quinta-feira, 1 de fevereiro de 2024

[Cumprindo a meta literária] Fedra, de Jean Racine


Informações da peça

Título: Fedra 

Autor: Jean Racine 

Gênero: Tragédia 

Edição: eBooks Brasil

Lido em: 31/01/2024


No último post, fiz uma lista de metas literárias para cumprir este ano. Para a primeira delas, decidi começar pela seguinte: ler uma peça de teatro francesa. 

A obra escolhida foi “Fedra”, uma tragédia escrita por Jean Racine (1639 - 1699), um dos maiores nomes da dramaturgia francesa, ao lado dos colegas Pierre Corneille e Molière. 

A peça é dividida em 5 atos e se passa em Trezene, cidade do Peloponeso, contando com as seguintes personagens principais: 

  • Fedra, protagonista da peça e esposa de Teseu 

  • Teseu, príncipe de Atenas 

  • Hipólito, filho de Teseu, apaixonado por Arícia 

  • Arícia, princesa de Atenas 

  • Ismene, confidente de Arícia 

  • Enone, ama e confidente de Fedra 

  • Teramene, aio de Hipólito 

  • Panope, mulher do acompanhamento de Fedra 

  • Guardas

Sabemos que na mitologia grega, Hipólito era filho de Teseu e Hipólita. Esta última, tinha como pais os deuses Ares e Afrodite, motivo pelo qual toda a sua descendência deveria glorificá-los. 

Entretanto, Hipólito se nega a glorificar Afrodite, e se dedica à Ártemis, a deusa da caça e da vida selvagem. Ofendida, a deusa do amor faz com que sua madrasta, Fedra, se apaixone por ele. 

Desta forma, a narrativa apresentada por Racine se foca na paixão ardente e absurdamente proibida que Fedra sente por Hipólito, sentindo-se culpada e envergonhada por isso, mas não sabendo se conter, pois a emoção é deveras intensa. 

Ela compartilha suas angústias com sua ama, amiga e confidente Enone, uma criada tagarela que acompanha e se compadece das penúrias de sua senhora. 

Em contrapartida, Arícia e Hipólito estão apaixonados e sofrem com este sentimento, desabafando com seus empregados e confidentes Ismene e Teramene 

No meio de toda essa conturbação emocional, ainda temos o drama de Teseu, que, por um tempo, foi dado como morto, mas reaparece na reta final da peça. Não obstante, o triste fim foi para Hipólito, que não pode fugir de seu destino, afinal. 

De forma geral, é uma trama típica de um “quadrado amoroso”, mas que leva consigo certa complexidade, uma vez que são relações incestuosas, algo absurdo na nossa sociedade atual. 

Para dar mais ritmo à peça, o autor se utiliza de versos e rimas nos diálogos, repletos de drama, com inúmeras falas extensas. Em meio a elas, encontramos menções a personagens e locais da mitologia grega, como o Rio Aqueronte. Alguns nomes são mencionados nas versões latinas, como Parcas ao invés de Moiras, para designar as três velhas irmãs que regem o destino. 

No decorrer das páginas, percebemos através dos personagens, que todo ato tem sua consequência e que às vezes, devemos agir pelo racional, pois o amor pode ser traiçoeiro. 

Aliás, a própria deusa Afrodite (mencionada como Vênus, na peça) personifica essa natureza dúbia, em que o amor pode se tornar obsessivo, a ponto de ela ser uma deusa vingativa, causando reviravoltas aos demais. 

Esse foi meu primeiro contato com uma peça de teatro francesa e pretendo ler mais delas durante o ano. Esta foi apenas a largada, que deu muita vontade de prosseguir na leitura do gênero dramático. 

Uma outra meta minha é ler uma tragédia grega, e pretendo ler “Hipólito”, de Eurípedes, que conta sobre esse mito. 

Até a próxima resenha, 

Rebeca 

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