segunda-feira, 6 de fevereiro de 2023

[Novos Começos] Capítulo 18 - Um recital e... Um encontro a sós

 


Na manhã seguinte, despertei bem animada! (mencionei que estava em um hotel em Paris também?). Era o grande dia da Natsume, e eu mal podia esperar para vê-la apresentar maravilhosamente, e como todos da família, eu estava extremamente orgulhosa da minha irmã mais nova. Era bem capaz que eu estivesse mais ansiosa do que ela mesma.

Desde que acordei, só queria que as horas passassem. Queria vê-la logo! E fazendo o que mais gosta: tocando piano. No dia anterior ela tinha provado a todos nós o quão enorme é o talento que possui, e hoje mais pessoas o reconheceriam. Uma bela recompensa a ela, que se esforça tanto pela música.

Mas, o fato é que eu estava inquieta por conta da ansiedade. Acho que todo mundo percebeu isso, já que tinham os olhos voltados a mim, provavelmente a espera de uma resposta do porquê de estar naquele estado. Mesmo assim, apenas uma pessoa teve a audácia de me perguntar isso: Kashino Makoto

Por que está tão inquieta, Ichigo? perguntou carinhosamente a mim, tocando na minha mão.

Hoje é o recital de piano da Natsume! Quero que as horas passem logo... respondo com um suspiro na fala.

Entendi ele soou compreensivo e pensativo, como quem havia acabado de entender a situação.

Quer ir comigo ao recital? Tenho direito a um acompanhante... eu o convidei, a espera da resposta dele.

Está me convidando para sair? ele devolveu com outra pergunta.

Piscando na direção dele, e bem humorada, respondi:

É o que parece!

Eu aceito. A sua irmã é muito habilidosa, gostaria de vê-la tocar de novo.

Então, ok. É às 14h da tarde

 

Horas depois...

Depois de um tempo, as horas começaram a passar mais rápido. Quando dei por mim, já estava quase na hora de ir. Assim sendo nós avisamos aos nossos amigos sobre o evento

Daqui a pouco nós vamos ao recital da Natsume eu avisei

Logo depois voltamos completou Kashino

  Não se preocupem. Voltem quando quiserem a Kana-chan nos disse gentilmente e os outros aprovaram com um sorriso, olhando para nós

Gente... eu e Kashino falamos em uníssono, sem saber como reagir àquilo.

Aproveitem bastante, nós também temos nossos planos, não é, Kana? Andou-kun disse, com um olhar cúmplice para ela, que ficou confusa, e um pouco corada.

Olhamos fixamente para os dois, que coraram na mesma hora, especialmente a Kana-chan, que ficou mais vermelha ainda.

Aproveitei a deixa para perguntar:

E aqueles dois ali? perguntei curiosa, apontando para Hanabusa-kun e Rumi-chan

A gente é só amigo... A Rumi-chan se manifestou, sentindo enrubescer.

Mas cada um de nós tem seus planos, né, Rumi-chan? disse Hanabusa-kun, na tentativa de acalmar o clima, e ela concordou com a cabeça. 

Então, ok disse Kashino Vamos, Ichigo? Está na hora

Claro, Makoto. Vamos nessa! e olhando para meus amigos, disse alegremente Aproveitem o dia vocês também!

 

Minutos depois...

Chegamos na hora marcada e logo de cara encontramos com meus pais e tio Hikaru, que estavam na plateia e nos disseram que a próxima apresentação já seria a da minha irmã. Nos sentamos perto deles e como haviam dito, um tempo depois já estava na vez dela. Logo pronunciaram o nome dela, em alto e bom tom

Natsume Amano! uma voz exclamou

Nesse momento eu vibrei. Ela estava séria, calada, tentando manter a calma. Era uma expressão que não dava para descrever direito. Ela respirou fundo e começou a tocar o piano. Escolheu “La Campanella” de Lizst.

Fechei meus olhos, para que pudesse apreciar e escutar cada nota com precisão. Ela tocava suavemente, e nas notas mais altas, era mais intenso, mas era em uma intensidade maior do que na peça de ontem, e mesmo tempo, não soava agressivo. Mas acho que refletia o estado dela, por assim dizer; mesmo estando super feliz por se apresentar em Paris, a pressão era muita.

 Deve ser por isso que colocou tanta intensidade na música. De outro lado, as notas mais leves, eram reconfortantes e traziam paz, tranquilidade, uma calmaria imensa, que alivia qualquer um, pela delicadeza com que ela tocava. Ela conseguiu me comover de novo (sim, chorei) e com certeza deve ter alcançado o coração de todos ali presentes. Ao término da apresentação, ela foi aplaudida e agradeceu timidamente com um aceno de cabeça e se retirou. Logo fui falar com ela:

Natsume, você estava maravilhosa! disse, secando uma lágrima, alegremente, admirada com ela.

Nee-chan... Obrigada por vir!! e me abraçou, feliz por eu ter ido prestigiá-la e ao olhar para Kashino ela comentou, alegre Ei você trouxe companhia mesmo, hein!

Ficamos corados ao ouvir isso. Corei mais ainda quando ela me revelou, baixinho, no meu ouvido:

Eu já sabia que seria ele o seu “acompanhante”

Acho que Makoto escutou o cochicho entre nós, porque corou instantes depois.

— Você ainda tem mais apresentações, Natsume?

Não sei, mas acho que não. Essa foi uma apresentação, mas não é competição nem nada.

É mesmo? inquiri, curiosa

É sim, só vim aqui porque fui escolhida, como uma das melhores da minha turma.  A intenção é “reconhecer os talentos das pessoas” E mesmo se fosse uma competição/festival ou algo assim, pouco me importam os resultados. O importante é dar o meu melhor, não é mesmo? ela completou, sorrindo.

Natsume... Você mesmo muito sábia... eu a elogiei, com suspiros, e a abracei.

Nee-chan, daqui a pouco nós vamos indo... Tem planos pra mais tarde?

Quem sabe... eu pisquei a ela, mas ainda estava na dúvida.

Entendi... ela sorriu como quem fica imaginando situações que nem aconteceram ainda Então até mais! e fez sinal de se retirar

Natsume! Espere! eu gritei, e ela se virou para mim Até quando vocês pretendem ficar em Paris?

Até o fim de semana ela respondeu de imediato

Então ainda nos veremos por um tempo eu disse, feliz de ter um tempinho a mais com minha família

Claro! ela sorriu de ponta a ponta Agora vá aproveitar o resto do dia com seu companheiro, Nee-chan! Beijo, beijo. Fui!

Sorri em resposta e logo depois chamei Kashino, avisando que minha irmã provavelmente não teria mais apresentações e que poderíamos nos retirar. Quando estávamos saindo do local, perguntei a ele:

Poderíamos aproveitar o resto da tarde, o que acha?

Ok ele concordou O que quer fazer?

Poderíamos comer alguma coisa... E aproveitar para apreciar a paisagem. Gosto da Torre Eiffel

Então seu plano é basicamente comer ele zombou de mim, com bom humor.

Não tem nada melhor que comer! eu exclamei igualmente bem humorada.

Verdade ele concordou comigo, rindo.

Um instante depois, a ficha caiu: Eu tinha um encontro a sós com Kashino? Oh, meu Deus do céu... Um momento a sós... Era tudo o que eu mais queria nos últimos tempos. Nem me lembro de quando foi a última vez que ficamos sozinhos... Tinha que aproveitar essa oportunidade a qualquer custo.

Pouco tempo depois já saímos de mãos dadas e decidimos que primeiro iríamos respirar um pouco e apreciar a vista, mas também comeríamos algo. Mas, o que realmente importa é que eu estava com ele e sentia que sempre que ele segurava em minha mão e eu na dele, meu corpo vibrava e me transmitia a segurança e a paz que eu estava procurando.

Caminhávamos tranquilamente pela cidade e eu tirava várias fotos de lugares ou coisas que me atraíam. Conversávamos sobre diversas coisas, ouvíamos um ao outro atentamente e trocávamos ideias. Apreciávamos cada momento juntos e cada detalhe ao nosso redor. Um tempinho depois já havíamos chegado a um pequeno bistrô.

Cada um de nós pediu um café e uma sobremesa.

Estava bom, mas como sabem, a gente sempre tem o sabor que prefere...

Enquanto mordiscava o doce e bebericava o café, eu fitei Kashino intensamente, e lhe disse:

Sabe, esses doces estão deliciosos, mas os que faz são os que eu mais gosto. Tem um sabor único.

Ele apenas sorriu em resposta, mas dava para ver o quanto era gratificante a ele ouvir algo como aquelas palavras (que foram bem sinceras da minha parte)

Após alguns minutos, pedimos a conta e continuamos a nossa caminhada por Paris, naquela tarde de sol, e sem nem perceber, tão logo (demorou menos do que eu imaginava que demoraria) já estávamos frente à Torre Eiffel. Ao chegarmos lá, ele me disse:

Tenho uma surpresa para te fazer declarou com a voz suave

Surpresa”, pensei. Eu sempre gostei de surpresas, mas em uma situação daquelas podia acontecer de tudo, e eu estava com o coração a mil, esperando o que vinha pela frente.

Surpresa eu repeti, ansiosa, as mãos começando a suar

Sim, mas primeiro eu gostaria que soubesse dos meus sentimentos por você, bem mais a fundo.

Eu fiquei totalmente paralisada e de ouvidos abertos.

De repente as palavras simplesmente resolveram sumir.

Deixe-o continuar a falar, afinal eu estava curiosa

Primeiramente, quero que saiba que você é diferente de qualquer outra garota que eu conheci; é determinada, sempre faz o seu melhor para conquistar o que quer. Ao contrário de mim, você não guarda os sentimentos apenas para você, porque é honesta e pura. Você sabe que a maior e melhor chave para tudo, são a persistência e o amor; a vontade de vencer, de se superar, e de fazer as pessoas felizes. E é por isso que eu te admiro e te amo tanto. Mas eu quero que você saiba e lembre-se disso todos os dias da sua vida, e por isso, te entrego esse pequeno presente, com todo o amor e carinho Ele me deu o objeto e eu senti um pouco mais da sua mão macia sobre a minha. Era um colar prateado em forma de morango, e continha nossos nomes escritos, um de cada lado. Peguei o presente ainda emocionada com sua declaração, imensamente grata por todo aquele momento mágico que estávamos tendo.

Ainda sem saber como lhe agradecer, eu lhe revelei:

Makoto... Eu amei. eu pronunciava cada palavra de forma solene, mas também de maneira pausada, soando um pouco hesitante, já que estava procurando as palavras certas para usar Sua surpresa, sua declaração, e tudo o que me disse de maneira tão amável e sincera, tão sua, tão somente sua... Estou muito agradecida por tudo, mesmo, nem dá pra dizer o quanto estou feliz e quão grata estou. Não há palavras que descrevam isso, nem todo e qualquer sentimento que eu tenha no meu coração, porque são infinitos. Porque eu te amo imensamente, Kashino Makoto. Eu te amo e após fazer essa breve declaração a respeito do que eu sentia naquele momento, eu lhe beijei, da maneira mais forte e demorada de que se tem notícia. Porque naquele instante, era eu que desejava que ele se desse conta dos meus sentimentos, e de como são extremamente recíprocos e destinados a ele. E eu pertencia inteiramente e infinitamente a ele.

Nenhum comentário:

Postar um comentário