quinta-feira, 29 de junho de 2023

[Reflexões de “A Infância de Romeu e Julieta”] Bernardo x Vera x Gláucia: Aparências, Caráter e Opiniões Concretas

 

Bernardo se demite da Holding 

Bernardo é um dos meus personagens preferidos de “A Infância de Romeu e Julieta”, por ser verdadeiro com suas ideias e princípios, nem que para isso, tenha que contrariar as vontades e decisões de seu pai, Leandro Monteiro.  

Ele é o filho inteligente e idôneo, que subiu na vida por seu esforço apesar do privilégio de nascer em uma família abastada. Por conta disso, ele representa o tipo de pessoa que “pensa fora da caixinha”, fora da “bolha” pessoal de intrigas em que vive seu pai e o rival dele, Hélio Campos.  

Deste modo, ele consegue enxergar os dois lados da moeda, vendo a situação de uma maneira bem mais ampla do que uma rivalidade entre duas famílias, se posicionando em favor do que é certo, se demitindo por não concordar com os planos de seu pai em demolir a antiga casa da Telma.  


Leandro, o inegociável homem de negócios 

Ser uma pessoa de princípios é o que todo ser humano deve ser, pois demonstrar o caráter de alguém. O problema que surge, porém, em “sair da bolha” é que muitos indivíduos hoje estão acostumados a ouvir aquilo que lhes agrada, e não se abrem ao contraditório. Essa pessoa seria representada na novela pelo próprio Leandro, que não viu problema algum em seu filho deixar a Holding, uma vez que não desejam ter oposição  

Só por isso, podemos perceber que Leandro possui um projeto de poder, e não uma solução ao povo de Castanheiras, embora a justificativa dele se embase em dar benfeitorias para o bairro.  

Sabe-se que, para arranjar inimigos, não é necessário declarar uma guerra, basta abrir a boca e expressar uma opinião divergente da maioria.  


Vera, a conveniente 

Ciente da situação, alguns, em detrimento de sua estabilidade social decidem não se indispor com seus superiores e continuar no seu emprego. Isso se metaforiza na personagem Vera Monteiro, esposa de Bernardo e a preferida de Leandro.  

Ela é do tipo que concorda com as propostas do sogro e faz de tudo para não se indispor com ele, muitas vezes mediando conflitos entre Bernardo e Leandro, estando sempre a favor deste último. Ela até pode ser retratada como a mulher empreendedora, mas para mim, ela representa, na verdade, a pessoa arrogante por sua posição e que faz o possível para não a perder, agindo com conveniência e não por princípios, como faz seu marido.  


Gláucia, a interesseira de plantão 

Gláucia Monteiro por sua vez, representa aquela típica madame que possui etiqueta de preço e não valor. É a famosa “filhinha de papai”, que nada construiu durante a vida, não é nada inteligente e precisa de seu irmão fora do jogo para ganhar espaço.  

Faz milhares de planos mirabolantes usando sua “criatividade maravilhosa” para impressionar seu pai e ganhar prestígio com ele, que pouco dá bola para as suas ideias. Gláucia sonha em ser uma autoridade, uma pessoa de respeito, mas não se faz ser respeitada por ter um parafuso a menos na hora de agir.   

A educação que dá aos seus filhos também deixa bastante a desejar, mas ela faz de tudo para que eles causem uma boa impressão para Leandro, que tem consciência do desleixo de Gláucia como mãe. Resumindo, a Gláucia é daquelas que deseja convencer os outros pela aparência e não pelo caráter.  

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