— Hello, Ichigo — ele falou, com uma
pontinha de sotaque inglês — Vejo que a Marie’s Garden
foi um sucesso! Estou pensando em fazer uma aqui em Londres...
— Londres?! — Eu e Kashino
exclamamos juntos, maravilhados com a notícia. — ele estava ao meu
lado, seu ombro encostado no meu, ouvindo tudo.
— Sim, gostaria que vocês estivessem lá e participassem do
meu novo projeto.
— Claro!— concordei na mesma hora, a
alegria na voz.
— O que estamos esperando?! — Makoto perguntou, intrometendo-se
na conversa, ansioso, e eu nunca o tinha visto tão animado quanto naquele
momento.
— Estão bem animados, pelo visto —
comentou Henri sensei, satisfeito.
— Yes! — respondi —
Mas como saberemos como vai ser?
— Não se preocupem com nada — receberão um e-mail
meu com todos os detalhes. Conto com vocês! — E desligou
Comemoramos de felicidade pela proposta que
recebemos. Meu coração estava quase saindo pela boca
— Londres? — repeti, atônita
demais com tudo aquilo
— Finalmente vou poder ir para um país da Europa mais uma
vez — ele lembrou das viagens que fizemos para o Cake Grand
Prix — tem os melhores produtos, inclusive chocolates! Meu tio
sempre me disse isso! — ele estava realmente
contente
— Eu já até estou imaginando os doces deliciosos que devem
ter! — comentei, sonhadora
— Caramba, você pensa com a barriga mesmo, hein, Ichigo? —
rebateu ele, zombando de mim.
— Não enche! — reclamei, fazendo
biquinho.
Ele riu da minha cara (gargalhou alto mesmo)
e não pude deixar de conter meu próprio riso
— Agora temos que fazer outra coisa —
comentei, ainda rindo
— E o que seria? — perguntou, já mais
calmo depois de tanto rir
— Quero contar a novidade aos nossos amigos! —
revelei, enérgica.
— Topo! Vamos ligar para eles? —
perguntou Kashino, querendo saber a minha opinião
— Queria chamá-los aqui. Faz tempo que não nos encontramos
— comentei, e neste momento era eu que queria saber a
resposta dele.
— Acho que não vamos fechar a loja tão cedo hoje... —
disse com um suspiro intenso, como se os planos estivessem ido por água abaixo.
— Então tudo bem? — fiz uma pergunta
retórica
— Já estamos aqui mesmo... — comentou ele, como
se não tivesse outra opção. De outro lado, eu estava repleta de alegria (meus
olhos nos diziam isso).
Liguei aos nossos amigos Hanabusa e Andou, os
quais atenderam no mesmo instante, e disseram que compareceriam à loja dali a
alguns minutos.
Os dois chegaram à loja com seu espíritos dos
doces Caramel e Café e nós nos cumprimentamos como sempre. Disseram que estavam
bem e que cada um agora seguia seu caminho, mas carregando consigo a paixão
pelos doces. Hanabusa voltou a ajudar a mãe no exterior e Andou estava de volta
à ativa na Yumetsuki, agora com suas habilidades aprimoradas como um pâtissier profissional.
Caramel, companheira de Andou, foi a primeira
a perguntar do jeito meigo dela:
— Cadê a Vanilla e a Chocolat?
— Estão descansando — respondi,
carinhosamente
(...)
Durante a conversa, sem perder tempo,
Hanabusa, questionou com aquela simpatia que só ele tem:
— Ichigo-chan, o que tem para nos contar de tão especial?
— Eu e o Makoto recebemos uma grande notícia do
Henri-sensei: ele nos chamou para participar de um novo projeto em Londres —
informei alegre
— E a Ichigo insistiu em chamar vocês dois até aqui —
Kashino completou para mim
— Não foi bem assim... Só sugeri —
falei na defensiva, mas senti que meu comentário foi completamente ignorado.
(principalmente por alguém, que estava quase me fuzilando com o olhar, como se
dissesse: “dá no mesmo”, mas estranhamente me passava sensação de segurança)
— Ichigo? Makoto? —Hanabusa repetiu
nossos nomes com um ar duvidoso — Vocês nunca se
chamaram pelo primeiro nome... Vocês estão...
Eu e Kashino nos entreolhamos, e dissemos a
uma só voz:
— Isso não é assunto pra agora! —
exclamamos, com toda a firmeza que tínhamos, e senti que nós dois estávamos com
o rosto corado.
— Ok — ele concordou, derrotado,
com as mãos ao alto, como quem diz: “eu me rendo” ou “não está mais aqui quem
falou”.
Vendo que estávamos desconfortáveis, Andou, que tem fama por acalmar nossos ânimos,
sugeriu:
— Vamos voltar ao assunto principal, né, pessoas?
Todos nos concordamos. Aproveitei a deixa e
falei:
— Então, gostaram da novidade? —
questionei, ansiosa e curiosa para saber a reação deles
Eles fizeram que sim com a cabeça. E dessa
vez foi Andou o primeiro a se pronunciar:
— Na verdade, eu também recebi essa proposta —
comentou, da forma delicada de sempre
— Eu também — emendou Hanabusa
— Vocês também?! — exclamamos eu e
Kashino em uníssono, pasmados com a informação.
— Sim — os dois reafirmaram ao
mesmo tempo
— Henri-sensei falou que ia enviar um email explicando sobre
esse assunto — foi a minha vez de tomar a palavra —
Vocês viram?
— Eu vi sim — respondeu Andou —
ele disse que era para montarmos uma loja em Londres, e que podíamos usar de
base a nossa primeira loja (esta aqui) mas quanto mais a aparência for
tipicamente “londrina” e “inglesa” é melhor, porque vai fazer os ingleses se
sentirem mais a vontade. Os doces ficam por nossa conta, mas o Henri sensei
pediu que fosse algo bem original da nossa parte.
— Entendi — foi a minha resposta,
depois de prestar atenção em cada palavra do Andou-kun
— Mas ele deve falar algo a mais no dia, do jeito que
gosta de pegar a gente de surpresa — observou
Hanabusa-kun
— Exatamente! — concordou Kashino —
De certa forma, é uma surpresa para ambos os lados, como vocês também devem
imaginar. Não sabemos o que mais ele quer da gente ou que virá como missão para
nós, mas de outro lado, o sensei deixou a criatividade por nossa conta, então
ele não sabe nossas cartas. — disse, analisando os fatos
minuciosamente como de costume.
Todos o miraram, impressionados, inclusive
eu, até que Hanabusa-kun perguntou:
— Ele disse quanto partiremos?
— No fim do mês — informou Andou,
naturalmente.
— Que bom — suspirei aliviada —
Porque tem um pequeno problema... Sem querer estragar a alegria de vocês.
— Você não sabe inglês — disseram os três a
uma só voz
— Como adivinharam? — quis saber, um pouco
chocada por eles terem adivinhado de primeira.
— Provavelmente, porque você não sabia francês na época do
Cake Grand Prix — o Makoto me disse sem vergonha nenhuma na cara.
— Poxa, tá tão na cara assim, gente? —
choraminguei, fazendo cara de choro, e todos eles riram de mim.
— Agora resta saber quem vai te ensinar, Amano-san —
avisou Andou — Porque eu tenho meus afazeres na Yumetsuki, e não vou
poder te ajudar com isso
— E eu tenho meus planos enquanto estou aqui —
alegou Hanabusa
— Então... — comecei
— O Kashino te ajuda — disparou Andou, com
um sorriso na voz
— Isso mesmo! — exclamou Hanabusa —
E virando-se para Makoto, ele disse: —
Você vai ajudá-la não é, Kashino?— sorriu presunçoso
— Tenho escolha? — ele fez uma pergunta
retórica, olhando frente a frente para nossos amigos.
Eles abriram um sorriso, alegremente.
— Começamos amanhã — avisou-me Makoto,
com aquele tom de autoridade, que eu aprendi a amar tanto.
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