com a dos Irmãos Grimm –. Nossa heroína enfrenta dificuldades (que ela inevitavelmente criou, ao tocar nas folhas das florestas) antes de encontrar com o príncipe, sendo que ela o conhece, e passa a ter mais interações com ele, como veremos a seguir. 

Pois bem, em sua empreitada Kari adquiriu objetos mágicos, sendo estes; uma folha de cobre, outra de prata e uma maçã dourada. A garota teve de obedecer às recomendações do touro, indo morar na residência do príncipe, colocando um vestido de madeira e pedindo um emprego e um lugar para ficar, e morar num chiqueiro.

Como instrução do próprio touro, teria que matá-lo, cortando sua cabeça com uma faca, retirar seu couro e colocá-lo debaixo de uma muralha de pedra. E, sob o couro, deveria colocar os três objetos mágicos. Encostado à pedra, havia um bastão, que ela poderia bater sempre que desejasse algo. A contragosto, ela executou o animal, e fez tudo que o mesmo havia lhe dito.

Por aqui, já podemos perceber mais uma diferença: não existe fada madrinha. A princesa se transforma batendo no referido bastão. Apesar disso, eu gosto desta parte da história, porque mostra que para haver recompensas, é necessário que também hajam sacrifícios, que fazem parte da vida.

Outro aspecto específico desta trama se dá com o fato de que “a vida de servidão” de Kari não se limita apenas com as iniciais cenas com sua madrasta, mas, posteriormente, se intensifica e se enfatiza no castelo do príncipe, ao tornar-se a empregada pessoal dele, incumbida de preparar-lhe o banho aos domingos. O rapaz, por sua vez, lhe era bastante grosso e arrogante com a menina, por ser uma serva.

Através destes momentos entre os dois, podemos analisar comportamentos, e ter a lição de moral de que o caráter depende de cada um de nós; ambos eram nobres, mas se comportavam de maneiras antagônicas; Kari era bondosa de coração, e havia sofrido maus tratos em sua casa e superado desafios nas florestas. Contrariamente a isso, o príncipe agia de maneira prepotente e desrespeitosa com seu próximo – no caso, ela –, por ter e querer tudo ao seu dispor.

Contudo, quando ele a via transformada como uma bela moça, ele se mostra impressionado e encantado por ela, demonstrando um lado gentil de sua personalidade, além de curioso, para saber a origem daquela intrigante menina, que sempre aparecia linda, na igreja em que ele também frequentava.

Este foi um quesito que me chamou bastante a atenção: a presença de algo que remeta ao cristianismo, à nossa fé. Também gostei do fato de os protagonistas se encontrarem regularmente na igreja, em um lugar que por si só, denota comunidade. Achei que estas cenas deram mais realismo para a trama, que não se limitou àquela imagem promovida muitas vezes pela Disney, em que a princesa se casa com alguém que mal teve contato.

Além do que, uma vez que ambos iam à igreja, demonstrando seu compromisso de devoção a Deus, podemos também afirmar que Kari se casou com alguém da mesma índole que ela, que preza pelos mesmos princípios, e não somente por ter sangue azul.

Com relação ao entrosamento deles, aprender e refletir sobre quantas vezes julgamos alguém erroneamente, sem nos dar conta daquilo que é mais essencial. O príncipe a pré-julgou de maneira precipitada, antes mesmo de descobrir o quanto Kari era linda, por dentro e por fora.

A este respeito, as Escrituras Sagradas já nos alertam em Romanos 12: 16 – “Tenham uma mesma atitude uns para com os outros. Não sejam orgulhosos, mas estejam dispostos a associar-se a pessoas de posição inferior. Não sejam sábios aos seus próprios olhos.” Eis a importância de ser humilde.

Quanto a nossa heroína, ela é a prova de quando nos esforçamos, somos recompensados. As bençãos – ou a magia, característica dos contos – estão reservadas àqueles de bom coração.

Este foi um conto de fadas com muito mais do que somente o clássico “felizes para sempre”, que nos trouxe reflexões e lições de moral que dá um caráter realista, sem deixar de lado a fantasia e as tradições, representadas por personagens da mitologia nórdica – como os trolls – aliado à magia e aos cenários típicos dos contos, tão conhecidos e gravados em nosso íntimo.

Esta pequena história é apenas uma das provas de que a “fantasia” é capaz de ser tão realista quanto se imagina. Espero que aqueles que tiverem a oportunidade de lê-lo desfrute tanto deste conto quanto eu, em todos os aspectos possíveis.

sábado, 20 de fevereiro de 2021

[Resenha] Mokomi: Kanojo Chotto Hen Dakedo – Episódio 3

 


Neste episódio, pudemos ver o crescimento da personagem Mokomi ao começar a trabalhar na floricultura de seu irmão. Em contrapartida, sua mãe Chikako não evoluiu nada, e continua sendo teimosa e impondo sua opinião sobre todos os familiares, os deixando ansiosos. Como bem disse o sogro, ela não aprendeu nada com que Mokomi lhe disse.

Ela alega que só se preocupa com o bem-estar dos outros, mas na verdade os sufoca, e só enxerga coisas ruins em tudo que as pessoas desejam fazer; se o pai é taxista, ela cisma com a idade avançada. Se a filha quer trabalhar na floricultura, ela reclama do cansaço, e se o marido decide mudar o escritório, ela não se conforma que não foi avisada previamente.

Chikako é o tipo de pessoa que não consegue apoiar a decisão de ninguém, por achar que a sua é a melhor. Pensa que se tomar a frente da situação poderá resolver todos os problemas à sua própria maneira, esquecendo-se do verdadeiro significado da família; a primeira instituição em que nos ajudamos e colaboramos uns com os outros. Nem seu marido a está suportando mais, teve uma cena em que ele até suspirou por conta disso.

Prevejo que no próximo episódio haverá um confronto caloroso entre o casal, a respeito do comportamento da esposa, que é incapaz de enxergar que, a maior causadora de conflitos e estresse em sua casa, é ela mesma. Só digo uma coisa: o avô da Mokomi me representa! 😊 Velhinho de coragem, enfrentando a filha no modo mais sincero possível!

Quanto à nossa protagonista, ela teve sua primeira experiência como arranjadora de flores. Gostei de vê-la em ação, pois a atriz possui capacidade suficiente de representar toda a delicadeza da menina, o que me faz me encantar ainda mais por ela.

No entanto, sua “habilidade especial” é inegável. Mokomi percebe as coisas de uma maneira peculiar, e muito mais ampla do que a maioria das pessoas ao seu redor. Quando sua colega de trabalho arrumou as flores, ela sentiu como se elas estivessem “se sufocando” de um único lado, e por isso, pensou que seria melhor reorganizar a seu modo, como mostrado em sua casa.

Quando um cliente desesperado lhe pediu um arranjo floral, ela o fez com as flores disponíveis, pois em sua concepção, as plantas estavam “com vontade” de chegar perto do cliente.

Em termos práticos, isto significa que, para ela, nada é uma “sobra”, tudo é útil e possui igual importância, já que se trata de um ser vivo de qualquer jeito. Aqui temos dois pontos a destacar.

O ponto de vista de Mokomi, explanado anteriormente, e também, a perspectiva de um estabelecimento comercial. Por respeito, os responsáveis da loja nunca podem ofertar as mercadorias restantes, ainda mais produtos perecíveis e de curto prazo, dando-lhes apenas os produtos novos e da melhor qualidade.

Por se tratar de uma obra elaborada por uma aprendiz / novata, não se cobrou pelo serviço, o que foi correto da parte da floricultura, demonstrando cortesia perante ao cliente. De outro lado, o cliente ofereceu a Mokomi um pacote com rosquinhas. Na referida cena, podemos testemunhar a educação japonesa nas telinhas: Quando alguém te faz uma gentileza, você a presenteia com algo simbólico, como representação da gratidão pelos atos da pessoa. Como o cliente era o dono de uma padaria, ele resolveu dar algumas rosquinhas 😊

Um último item sobre este capítulo, e que marcou bastante em relação aos dois primeiros, foi o fato de que Mokomi precisou se comunicar com pessoas. Ela demonstrou dificuldade, por medo do que possam pensar a seu respeito, por sua característica especial.

Porém, creio que agora ela conseguirá se comunicar muito mais com as pessoas ao seu redor. E sinto que pode haver um pequeno envolvimento entre ela e um certo rapaz...

Ansiosa para as próximas emoções

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2021

[Primeiras Impressões] Horimiya

 

Hoje venho trazer mais uma resenha de um drama da temporada. Fofinho, leve, e com mensagens valiosas em suas entrelinhas, “Horimiya” surpreende o telespectador aquecendo nossos corações através do dia-a-dia de personagens cativantes que, assim como todo ser humano, esconde um segredo.

Acho que esse foi o ponto mais forte desta trama; trazer à tona este realismo, até de forma bastante filosófica no início deste primeiro episódio: o fato de que todos nós possuímos um lado que não desejamos ser vistos pelos demais, e aquilo que a pessoa conhece a nosso respeito, se trata apenas de uma parte de nossa personalidade e/ou cotidiano.

Para seus colegas de classe, Hori é a garota perfeita, calada e controlada e que leva uma vida de uma adolescente normal. Mas ninguém sabe que, na verdade, ela faz todos os afazeres domésticos, cuida de seu irmãozinho Sota e dá bronca quando necessário.

Muitas vezes, as pessoas nos julgam ou tiram conclusões precipitadas – ainda que sem maldade – pelo que elas enxergam de nós, sem saber dos “bastidores”, de tudo que enfrentamos e dos motivos que levaram a isto. Se a pessoa não se abre sobre determinado assunto, significa que ela não se sente confortável em o fazer, e cabe a nós respeitarmos.

Quando realmente sentimos bem em compartilhar nossas particularidades com alguém, confiando nela, nos sentimos com o coração mais leve, e a mente mais tranquila. E, a partir de então, é natural desejarmos que, os assuntos que contamos e os momentos que passamos sejam algo especial apenas com esta pessoa (pode ser no sentido fraternal ou romântico). Quem nunca teve um amigo para quem contou seus segredos ou seus sentimentos mais íntimos?

A interação entre o casal é algo bem gostoso de acompanhar e nos leva a uma reflexão. Às vezes pensamos que ninguém nos entende nem sabem quem somos de verdade, sem nos darmos conta de que nós também não conhecemos nada a respeito do indivíduo em questão.

Os protagonistas estudam na mesma sala, mas não tinham intimidade alguma. Essa é a maior prova de que, conviver ou “ver” todo dia a mesma pessoa não significa ser capaz de conhecer ou estabelecer laços profundos. As pessoas se aproximam por diferentes circunstâncias, até mesmo por acaso, como no caso de Hori e Miyamura.

Esta história, tal como várias outras do mesmo estilo, aborda a temática de que “os opostos se atraem”, uma vez que, aparentemente ambos não tem nada a ver um com o outro, mas, na realidade, possuem mais em comum do que se imagina: os dois possuem uma sensibilidade que não é vista por ninguém e têm uma personalidade reservada.

Ao mesmo tempo em que Miyamura parece ser do tipo que não se aproxima das pessoas, ele consegue demonstrar seu lado gentil com Sota, que lhe chama carinhosamente de “Onii-chan”. Em contrapartida, Hori que é sempre compreensiva com todos, é capaz de repreender seu irmãozinho, se a situação lhe exigir.

Podemos dizer então que, de certa forma, Sota é alguém imprescindível ao enredo, pois faz os mais velhos revelarem suas reais personalidades e comportamentos, distantes dos olhos alheios, além de ser o cupido desta relação acontecer.

A partir da aproximação dos protagonistas, podemos notar um novo sentimento surgindo em seus corações e, no entanto, Miyamura pensa que eles não formam um bom casal, depois de escutar de um amigo, que ele e Hori não tinham nada a ver. O importante a se destacar nesta cena é não se deixar levar apenas pelos comentários alheios, e confiar sempre em suas próprias emoções e intuições. Estou ansiosa para os próximos capítulos!

 

Comparação com o mangá

Li o primeiro capítulo do mangá original a fim de compará-lo com o drama, e posso dizer que está sendo uma adaptação realmente boa. O roteiro do primeiro episódio, está bastante fiel à obra homônima, mantendo a essência da história e ainda assim adicionando maior sensibilidade na elaboração da trama.

A começar pelo fato de que o drama se iniciou com a protagonista dizendo que todos temos algo que não desejamos mostrar, levando a um ponto bastante reflexivo e dando um “toque especial” que não existe no mangá.

Algo que achei legal foi o fato de apresentarem fidelidade à história sem estereotipar o personagem exatamente igual às cenas de quadrinhos / animes, como muitas produtoras costumam optar por fazer, deixando-os com uma característica exagerada que não me agrada. No mangá por exemplo, a Hori bate no Miyamura e se exalta demais, enquanto que no drama ela conseguiu ser firme e demonstrar a braveza de uma maneira mais leve e delicada, sendo um ponto positivo aos roteiristas da produção audiovisual.  

Uma diferença de enredo entre o drama e o mangá é o fato de que, neste último, é a própria Hori que pede a Miyamura para que compre os ovos que estavam em promoção, ao passo que no drama, o garoto se oferece para buscar o pequeno Sota na escolinha, e compra os ovos sem Hori saber, surpreendendo-a.

O motivo de o protagonista ter se oferecido é que o amigo Toru queria se confessar para Hori, engatando já o indício de um triângulo amoroso logo no primeiro episódio. Pelo visto, as coisas fluirão bem mais depressa do que na obra original. Apesar disso, o enredo está tomando um rumo bastante prazeroso de assistir, apresentando a fofura típica dos shoujos, promovendo desta forma, o toque da pureza e da inocência do primeiro amor, que eu tanto gosto de ver nas telinhas.

 

Espero que tenham gostado da indicação

Até a próxima,

Rebeca

 

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2021

[Resenha Completa] Aozora Yell

 


Informações Gerais do Filme:

Título: Aozora Yell / Yell for the Blue Sky

Roteirista: Mochiji Yukiko

Diretor: Miki Takahiro

Data de lançamento: 20/08/2016

Gênero: Romance, Drama, Escolar

 

Aproveitando o ritmo de filmes, resolvi assistir Aozora Yell, que só pela sinopse já parecia ser o meu estilo de trama. Eis que me emocionei com este enredo cativante, que nos transmite as mensagens de perseverança, persistência e autoconfiança.

Ono Tsubasa (Tsuchiya Tao) é uma aluna transferida que deseja entrar no Clube de Sopro, como atividades extracurriculares. De antemão, ela fica sabendo por sua amiga Himari (Matsui Airi) que este grupo é bastante rígido para entrar, fato que se comprova após a chegada das cenas da professora responsável Sugimura Youko (Ueno Juri), que lidera os alunos com extrema autoridade e disciplina, para que deem sempre o seu melhor e se comprometam a demonstrar resultados positivos, de forma a serem capazes de atingirem o objetivo preestabelecido.

O que eu mais gostei de ver nas passagens do clube de sopro foi o respeito ao professor e a disciplina em sala de aula. Ao chegar na sala, todos fazem uma reverência à sua mentora, antes de iniciarem a prática do dia. Isso ilustra a boa educação dos japoneses que receberam desde cedo, do berço. Culturalmente, isto é algo milenar, presente na filosofia confucionista, que possui em sua base, o respeito aos pais e mestres.

Um professor é alguém que guia seus pupilos para o caminho da luz e da sabedoria, e cabe ao aluno honrá-lo e respeitá-lo pelo que representa. Achei interessante retratarem esse aspecto, pois diz muito sobre valores humanos em si.

A protagonista não desiste do que deseja, mesmo tendo muita dificuldade no início, e passa a praticar todos os dias. A convivência com seus colegas e com Yamada Daisuke (Ryoma Takeuchi), seu interesse amoroso, a faz ter mais autoconfiança para seguir em frente. Ademais, ela não pode desistir logo na primeira tentativa, e abandonar o grupo nos ensaios. Precisa ter consideração com aqueles a sua volta. Isso desperta nela, a vontade de se esforçar ainda mais, para que faça jus à turma.

A característica mais marcante da protagonista, e que eu mais gostei em sua personalidade, é o fato de que ela nunca deixa se abater, mesmo que ninguém acredite nela, ou lhe digam palavras duras. Ela enxerga isto como motivo para melhorar sempre, a cada passo.

Se tem um valor que podemos aprender com esta menina e levarmos para a nossa vida, é a persistência e força de vontade. Os sonhos estão sempre à nossa espera, só depende de nós, sermos capazes de os realizar.

O esforço dela inspira até mesmo o seu senpai, Mizushima Aki, que inicialmente não se dá bem com ela. Em uma tentativa de animar Daisuke em uma partida de baseball, ela toca o trompete sozinha para encorajá-lo.

O problema é que não é permitido fazer tal coisa, pois, desta forma, Tsubasa quebrou a tradição do clube de sopro, o qual determina que os integrantes podem apenas tocar em conjunto no momento designado.

 No Japão, é importante manter a tradição, uma vez que significa honrar e continuar o legado deixado pelos seus antecessores, e infringi-la é o mesmo que não se recordar disto, sendo um ato egoísta.

Ao saber do ocorrido, Mizushima comentou secamente: “Ela colheu o que plantou”. Quanto a esta frase, há dois aspectos adversos a se destacarem: apesar de frio, não tiro a razão do rapaz, uma vez que todos cometemos deslizes e precisamos nos conformar e arcar com as consequências, provando nossa mudança de atitude para não errar novamente. Além do que, por ser um veterano, ele tem o dever de repreender os calouros.

Entretanto, ele não considerou o motivo dos atos da protagonista – a professora, ao menos, tentou compreender sua aluna, lhe interrogando – Esse é um erro cometido também, por Kasuga, a chata de plantão, com a diferença de que Mizushima muda sua visão a respeito da protagonista, passando a admirá-la, enquanto Kasuga permanece ranzinza.

Prova disso foi quando a personagem principal sugeriu que todos tocassem para Daisuke, como um incentivo, para que ele não desista de seus sonhos e Kasuga lhe afronta, pedindo que não os evolvam nos seus caprichos, porém, ao dizer isto, que está sendo egoísta é ela mesma, que se esquece da função principal da arte: alcançar o coração de alguém.

Um artista é uma pessoa capaz de transmitir sentimentos através do que faz. Se não consegue atingir este objetivo, não se pode dizer que está cumprindo sua missão de vida com louvor.

De todos, Tsubasa é a que mais se importa com os outros, colocando-os em primeiro plano, mais do que ela mesma, ao passo que o resto dos integrantes estão focados demais em vencer concursos ou ganharem destaque. É claro que todos devemos sempre dar o nosso melhor em tudo, aplicando certo rigor e disciplina em seus compromissos, para não desonrar quem está a sua volta e ser capaz de conquistar o que deseja após muito suor.

No entanto, não se deve esquecer de nossa missão e valores. Apesar de o lema do grupo de sopro ser “um só coração, sem questionamentos”, em determinadas cenas houveram conflitos, esquecendo-se (ou não compreendendo) o real significado destas palavras. Que todos devem ter o mesmo sentimento, e entenderem uns aos outros para só então, conseguirem cativar os demais, e atingirem a vitória. Curiosa e paralelamente, no ocidente, a palavra “concordar” provém do latim “coris”, a mesma raiz da palavra “coração”, de forma que, quando você concorda com alguém, significa que seus corações estão unidos. Do contrário, se discordam, indica que os corações se afastaram.

Não apenas o líder tem a obrigação de unir o grupo, mas sim, todos que a ele pertencem, portanto, Mizushima não deve cobrar apenas a si mesmo, sentindo-se culpado pela desunião do coro, visto que todos possuem sua parcela de culpa.

O tema da amizade também esteve muito presente no desenrolar deste enredo. Tsubasa não deixa sua senpai Yuna desistir de tocar, e fazer o que gosta, agiu como uma verdadeira amiga, mesmo ela não querendo sua presença. Quanto ao Daisuke, ele não se abria com ninguém a respeito do que estava sentindo e fazia de tudo para se superar por conta própria.

Tanto Yuna quanto Daisuke esconderam suas emoções e se isolaram, para não preocupar e nem desapontar seus colegas de turma. Uma vez que alguém não consegue dar seu melhor em sua tarefa e não alcança o mínimo das expectativas que depositam sobre si, isto é uma vergonha.

Por isto o rigor das práticas por parte dos alunos e da professora não é à toa. É uma maneira de honrar o nome do grupo de sopro e da escola, tornando-se o orgulho da mesma. Assim sendo, podemos entender o porquê de Yuna e Daisuke se cobrarem tanto, dadas as suas posições em cada clube: veterana e capitão do time, respectivamente.

Posteriormente, ambos aprendem que não estão sozinhos, e que podem contar com os demais integrantes para o que precisarem. É interessante observar que a maioria dos personagens eram extremamente fechados emocionalmente, e com maior foco acadêmico, enquanto em que Tsubasa chega a ser um meio termo entre as duas coisas, pois, ao mesmo tempo em que se esforça bastante para melhorar no trompete, também se importa com as pessoas à sua volta.

Muitas vezes pensamos que os problemas dos outros não é da nossa conta, mas quando fazemos parte de um grupo, devemos estar cientes do que ocorre com nossos colegas. Se importar os outros é diferente de se meter na vida alheia, por isso, temos que saber os limites, até onde podemos interferir ou perguntar, mas nunca deixar de prestar ajuda a alguém

Treinar muito também não é motivo de pena, uma vez que apenas a prática leva à excelência, e quem sabe um dia, possamos tocar o céu azul. A professora Youko foi uma personagem que me agradou bastante: ela soube exigir o máximo de seus alunos, pois sabia e confiava no potencial dos mesmos, sinal de que os conhecia profundamente. E, acima de tudo, valorizou o esforço.

 

Enredo, personagens e atores

O enredo foi elaborado por Mochiji Yukiko, roteirista de filmes do estilo shoujo. É dela, por exemplo, a adaptação de “Principal: Koi Suru Watashi Heroine Desu ka?”.

A direção foi de Miki Takahiro, o qual também possui vasta experiência com tais obras. Ele escreveu e dirigiu “Omoi, Omoware, Furi, Furare”, longa-metragem com resenha disponível aqui no blog.

A combinação entre Mochiji Yukiko e Miki Takahiro foi um grande acerto dos produtores de “Aozora Yell”, pois conseguiram transmitir sentimentos genuínos ao espectador, principalmente nas entrelinhas, que exigiam mais emoção, em todos os sentidos

Diferentemente da maioria das histórias deste tipo, nesta, pudemos ver aspectos culturais como a disciplina em sala de aula, a importância da tradição e as relações senpai / kouhai e aluna / professora de maneira prática e realista, demonstrando respeito e obediência, e permitindo um diferencial significativo para este trabalho.

O romance foi de extrema sutileza sendo gostoso de acompanhar, sem brigas desnecessárias, sendo este um ponto positivo. Foi possível notar a compreensão e o apoio mútuo entre ambos, e a fidelidade de cumprir sua palavra, por parte de Daisuke, o qual prometeu à Tsubasa que a levaria às Nacionais. O triângulo amoroso foi igualmente sutil, a partir da aparição de Akane Sawa (Taira Yuna), que nutre uma paixão pelo protagonista e faz parte do mesmo clube que ele.

No entanto, ela respeita os sentimentos de seu amado e não interfere em sua felicidade, como em diversos outros enredos shoujo em que a menina arruína a vida do casal principal, sem consideração nenhuma por eles. E, uma vez que não consegue aceitar a realidade e respeitar o sentimento alheio, já não se trata mais de amor, é apenas uma obsessão.

Aqui, novamente temos a lição de que, se você deseja a felicidade de alguém, se a ama de verdade, deixa o caminho livre para que a pessoa faça sua própria escolha, sem questionamentos. Me identifico com esse pensamento, e ao que parece, os escritores japoneses também 😉

Eu gosto da maneira como esses fatos são retratados, de maneira filosófica, através de algumas passagens da narrativa, pois isto nos incentiva a pensar nas problemáticas cotidianas de forma mais profunda, sem se limitar somente aos clichês como um elemento superficial presente em um romance.

Não me entendam mal, eu amo clichês, acho super fofos e meigos, daqueles que nos deixam com o coração bem quentinho, porém, prefiro enredos que utilizam esta estética para através dela, transmitirem alguma mensagem importante e não que a utilizem como pretexto, por exemplo, para só criar intrigas ou “encher linguiça” no meio do caminho. Isto empobrece o enredo, ao passo que podem engrandecê-lo sendo mais objetivo e inserindo valores como compreensão, cumplicidade, empatia, amor – em sua forma mais genuína –, honra, mérito e persistência.

Estou gostando bastante de voltar a ver filmes japoneses – depois de algum tempo –, pois os mesmos sempre nos trazem valores humanos imprescindíveis e, no mínimo, muita emoção

No que se refere à atuação, adorei ver a Taira Yuna fazer o papel de “a outra”, ao invés da protagonista. Como sempre, executou uma interpretação de excelência nas poucas cenas em que deu as caras, expressando a convicção na voz, e a indiferença no olhar, característico de sua personagem.

Gostei de vê-la neste longa, pois, até o momento, os filmes e dramas que havia visto com ela, possuíam aquele traço marcante de fofura e comédia exagerada, comum em shoujo, e, neste caso específico, ainda que seja uma obra do mesmo estilo, ela desempenhou um papel bem mais sério, e até mais “frio”, em vista do fato de que ela era a “rival amorosa” da protagonista. Esta, foi mais uma das provas que ela se sai bem em quaisquer papeis que a designarem.

A Tsuchiya Tao foi uma surpresa para mim, pois eu a conheci no drama “Ani ni Aishisugite Komattemasu”, mas lembro-me de não ter me apegado nem à história, nem aos personagens que a compuseram. Por outro lado, em “Aozora Yell” ela me conquistou ao ser novamente a principal. Em determinadas passagens, especialmente no início, senti que lhe faltou intensidade na emoção, porém, no desenrolar dos acontecimentos, a atriz se mostra mais habilidosa.

Matsui Airi em cena é sempre um presente, muito boa interpretando personagens fofas e alegres, que dão um ar bem leve de comédia, sem exageros. Desta forma, o papel de melhor amiga da Tsubasa lhe caiu perfeitamente! Não tenho críticas a respeito de sua atuação, e cada vez mais desejo poder assistir filmes / dramas em que ela esteja inclusa no elenco.

Takeuchi Ryoma tem seus créditos comigo. Ele interpretou o professor de matemática Yoshitaka Hiromitsu na live-action de “Sensei Kunshu” (2018). Em “Aozora Yell” (2016), ele se saiu bem, deu para perceber a frustração do personagem, e a cada vez, se aprimora. Em “Sensei Kunshu” (2018), dois anos depois, a atuação dele melhorou.

Gosto de fazer estes comparativos e perceber que os atores com os quais estou afeiçoada estão sempre em constante progresso. O ator se sai bem em ambos os tipos de papeis, tanto como um aluno de Ensino Médio quanto como um professor, mas admito preferir a segunda opção, por ser mais maduro. Combina mais com ele.

Horii Arata foi um rosto conhecido neste filme. Eu o conheci pela primeira vez na segunda temporada de “Itazura na Kiss: Love in Tokyo” (2014), na qual ele interpretou Kamogari Keita, rival amoroso do protagonista e colega de classe de Kotoko, na turma de enfermagem. Keita tinha uma personalidade bastante forte e marcante, enquanto que em “Aozora Yell”, o personagem Kido possui um traço mais leve e alegre, típica de amigo. Foi bom poder ver o ator representar um papel mais tranquilo, diferente do que eu havia visto – aparentemente, ele não é muito de fazer shoujo, tem só alguns trabalhos neste estilo –

Outro que eu conheço de “Itazura na Kiss” é o Yamada Yuki, que interpretou o Kin-chan, melhor amigo da Kotoko, fazendo parte do primeiro triângulo amoroso da série, e sendo assim, ele tinha um gênio bastante forte e determinado, e as cenas eram mais de comédia. Em contrapartida, em “Aozora Yell”, foi de um dos atletas de baseball, e digamos, mais sério. Foi bom vê-lo nesta performance.

A atriz Shida Mirai esteve em “Ito-kun A to E”, porém, lembro de não ter gostado da história em si. Aqui neste filme, do contrário, o enredo foi cativante e a participação dela excelente. Expressou bem todos os diferentes sentimentos da personagem a quem deu vida, e percebi seu real potencial quando a Yuka fica depressiva e manda todas irem embora de sua casa.

Neste longa, tive meu primeiro contato com a atriz Ueno Juri, famosa por ter estrelado como a Nodame em “Nodame Cantabile” (que todo mundo assistiu, menos eu). Neste filme, ela interpretou com maestria a professora Youko, sabendo transmitir autoridade e seriedade no momento de se dirigir aos alunos, como também serenidade ao agir em determinadas cenas em que se dispunha a aconselhar alguém. A partir de agora, verei mais trabalhos dela!

A Kojima Fujiko eu não a conhecia, todavia, ela me conquistou neste filme. Deu muita raiva dela em vários momentos específicos, colocou muita intensidade na voz, principalmente nas brigas. Quero vê-la mais vezes nas telinhas!

 

Conclusões Finais

Esse filme trouxe muitas emoções e lições para o espectador, acompanhada de fortes laços de amizade e compreensão além de um romance leve e bastante agradável de acompanhar. Em meio a isso, ainda nos proporciona a capacidade de refletir sobre valores humanos como união, honra, mérito e disciplina, trazendo elementos culturais para tal finalidade, nas entrelinhas da trama.

Recomenda-se àqueles que desejam assistir algo leve, tocante e profundo com a mensagem de que, se quisermos, podemos chegar longe. “Para os que sonham, apenas o céu é o limite”