Seguimos em frente até chegar ao local de
destino onde supostamente seria a nossa loja. Ao chegarmos, esperamos alguns
minutos alguém aparecer e nos dar um sinal ou coisa parecida (a Marie’s Garden
era enorme, maior que a primeira) Nesse meio tempo, Makoto aproveitou para
ligar à sua irmã e avisá-la que já havíamos chegado à Londres há algumas
(muitas) horas. Ela respondeu que chegaria à capital inglesa dentro de três
dias e quando a loja estivesse aberta ela nos visitaria. Segundo Makoto disse,
ela iria exigir que houvesse apenas “doces com a melhor qualidade de que se tem
notícia” (típico dela), fato que ele garantiu a irmã com firmeza, dizendo a ela
que não haveria dúvidas quanto a isso.
A ligação foi rápida e terminou poucos
minutos antes de alguém chegar de surpresa para nós. Tratava-se da Srta. Sully,
dizendo que teríamos “explicações adicionais” sobre o novo projeto do
Henri-sensei e que ele mesmo falaria quais são.
Nós a acompanhamos até o lugar onde se
encontrava seu “patrão”. Fazia tempo que
não via Henri-sensei então estava muito feliz por revê-lo, dava pra notar, (estava
bem evidente no meu rosto) e os rapazes também estavam contentes, porém só
esboçaram uns sorrisos timidamente, agradecidos. Nos cumprimentamos formalmente
e agradecemos a oportunidade.
— I’m thankful for all of you to be here —
ele nos disse, com aquele sotaque inglês
— The proud is all ours — respondemos em coro,
deixando-o satisfeito.
Depois ele explicou que queria fazer de lá um
lugar especial, com doces originais, para que os ingleses pudessem experimentar
novos doces e “expandir seus horizontes” até quando fossem provar algo. Fiz
algumas perguntas a respeito dos ingleses e de seus costumes, já que era a
primeira vez que eu estava naquele país. Henri-sensei respondeu todas as
dúvidas que tínhamos, mas respondeu que era para agirmos normalmente com os
clientes como forma de eles se sentirem mais acolhidos. Como último
conselho/pedido/aviso ele disse que já era para irmos pensando no que faríamos
para a nossa loja e como faríamos. Nós garantimos que daríamos tudo para
Marie’s Garden se tornar um sucesso. Aquilo realmente o deixou satisfeito, já
que percebi traços de felicidade em sua expressão, apesar de estar querendo parecer
sério, com aquela autoridade que todos nós conhecíamos bem.
Logo em seguida, ele e sua secretária (mais
conhecida como Srta. Sully) partiram e
nós voltamos ao local onde seria a nossa loja. Nos reunimos em círculo e
começamos uma leve discussão sobre nossas ideias.
Kashino Makoto foi o primeiro a se
manifestar:
— Primeiro temos que decidir que tipo de loja vamos querer
criar. Alguém já tem alguma ideia em mente?
Eu respondi de imediato e sem hesitar:
— Queria algo acolhedor, para se aproveitar e se reunir
com a família e os amigos. Que crie boas memórias, sabe —
sugeri, já pensando como seria se aquilo se tornasse realidade
Rumi-chan e Hanabusa concordaram com a minha
ideia, enquanto Kashino se mantinha sério, mas todo a ouvidos (de todo mundo, tá?)
— Verdade. Muitas pessoas se reúnem com suas famílias aqui
na Inglaterra — apontou Andou-kun.
— Também poderia ser um lugar onde agradasse a todos os
tipos de pessoas — completou a Kana-chan, meiga
Então, basicamente, nosso “conceito” de
“lugar aconchegante” era família e amigos
— Alguém já sabe um nome para a loja? —
a Rumi-chan nos questionou, de repente
— Que tal “Little Dreams”? — eu sugeri
— Por que esse nome? — todos quiseram saber
— É que a cada pequena mordida, nós conseguimos sentir
coisas diferentes, e claro ficarmos felizes, mas as sensações parecem sonhos
momentâneos, só quando saboreamos algo. Então, que tal?
— Gostei — a Rumi-chan me disse, e eu
me senti agradecida por isso
— Bem criativo. De onde tirou essa ideia? —
perguntou Hanabusa-kun, interessado
— Ah, é que isso é basicamente o que sinto quando
experimento algo novo... E o nome surgiu do nada (acabei de inventar) mas é que
eu fico sonhando mesmo... — me expliquei, um pouco sem
graça, porque todo mundo ficou me olhando, como se só tivessem entendido de
onde havia tirado aquilo só naquele momento.
— Ela vive sonhando e comendo todos os dias do ano,
lembram? — Kashino disse aos nossos amigos, depois de perceber que
todos os olhares estavam voltados para mim. —
Ao ouvir isso eu lhe disse:
— Tinha que ser você pra falar isso, né, Makoto —
eu fiz cara de emburrada, mas não consegui esconder um sorriso de leve. Percebi
que ele também estava sorrindo dessa mesma forma quando me respondeu:
— Bom, alguém precisava te falar isso —
ele me provocou, brincalhão — Mas você é uma pâtisserie
assim mesmo — ele comentou como quem diz “você não tem jeito mesmo,
mas está ótimo assim”
— Você também é um patissier “assim mesmo” —
provoquei de volta, com uma piscadela
— E o que quer dizer com isso? —
ele inquiriu, fitando minhas íris castanhas
— Parece chocolate amargo... É doce e amargo ao mesmo
tempo, mas é do jeito que eu amo — falei com uma
mistura de alegria e delicadeza na voz segurando a mão dele, com carinho e
veneração.
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