Nota: "Sunbae" é maneira que os coreanos chamam alguém com mais experiência que eles, semelhante a "veterano". Apesar de a história se passar na Inglaterra, vou colocar algumas expressões de tratamento em coreano, uma vez que a autora é coreana e algumas formas de tratamento como esta, estavam presentes no manhwa original
POV Adrian Avery
Quando eu a vi, já de noite, a primeira coisa que pensei no momento foi: “O que raios ela está fazendo aqui? ” Aproximei-me ainda mais para ver seu estado. Ela parecia exausta e cansada e não entendia por que motivos ela teria para estar ali, parada na calçada, em uma noite chuvosa como aquela
POV Adrian Avery
Quando eu a vi, já de noite, a primeira coisa que pensei no momento foi: “O que raios ela está fazendo aqui? ” Aproximei-me ainda mais para ver seu estado. Ela parecia exausta e cansada e não entendia por que motivos ela teria para estar ali, parada na calçada, em uma noite chuvosa como aquela
—Beth? —Eu a chamei, logo atrás dela, que se assustou, dando
um sobressalto
—O que você está fazendo aqui? —Ela me questiona sem perder tempo, e eu a rebato, como
quem não quer nada:
—Eu é que pergunto isso, garota! Que diabos você está
fazendo aqui, parada no meio da chuva? —Ela
de alguma forma mexia comigo, e apesar da grosseria, eu estava preocupado com
ela.
—Se eu te disser você não vai acreditar mesmo. —Ela falava, dando de ombros, como se não fosse nada de
importante
—Beth, diga logo o que se passa!
—Eu estou à procura de Meg. Ela.... Nos deixou
Fiquei pensativo, sem
dizer nada, e ela continuou:
—Quero abraçá-la uma última vez, Adrian, custe o que
custar —ela estava determinada, batendo os pés nas poças
d’água que se formavam por conta da chuva
Eu estava impressionado
com ela. Ela queria ver a irmã uma última vez e se despedir dela, ainda que Margareth
March já tivesse partido. Mesmo assim, não consegui dizer nada mais gentil a
ela, então as únicas palavras que saíram foram:
—Você é estúpida, garota?! Você nem mesmo sabe onde ela
está!
—Não começa! Você está parecendo a minha irmã falando
assim!
—E você não escutou, certo? —Eu a provoquei
—Tirou a noite para me provocar, Senhor Avery? —A Beth quase nunca me chamava pelo sobrenome. Sinal de
que ela já estava ficando irritada
—Imagina, senhorita —eu
lhe respondi com uma pontinha de sarcasmo, sem nada melhor para responder
àquilo, e ela pareceu não se convencer muito daquilo.
Com uma pausa, eu lhe
interroguei, desta vez, sinceramente:
—Por acaso sua irmã te
deixou uma carta?
Ela pareceu estar
enormemente surpresa com a minha pergunta, porque arregalou os olhos e
devolveu-me com outro questionamento:
—Como você sabe disso?
—Eu não sabia de nada, Beth, acredite. Apenas perguntei
por curiosidade
—Está dizendo a verdade? —Ela
perguntou, analisando de cima a baixo, um pouco desconfiada, arqueando as sobrancelhas.
—Sim, é verdade. E se quer saber eu também recebi uma
carta
—Uma carta de quem? —Seu
tom de voz continha um misto de surpresa e curiosidade
—Gregory Thomas —respondi,
imediatamente, e ela colocou a mão na boca de tão espantada que estava com
aquela informação
—Mas isso...— Ela
começou, e eu já até sabia o que ela iria comentar
—É muita coincidência —comentamos
ao mesmo tempo
Aproximei-me dela e fiz
carinho em suas maçãs do rosto. Por alguma razão eu estava com vontade de
acariciá-la e os conselhos de Greg sobre não a deixar partir ainda continuavam
em minha mente. Raios! Por que Greg tinha que ser tão melhor com as mulheres do
que eu?
—Sim, é muita coincidência, Beth! —Eu lhe disse, dessa vez um pouco mais gentilmente —É estranho nós dois recebermos cartas no mesmo dia!
—Espere um pouco, Adrian! Se você também recebeu uma
carta, então você por acaso sabe onde Greg-sunbae e Meg estão? Ou ele também não
deixou endereço nenhum no envelope?
—Tem um endereço, mas eu nunca ouvi falar do tal lugar
—Não importa! Adrian, você precisa me levar até Meg! Eu
PRECISO vê-la! —Beth suplicava-me, insistente.
—Não, agora não. Você não
está bem! Nem tem mais forças de tão cansada que está! —A minha voz soava mais tranquila, de maneira a
convencê-la e acalmá-la devido àquela situação. Todavia, de nada adiantou,
porque ela continuou a insistir-me:
—Mas você pode me levar até lá! Está a cavalo, certo? —Ela tentou me convencer, fazendo-me uma pergunta
retórica, e eu apenas a fitava para ver até onde ia aquela teimosia toda.
Contudo, não resisti à tentação de dizer-lhe:
—Garota tola! —Eu
a xinguei —Mesmo que eu te leve até o local, com que expressão
vai recebê-la? Com essa expressão de cansada mesmo? Só a preocuparia ainda
mais, porque como você sabe melhor do que eu, a Senhorita Meg sempre foi
extremamente sensível. E quando o assunto era você...
—Ela sempre me protegeu
—Exatamente por isso que você não deve preocupá-la
—Mas eu já estou melhor! —Ela
alegava, e claro que eu não me convencia de nada daquilo, porque ela ainda
estava visivelmente cansada —E, afinal, eu apenas quero abraçá-la. Que mal tem
isso? Só estou te pedindo uma carona! —Ela explodiu —Sem contar que eu nunca te pedi nada, Senhor Avery! —Ela
me chamou de novo pelo sobrenome, sinal que ela já estava altamente irritada
—E que mal tem em você
parar de ser teimosa, Senhorita March? Que eu saiba a saúde e o bem-estar de
alguém é bem mais importante do que ficar se arriscando por aí!
—Desde quando você se
importa comigo, posso saber? E a minha irmã é mais importante do que eu,
entendeu?!
—Cale-se, eu não penso da
mesma forma que você, senhorita. E controle-se, estamos em uma estrada. Quer
que o resto da cidade te escute também?
—Pouco me importa a tua maneira de pensar. Apenas sei
que seguirei em frente—ela afirmou, batendo os pés, insistente, já se virando
para continuar seu caminho
—Seguir em frente? Nesse estado? —Eu a interroguei com perguntas retóricas e
intencionais, as quais ela nem se deu o trabalho de responder, e continuou a
dar seus passos, ignorando-me completamente. Mas eu não permiti que ela
prosseguisse, tampouco me daria por vencido.
Foi então que peguei em
seus braços com força, a ponto de ela reclamar:
— Ficou louco? O que você
pensa que está fazendo, puxando-me desta maneira?
—Onde a Senhorita pensa que vai? —Inquiri, com um sorriso torto, e então a peguei e a
montei no cavalo —A Senhorita vai passear comigo —falava, ainda sorrindo maliciosamente
—O quê?!
—Apenas cale-se, mocinha. —Eu tapei sua boca, delicadamente —Você logo verá onde nosso passeio te levará
Eu com certeza a levaria à
minha casa, pois era o mais sensato a se fazer em um momento como aquele, goste
ela ou não. A viagem demorou horas e horas, até que em certo momento, a
senhorita atrás de mim comenta:
—Eu conheço esta estrada
—Todo mundo conhece esta estrada, Beth —Respondi-lhe como quem não quer nada, para não deixar
muito evidente o meu plano de escoltá-la à minha residência.
—É, todo mundo...—Ela
claramente não havia se convencido das minhas palavras, mas pelo menos ela se
aquietou um pouco. Mais duas horas de estrada e finalmente havíamos chegado na
mansão
—Chegamos, senhorita!
—Mas aqui é a tua mansão! —Ela exclamou, ao chegarmos frente ao local
—Exatamente, senhorita! É este o local em que passará a
noite
—Não estou acreditando! —Ela
exclamou, enérgica
—Pode acreditar, você não está sonhando
—Quer parar com isso? Por que me provoca tanto? —Ela ainda estava brava e de braços cruzados, mas eu
não me importei, pois ela chamava ainda mais a minha atenção quando se
irritava, e dava ainda mais vontade de mirá-la nestes momentos. Não querendo
revelar nada a ela e não importando nem um pouco com a braveza momentânea dela,
- eu sabia que isso era apenas passageiro -, eu apenas lhe disse, natural e
casualmente:
—Ah! Eu gosto de te provocar, Senhorita
—Estou percebendo, e estou começando a não gostar disto
—Ela comentou e eu dei de ombros
—Mas voltando ao assunto principal, Senhor Avery —Ela começou e eu até já sabia até onde aquela conversa
chegaria —Não era para estar aqui, e eu nem queria estar aqui!
Eu queria ver a Meg!
Sabia que ela ia dizer
essa mesma coisa pela milésima vez, mas eu já tinha a resposta na ponta da
língua, e estava certo de que desta vez ela cederia às minhas palavras
—Amanhã te levo para vê-la. Por ora, descanse aqui
—Já que discutir contigo não resolverá nada...—ela comentou, assentindo, derrotada pela primeira vez
—Ainda bem que me entendeu. Agora, vamos entrar —eu disse, guiando-lhe à entrada da mansão e ela me
acompanhou. Quando adentramos, Kurt já estava a postos para nos receber
—Seja muito bem-vindo de volta, Senhor Adrian—ele se pronunciou com uma reverência.
—Agradeço a recepção, Kurt.
—Não há de que, Senhor! Se me permite a pergunta.... De
quem se trata esta graciosa dama ao teu lado, Senhor?
—Trata-se da Senhorita Elizabeth March, da prestigiada
família March. Esta jovem passará a noite aqui, portanto ela ficará no quarto
de hóspedes esta noite.Comunique à família dela que ela ficará aqui e diga para não se preocuparem
— Está na mais perfeita ordem. E claro, lhes comunicarei prontamente —ele garantiu a mim
—Assim que gosto
—Há apenas uma coisa
restante para tratar-lhe, Senhor Adrian
—E a respeito de que ou
de quem seria, Kurt?
—A respeito da honorável
Senhorita Leonora. Ela esteve aqui na propriedade há algumas horas atrás,
procurando pelo senhor e comunicou-me que havia alguns assuntos para tratar apenas
com a tua pessoa. Parecia ser de extrema importância a julgar pela expressão da
senhorita Leonora, que espera prontamente teu retorno, Senhor
—Compreendo. Entretanto,
seja o que for, vou adiá-lo, visto que amanhã terei um compromisso marcado.
Diga-lhe que estarei disponível para falar-lhe somente daqui a dois dias
—Como desejar, Senhor —E
se retirou dali, após despedir-se com uma última reverência. Quanto a Elizabeth
March, ela me fitava intensamente, provavelmente por conta do que ouviu a
respeito da “pendência” com Leonora, mas nada comentou sobre o assunto. Eu a
escoltei até o quarto de hóspedes, onde ficaria por algumas horas. Mal chegamos
ao local, e aquela tonta começou a discutir outra vez (acho que certas coisas
nunca mudarão, afinal)
—Como pretende me levar
amanhã?
—Da mesma forma que hoje—respondi-lhe
ironicamente
—Você entendeu a
pergunta, Adrian, não tire a minha paciência
—Já se esqueceu que eu
sou? Sou o herdeiro da honorável Família Avery. Ninguém ousa me contrariar,
afinal sou Adrian Avery
—Quase ninguém, você quer
dizer. Porque eu contrario-te sim!
—Ah, é! Quase me esqueci
de você, senhorita —a provoquei, sarcástico, fingindo ter esquecido dela
—Eu te odeio sabia, seu
arrogante?!
—Só porque você me
insultou você terá uma penalidade enorme, Elizabeth March—e então eu segurei em sua cintura fortemente e a
beijei, de uma maneira igualmente forte e enérgica. Era extremamente tentador
eu ter que resistir beijá-la e apenas mirá-la de longe, e com ela ali à minha
frente, percebi que naquele instante eu queria ficar com ela
Após soltá-la, ela abriu
a boca para dizer-me alguma coisa, mas não conseguiu fazê-lo, por conta do
choque daquele momento. Eu por outro lado, disse-lhe casualmente, como uma
última provocação (até o momento) daquela noite:
—Eu também te odeio, Beth. Durma bem e sonhe comigo,
tudo bem?
—Ah! Deixe de ser idiota, Adrian! —Foram as suas últimas palavras daquela noite, mas
àquela altura eu já estava um pouco longe dali...
Naquela noite tentei
dormir, mas não foi possível, fiquei apenas pensando na Beth. Não entendia o
porquê de estar com ela rondando a minha mente até altas horas da noite, e,
contudo, era apenas nela que conseguia pensar. Estava tão inquieto que resolvi
sair do meu quarto e ir direto para a sala, ler um livro, mas de nada adiantou,
porque continuei inquieto, rodando em círculos pela sala, de um lado para o
outro, com a imagem daquela garota invadindo a minha mente por completo, sendo
que eu nem mesmo sabia o motivo daquilo. Por que tantos pensamentos
direcionados a ela? Por que eu estava lembrando do momento em que a coloquei
para montar no cavalo? Por que aquela cena daquele beijo ardente que havia lhe
dado há uma hora atrás ainda continuava em minha cabeça, e não queria sair de
maneira alguma? Por que eu desejava tanto tê-la por perto? Por que eu desejava
tanto sentir seu corpo contra o meu? Por que, raios?! Por que?!
Percebendo que aquilo não
me levaria a nada, e que não chegaria à conclusão alguma, sem contar o fato de
que o sono já havia desaparecido há bastante tempo, decidi que a veria uma
última vez naquela noite. Sorrateiramente, levemente, e sem fazer barulho
algum, abri a porta com cuidado e leveza para não a acordar. Aproximei-me dela,
que dormia como um anjo, e senti sua pele branca e macia uma vez mais. Acariciei-lhe
as suas macias maçãs do rosto, com a palma da minha mão carinhosamente, e em
seguida, seus cabelos, cujos fios negros como o anoitecer eram tão macios
quanto seu rosto. Por fim, a beijei discretamente, porém com tenacidade, em sua
pequena testa, e lhe disse, sussurrando:
—Elizabeth March, você é estupidamente honesta. Durma bem,
tenha uma boa noite de sono
Independentemente do fato
que nós somente discutíamos, e de que ela me disse que me detestava, naquele
momento era o que eu desejava àquele anjo: uma boa noite de sono. Mas algo bem,
bem lá no fundo me dizia que eu desejava muito mais a ela. Ela era muito
preciosa para mim.
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