sábado, 11 de fevereiro de 2017

Capítulo 3.1 - "Vamos a um passeio!"

POV Adrian Avery
Ah, a Bela Adormecida despertou! Foi a primeira coisa que lhe disse naquela manhã Não está com fome, senhorita?
Ela respondeu de uma maneira nada delicada, encarando-me e me pedindo para esperar
Sugiro que vá na frente
De maneira alguma, eu te espero Eu tinha o dia livre, além de que eu gostava de provocá-la o máximo possível. Ela era extremamente prática e ela somente precisa arrumar seu cabelo, algo que fez rapidamente
Então, vamos? Eu lhe perguntei, estendendo a minha mão cordialmente, e pela primeira vez em algumas horas ela concordou comigo, pacificamente, sem me questionar. Estendeu-me a mão e eu a guiei para comermos algo bem reforçado naquela manhã e assim se fez. Ao término da refeição, perguntei à Beth:
Tem planos?
Não, mas...ela sentiu corar, colocando as mãos nas próprias maçãs do rosto, e eu percebi que ela estava realmente corada. Devia estar imaginando coisas...
Então, me acompanhe por hoje, Milady
Como? Está querendo algo de mim? Ela perguntava, desconfiada e na defensiva
Quero sim lhe disse, com um sorriso intencional direcionado a ela, que me perguntou:
E o que seria?
Como assim “O que seria? ” Ela tinha problemas, por acaso?
Quero que me acompanhe por hoje, senhorita. Ou você é surda?
Surda eu não sou, mas essa sua gentileza extrema para comigo é completamente descomunal
Tem certeza do que pensa a meu respeito, Milady? Eu a desafiei
Tenho sim Ela continuou séria, mas eu tinha impressão que não era exatamente isso que ela queria dizer, então perguntei a ela
—Não se lembra da noite anterior, Senhorita March? Eu estava realmente curioso, mas queria saber se aquela pergunta um tanto intencional ia surtir algum efeito na mudança de comportamento/opinião de Beth.
Não tive sorte. Não adiantou nada, ela continuou a responder-me no mesmo tom indiferente de antes, como quem não quer absolutamente nada comigo – muito menos naquela manhã de domingo –
Além do fato de você ter sido totalmente arrogante? Não, não me lembro de nada
Então era isso. Ela não deve ter sentido/percebido que na noite anterior eu fui vê-la secretamente e gentilmente, eu a acariciei. Ela não sabia disso, nem fazia ideia. Mas eu ainda tinha minhas dúvidas. Apesar de suas palavras indiferentes, será que ela realmente não se lembrava de nada do que havia acontecido? Será que aquele beijo... não significou nada a ela?
Ei, por que eu estou pensando neste assunto?! Ainda mais a esta hora da manhã! O que estava acontecendo comigo? Eu nunca fui de refletir sobre sentimentos nem nada do gênero, mas de repente só penso nisso. Oh, isso sim é realmente descomunal da minha parte!
Por fim, já tentando afastar aqueles pensamentos alheios de minha mente, eu apenas lhe encarei por alguns segundos e lhe disse:
Então, vamos ao nosso passeio?
Para minha surpresa ela imediatamente concordou, estendendo-me sua pequena mão. E desta vez, não havia mais ironias trocadas entre nós. Ela sorriu de canto e eu retribui, pois desta vez eu não estava sendo sarcástico nem fazendo nenhum jogo de palavras ao oferecer-lhe o meu tempo e a minha gentileza para um passeio. Naquele domingo, eu queria ficar com ela, e apenas com ela
Rapidamente, chamei por Kurt e avisei a ele que estaríamos de saída. Ele imediatamente disse que compreendia, deixando-me satisfeito. Não demorou para que eu pegasse um cavalo e saíssemos a passeio. A viagem até o local onde a levaria demoraria cerca de 7 horas de viagem. A princípio seguimos viagem silenciosamente, mas quem quebrou o silêncio entre nós foi ela: Elizabeth March
Para onde exatamente você está me levando? Ela perguntava-me curiosamente
Não consegue ficar quieta e esperar a surpresa, Beth?
Então ela se calou por alguns segundos e disse:
Surpresa? Ela estava impressionada com aquilo
Assenti.
Sim, Beth, uma surpresa para você. Então você vai esperar?
Então, quando achei que estava tudo resolvido sobre aquele assunto, ela começou a argumentar, imaginando coisas que nem haviam de fato acontecido ainda
Eu agradeço muito, mas é que eu tenho pensado tanto na Meg que...
Droga! Ela estragou meu plano de surpreendê-la! Como vi que ela não ia parar de falar, eu a interrompi devolvendo-lhe com uma pergunta:
E para onde a senhorita acha que eu estou te levando, Beth?
No mesmo instante, ela se calou de vez. Estava completamente sem reação àquilo. No fim, o meu plano não foi totalmente um fracasso, porque naquele momento percebi que eu realmente havia conseguido surpreendê-la, sem nem precisar apelar para truque algum.
A única estratégia que eu precisava para ter sucesso com ela – e para vê-la contente naquele dia –, era realizando seu desejo.                                        

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