quarta-feira, 11 de janeiro de 2023

[Resenha] Arisa, por Andou Natsumi – Volumes 01 e 02

 

Capa do Volume 01

Informações da obra:

Título: Arisa

Autora: Andou Natsumi

Ilustradora: Andou Natsumi

Ano de publicação: 2009 – 2012

Demografia: Shoujo

Gênero: Escolar, Suspense e Mistério

Número de volumes: 12

Número de capítulos nos volumes: 4 (capítulos 01 a 04, volume 1) e 4 (capítulos 05 a 08, volume 2)

 

Scan de tradução em português: Toshi wa Yume Scan

Onde ler: Toshi wa Yume (leitor próprio da scan)

 

Sabe aquele suspense escolar que te deixa com gostinho de quero mais a cada página? “Arisa” faz o tipo dessa narrativa e aborda temas atuais importantes, como a exclusão social, depressão e suicídio.

Através das personagens, podemos ver a reação dos alunos e analisar a consequência de dar um pouco do “gostinho” de poder às pessoas, concedendo-lhes seus desejos pessoais e dando-lhes a oportunidade de fazerem o que quiserem, eliminando quem bem entenderem de seu caminho. A ganância e a falta de compaixão pelos demais logo toma conta do coração destes indivíduos, somente esperando a hora que as suas vontades sejam feitas, e brigando para consegui-lo

E quem não concorda com o “Rei”, ou seja, a misteriosa pessoa que realiza os desejos, e com o resto da turma, é chamado de traidor. Por aqui podemos perceber o que se chama “efeito manada”, que é o fato de todos concordarem cegamente com um conceito ou objetivo inquestionavelmente somente seguindo os demais, sem opinião própria, mas se houver alguém que contrarie, essa pessoa pode ser fortemente perseguida, como também ganhar aliados – aqueles que estão dispostos a sair da bolha e descobrir a verdade.

É isso que acontece com Tsubasa e Manabu.

A primeira, é uma das protagonistas, irmã gêmea de Arisa (que leva seu nome na obra). Depois da tentativa de suicídio de Arisa, Tsubasa decide ir para escola onde ela estuda e conhece os colegas de Arisa e os mistérios que a envolvem, inclusive “A Hora do Rei”, todas as sextas-feiras, no quarto período.

O intuito é descobrir quem é o dito Rei e quem está por trás dos desaparecimentos de pessoas próximas – do núcleo de convivência dos alunos dessa escola e desvendar também o que de fato motivou Arisa a tentar tirar sua própria vida, a ponto de ficar desacordada por um mês.

A coragem de Tsubasa em correr riscos e enfrentar grandes desafios em prol da verdade encoraja Manabu – um dos alunos que investiga sobre o Rei – a continuar sua busca. O envolvimento de Arisa com o “Rei” é o que dá o suspense para a história, pois o segredo da adormecida protagonista vai muito além do que a nossa imaginação pode nos levar.

Nesse primeiro volume também podemos refletir sobre o quanto conhecemos realmente uma pessoa. Tsubasa, a gêmea mais temperamental e com um senso de justiça inegável, pensava que conhecia tudo sobre sua irmã Arisa através de suas cartas, que recebeu durante três longos anos; seus gostos, preferências, rotina e amigos. Mas, no momento mais crítico da vida, Tsubasa então percebeu que não conhecia a fundo a irmã que tinha; como se sentia de verdade, os problemas que passava por trás de sua “vida perfeita” de aluna-modelo e popular, e os sentimentos e sofrimentos escondidos no lugar mais fundo de seu coração.

Conhecer uma pessoa requer profundidade. Muitos sabem o que fazemos ou deixamos de fazer, mas poucos sabem de nossos “cárceres mentais” e “fantasmas da mente” (apropriando-me dos termos do ilustre escritor Augusto Cury) que circundam o nosso interior.

A mente humana pode ser o mais brilhante ou o mais destrutivo dos instrumentos, tanto para os outros quanto para nós mesmos. Os humanos foram criados com o dom da inteligência, da imaginação, mas poucos são aqueles que o utilizam com sabedoria, uma vez que, em sua maioria, as pessoas o fazem unicamente em prol de seus interesses, sua vaidade, benefícios e ganância.

Este mangá de suspense, além de nos prender à sua leitura, nos trazem pontos importantes para refletirmos a respeito dos comportamentos humanos e as consequências psicológicas às quais acarretam.

Andou Natsumi mostrou que sabe tanto cativar com sua escrita quanto com seus desenhos (conheci a arte dela no fofo mangá “Kitchen Princess”), demonstrando sensibilidade ao criar uma narrativa tragicamente real. A referida mangaká já está entre as minhas preferidas, e com certeza lerei mais obras dela!

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