Ok
Taecyeon
“Quem não assiste ao The Korea Times”? Pensei
comigo. “E quem não conhece a Princesa Yoona?” Aliás, Alteza, diria. Todos
falam da doce Princesa, mas também da Seleção que está por vir. Minha mãe quer
de qualquer forma que eu participe da Seleção, não importa como.
— Veja isso como uma oportunidade para nós. Você sabe que
os últimos tempos não têm sido muito fáceis para a nossa família, e aqui diz
que a família do candidato que participar será generosamente recompensada. — ela falou essas
palavras com mais ênfase, para me convencer de fazer o que ela estava me
pedindo.
— Sei disso, mãe — minha voz soa
compreensiva. Era verdade. A situação estava difícil nos últimos meses. Meu pai
ficou desempregado e tentou outro trabalho (e conseguiu) Eu trabalho meio
período em uma loja, mas o salário não é lá essas coisas, ainda que seja
funcionário público. E mesmo somando-se a renda que eu e meu pai ganhamos, nem
sempre a quantia é suficiente para satisfazer as nossas necessidades —
incluindo pagar as contas. — e vontades
— E também, você poderá conhecer a Princesa! —minha
mãe continuou apontando as “vantagens” que eu teria se entrasse para o Concurso
— Vai que você gosta dela ou vice e versa?
“Ah,
isso seria bem mais fácil se eu já não tivesse alguém no meu coração, mãe. Você
não sabe o quão mais fácil seria”, penso comigo, mas não digo tais
palavras em voz alta. Não tive coragem para fazê-lo, pois não queria de modo
algum decepcioná-la, ainda que nossas vontades não fossem as mesmas.
— Sim, claro, mãe. A Princesa. Vou vê-la de perto se me
inscrever — falo pausadamente, tentando esconder minha falta de
humor na fala — Pela sua expressão, dava para ver que a minha mãe
estranhou um pouco minha reação, ao ouvir o que tinha acabado de dizer.
Entretanto, ela não me disse nem uma palavra sobre isso. Menos mal.
Mas, para não deixá-la a espera de uma
resposta minha, eu lhe disse, sinceramente:
— Vou ver o que faço a respeito disto, tudo bem? —
sabia que ela iria querer saber o que responderia, mas de outro lado, disse
isso porque queria deixar lo
Ela assentiu, e tomei aquilo como um
consentimento. Só não esperava que ela fosse se manifestar tão rapidamente.
— Que tal um acordo? — ela sugeriu
— Que tipo de acordo? — perguntei na mesma
hora
— Se participar da Seleção, você pode ficar com 2/3 do que
receber no seu trabalho de meio período.
Arregalei os olhos, atordoado.
— É sério?!
— É sim, cedo ou tarde, teria que aprender a administrar
seu dinheiro. A hora chegou.
Assenti
— Então, temos um acordo ou não? —
minha mãe indagou
Preferi não contrariá-la. Eu a conhecia bem e
sabia que quando ela põe algo na cabeça é difícil convencê-la do contrário.
Então, eu respondi:
— Negócio fechado!
(...) Depois disso, fui para o meu quarto e
apenas esperei o tempo passar. Queria que as 9 horas da noite chegasse logo
para encontrá-la. Queria ver Taeyeon logo. Fiquei a sua espera por mais algum
tempo, e fique espiando pela janela, para ver se dava para enxergá-la do outro
lado da janela (somos vizinhos), mas quando dei por mim,já havia passado mais
rápido do que imaginava, e havia uma mensagem de celular enviada por ela, na
qual dizia:
“Vamos ao Parque?”
“Claro” respondi imediatamente
“Então seja rápido. Vamos nesse parque aqui
perto de casa”
“Ok. Beijos”
Conforme o pedido de Taeyeon eu agi o mais
rápido que pude e saí de casa sorrateiramente e em silêncio. Encontrei a garota na porta de sua casa, que estava
fechando de leve, para não fazer nenhum barulho ou algo assim. Fomos de mãos
dadas ao local e ao chegarmos nos sentamos lado a lado em um dos bancos que
havia. Fitei-a com carinho, e no mesmo instante percebi que, sob a luz da lua,
seus cabelos se tornavam mais brilhantes, e dava ainda mais motivos para
admirá-la naquela noite.
— Por que você está me olhando assim? —
ela me perguntou, sem jeito
— Nada — respondo de forma breve e
gentil
— Trouxe um lanche para nós. Topa? —
ela perguntou a mim
— Claro que sim! — exclamo, e realmente
a comida que ela trouxe estava deliciosa. E tinha sobremesa, meu doce
predileto.
— Obrigado, Taeyeon — eu estava realmente
grato pela gentileza dela.
— Você está bem? — ela me perguntou
instantes depois, me pegando de surpresa.
— Estou sim.— Por que a pergunta,
querida?
— Você está mais calado hoje. Aconteceu algo? —
ela interrogou — Não queria machucá-la, e nem deixá-la para trás, mas
também não podia esconder-lhe a verdade, e mesmo que quissesse esconder algo
dela, de nada adiantaria, porque ela logo descobriria tudo. Ela é inteligente e
astuta e me conhece muito bem, por isso decidi revelar o que estava
acontecendo.
— Recebi uma carta da Seleção —
contei, e ela logo entendeu do que se tratava, a julgar pela sua expressão.
— E você vai participar? — ela quis saber
— Na verdade, eu não quero, mas a minha mãe insiste...
— E como ela te convenceu? Você não tem cara de quem
participaria de eventos assim...
— Não mesmo! — exclamei —
Ela me subornou — confessei, baixinho
— Que tipo de suborno?
— Dinheiro — Ela me disse que eu
poderia ficar com dois terços do meu salário se participasse. Só concordei
porque sei que convencê-la de algo que ela já determinou dá bem mais trabalho
que qualquer outra coisa. Mas...
— Mas, o quê? — ela se mostrou
curiosa.
— Não quero te deixar para trás, Tae. —
minha voz soava solene — Não mesmo. Eu te amo, e
você sabe disso.
— É claro que sei — ela falou docemente —
É recíproco esse sentimento. Eu te amo — ela disse as últimas
palavras com ênfase, com sentimento — E por isso que estou
pedindo para você participar. Quero que seja feliz e abrace e oportunidade que
tem agora, porque às vezes essa pode ser uma chance única. Aproveite que as
portas se abriram para você, e não se preocupe com nada.
— Você está certa. Nem sei se vou ser Selecionado mesmo...
— Mais um motivo para esfriar a cabeça —
ela disse, bem humorada.
Mas, no mesmo instante percebi que não podeia
descartar nenhuma das possibilidades, até mesmo a de que eu fosse um dos
Selecionados (ainda que não quisesse cogitar essa hipótese)
— Mas e se... — Não terminei a
frase, porque fui pego de surpresa pelo seu olhar penetrante em direção aos
meus, que me faziam me esquecer totalmente de meus problemas, e cada vez mais
ela se aproximava de mim. E eu desejava tê-la cada vez mais perto de mim. Até
que seus lábios se aproximaram dos meus; começou lentamente, mas aos poucos,
foi ganhando intensidade. Era um daqueles beijos calorosos, e envolventes e que
dão a impressão de que nada mais importa, além daquele momento.
Instantes depois, ela se soltou aos poucos de
mim, e me disse:
— Se você ia dizer “E se aquilo acontecer” ou algo assim,
então, a minha resposta é a mesma de antes: Fique tranquilo, não se preocupe —
ela me disse, fazendo carinho no meu rosto. — Eu vou te esperar,
Taecyeon. Eu te amo.
Com aquelas palavras pronunciadas por ela, eu
realmente pude me sentir mais calmo. Logo, foi a vez de eu tomá-la para mim,
beijando com todo o extremo sentimento que havia em mim.Nem eu nem Taeyeon
vimos a hora passar, mas já eram 23 horas num piscar de olhos. Fizemos o
caminho de volta para casa e em seguida nos despedimos rápida e carinhosamente.
Ao voltar para casa, fui correndo ao meu quarto e fiquei pensando em tudo o que havia acabado de passar em exatas
2 horas; Foi naquela noite que decidi me arriscar a tudo. Arrisquei-me falar
toda a verdade a garota que amo. Atrevi-me a beijá-la e trocar carícias com
ela. E arrisquei-me a deixá-la para trás para participar da Seleção. Mas quando
me dei conta de tudo isso e do tamanho da decisão que havia tomado já era
tarde. O que está feito, está feito, e agora só resta eu aceitar as minhas
escolhas.
No dia seguinte, ou seja, apenas algumas horas
mais tarde, falei para minha mãe que poderíamos ir ao Departamento Provincial
em breve. Os olhos dela se iluminaram de alegria ao saber que iria participar
da Seleção.
— Fizemos um acordo, mãe — comecei —
Eu aceito as minhas escolhas, e tenho que honrá-las e fazer valer cada uma
delas. Sei das consequências que trarão, mas se for por uma boa causa, então,
essa é a minha resposta: eu aceito.
Preenchi o formulário com todas as
informações necessárias e nas “habilidades especiais”, destaquei minha habilidade
para esportes (mesmo sabendo que mais rapazes provavelmente também colocariam
isso). Em seguida, fomos direto ao Departamento (que estava cheio, por sinal) e
entregamos o formulário a um dos funcionários.
Será que eu seria um dos Selecionados? Ou não?
Bem, não importa mais agora. O importante é que essa foi a minha escolha. Eu me
decidi, e sabia que dali em diante era só esperar para ver os resultados.
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