Ok Taecyeon
Quando vi na televisão que eu fui
Selecionado, fiquei sem acreditar. Não conseguia acreditar que aquilo era
realmente verdade. Justo eu, que não queria nem tentar, agora estava entre os
35 Selecionados que disputariam pela mão da Alteza (e pelo seu coração). Agora
que isso estava certo, havia dois fatos consumados: (1) Teria realmente que
deixar Taeyeon para trás, como já havia previsto e (2) eu teria que sair do meu
trabalho de meio período, então, os meus dois terços de salário já eram! A
única pessoa que ficou contente com a notícia foi a minha mãe, logicamente, que
teve seu “sonho realizado” por assim dizer.
Mas, diante dessa situação, só havia uma coisa
que eu poderia e deveria fazer: Falar com a minha amada vizinha: Kim Taeyeon.
Mandei uma mensagem para ela, dizendo para
nos encontrarmos logo, pois precisávamos conversar.
“Onde?” — ela perguntou, em
resposta imediata a minha mensagem.
“Onde for melhor a você: pode ser aqui em
casa ou na sua”
“Okay, venha para cá. Estou sozinha mesmo”
“Tudo bem, estou a caminho”
Em poucos minutos, eu cheguei a casa dela.
Realmente o local estava vazio, então era perfeito para que nós tivéssemos
aquela conversa a sós, sem ninguém para nos interromper.
— Sobre o que você quer falar?
— Escute-me — pedi a ela —
E escuta bem
— Tudo bem, o que foi? — ela estranhou a
minha maneira autoritária de falar, já que eu quase nunca falava assim com alguém,
muito menos com uma garota.
— Eu entrei para a Seleção. Fui um dos Selecionados. —
eu revelei
— E isso não é bom? — ela me questionou,
confusa.
— Não para nós — eu aleguei —
Olha, não sei como dizer isso, mas...
— Fala logo! — ela já estava ficando
desesperada, por causa do “suspense” que estava fazendo.
Aquilo que eu diria a ela com certeza se
pareceria com uma triste canção, daquelas que você sente a tristeza ao
escutá-la, mas eu estava a procura de palavras de que pudessem ser substituídas
por um mero “adeus”. Então resolvi lhe dizer, de modo a acalmar o clima entre
nós, e atenção que tomava conta da garota:
— Eu prometi que ia te abraçar estar aqui todos os dias
com você, te acompanhar sempre, ter a sua mão junto a minha quando quisesse,
mas eu acho que agora está na hora de ambos seguirmos nossos caminhos, e
experimentarmos novos ares...
—
Você está sugerindo que... — ela começou a entender a
minha mensagem indireta e estava com a expressão a ponto de chorar.
— Sim, Kim Taeyeon... Acabou. Não vamos mais nos encontrar
— eu lhe disse.
— Mas eu disse que ia te esperar....
— Eu sei, mas eu te conheço, e sei como você é carente por
trás da sua personalidade forte. E eu quero que você seja feliz, encontre alguém
que te ame, como eu te amei. Vou continuar te amando, só que não será do mesmo jeito
de antes. Apenas isso.
— “Apenas isso” — ela repetiu — Como pode
dizer isso?! — ela soou indignada
— Querida, não me entenda mal —
Eu lhe pedi, acariciando-lhe os cabelos morenos e sedosos.
— Querida? Quem você chama de “Querida”, Taecyeon?! Se
gostasse mesmo de mim, não desistiria de nós! — ela gritou
—
E você acha que eu quero terminar com você? —
indaguei, no mesmo tom — e
com a voz mais calma, prossegui: — O tempo que passamos juntos foi especial; na época em que
crescemos juntos e descobrimos como nos sentíamos, você me deu a luz. Mas agora
está na hora de procurá-la novamente, Taeyeon.
Nenhuma resposta. Ela estava imóvel e
completamente calada
— Por favor, me prometa que encontrará a felicidade e o
amor novamente. E me perdoe — supliquei a ela —
Não deixar esse clima chato e entre nós, e lembrar que a última vez que nos
vimos acabou em uma briga!
— Tudo bem, eu te perdoo, só porque foi
sincero da sua parte falar essas coisas pra mim.
— Amigos, pelo menos?
— Amigos — ela concordou, com um
sorriso fraco.
Fui
para casa, e esperei a noite cair. Não queria pensar em mais nada, muito menos
na Seleção, aquilo já estava me dando nos nervos, especialmente depois de ouvir
minha mãe falar o mês todo desse bendito assunto, e de Taeyeon ter gritado
comigo pela tarde por conta disso. Já era dor de cabeça o suficiente. Tentei
adormecer tranquilo, apesar de a consciência continuar a pesar.
No
dia seguinte, e nos dias em que se seguiram, recebi vários telefonemas e
comunicados sobre “A Seleção” (como se tivesse outro assunto para tratar). Sem
contar que, a semana toda, dia após dia, vinham funcionários do governo esclarecer
como seria o Concurso e demais detalhes pessoais do candidato. A primeira
visita foi de um homem que veio falar sobre as medidas de segurança que
deveriam ser tomadas enquanto estivéssemos no castelo e como funcionaria.
Em
seguida, recebi uma chamada telefônica de Lee Kyu Han, o qual perguntava se eu
precisava de alguma coisa específica, mas respondi que estava o.k. Depois, veio
outra pessoa me visitar para saber as medidas de minhas roupas, que usaria no
Castelo e, por fim, a última visita foi de alguém que veio dois dias antes de
eu partir. Ele começou fazendo perguntas bem pessoais para ser franco
— Desculpe a indiscrição, mas preciso
fazer algumas perguntas extremamente íntimas neste primeiro momento, mas que
são necessárias. Compreende?
— Claro —
respondo naturalmente
— Vi o resultado de seus exames médicos,
e o senhor está em perfeitas condições — ele
me disse. “Ainda bem”. Penso comigo.
— Agora, preciso saber se o senhor é
virgem — ele anunciou.
“Ah,
então essas eram as perguntas necessariamente íntimas que ele precisava investigar”
— Está falando sério? — questiono, atônito.
— Sim — ele
falou seriamente —
Seja franco, por favor.
— Sou virgem sim. E estou falando a
verdade
— Obrigado. Agora vou prosseguir para o
regimento do Concurso
Assenti,
concordando com a cabeça
— A Seleção pode demorar dias, meses ou
anos — ele iniciou.
— Anos?!
— Sim, mas é improvável que demore tanto,
pois não ficaria bem para imagem da Família Real demorar tanto tempo para
eleger um príncipe herdeiro.
— Compreendo.
— Você não determina os horários que
passará com a Princesa. É a Alteza que escolhe quando e com quem quer passar
seu tempo. Tirando este fato, o candidato tem todo o direito de desfrutar ao
máximo o tempo que terá com ela, de modo a ambos se conhecerem melhor, porque
esse é o intuito principal nestes momentos.
Não
respondo, deixei que apenas prosseguisse com as instruções e estava atento a
tudo o que dizia.
— A eliminação dependerá única e
exclusivamente de como a Princesa vai querer fazê-la. Algumas vezes, ela
eliminará os candidatos, e em outras e ela pode deixar por livre e espontânea
vontade do rapaz. Mas, repito: Isso dependerá dela. Caso você seja escolhido
por ela, se casará com a Alteza e toda a sua família também pertencerá à
Família Real. Compreende?
— Sim.
— Bom, então estamos conversados. Ah!— ele exclamou, com a expressão de quem
acabou de se lembrar de algum detalhe importante —
Isto não é e nem será uma regra, mas se possível, nunca negue um desejo da
Princesa, para não desapontá-la.
“Ah, maravilha! Teria que
fazer as vontades de uma Princesa Mimada agora? Que lindo!” Foi
o pensamento que me veio à cabeça de imediato. Detestava garotas mimadas
demais!
Dois dias depois...
Estava
pronto para partir. Despedi-me de minha mãe que me desejou sorte e “avisou”
para que eu tratasse bem a Princesa, uma vez que o privilégio de conhecê-la era
para poucos. Fiz que sim com a cabeça, mas sem dizer nada. Por incrível que
pareça, Taeyeon veio se despedir de mim. E ao que parecia ela estava com alguém...Um
amigo, talvez. Estava feliz por ela, pelo menos estava cumprindo a promessa que
havíamos feito dias atrás, esperava que também estivesse feliz por mim também, tanto
quanto eu estava por ela. Agora eu estava a um passo da Seleção, a um passo de
conhecer Sua Alteza Im Yoona. E uma nova etapa da minha vida se iniciaria.
Nenhum comentário:
Postar um comentário