sexta-feira, 24 de abril de 2020

[Resenha de J-Movie] Yuki no Hana e as várias possibilidades da "Flor da Neve"

Informações Gerais: 
Título: Snow Flower/Yuki no Hana
País: Japão
Duração: 125 minutos
Diretor: Kojiro Hashimoto
Roteirista: Yoshikazu Okada
Gênero: Drama e Romance

Introdução e apresentação dos personagens
“Yuki no Hana” / “Snow Flower” é um filme de longa metragem inspirado na música homônima da cantora japonesa Mika Nakashima, lançada em 2003 e ficando nas paradas por várias semanas.
Enquanto escrevo esta resenha, escuto do Kyuhyun oppa para entrar no clima, e lembro-me do quão emocionada eu fico com a letra dessa canção e o sentimento que ela me causa. É uma das músicas japonesas (e asiáticas em geral) que eu mais gosto e que mais mexe com o meu coração, muito apesar de eu me identificar emocionalmente de forma mais intensa com os covers e versões em outros idiomas dessa música do que com a própria versão original da Mika Nakashima 😉 Não estou dizendo que ela não cante bem, ela também tem seu mérito, porém eu me sensibilizo mais com o Kyu oppa, por exemplo
Ainda assim não nego que essa canção é uma obra de arte, que eu amo muito, e fiquei bastante feliz quando soube que havia um longa-metragem baseado na mesma, foi como um sonho para mim e fui logo assistir. No entanto, nem tudo são flores, e vou explicar os motivos a seguir
Primeiramente, apresentarei os personagens e em seguida, a premissa do filme, tal como a minha opinião do que faltou o poderia ser melhorado. Não me levem a mal, eu achei o filme legal, porém não tão intenso quanto eu esperava que fosse.
Vamos às estrelas da vez:
Hirai Miyuki (Nakajou Ayami) é uma garota que desde criança tinha o corpo frágil, devido a uma doença, e tem poucos meses de vida. Ela faz de tudo para ter uma vida normal, e seu maior desejo desde a infância era ir à Finlândia para conhecer a aurora boreal de perto. Quando conhece o mocinho, sua rotina ganha mais vida e sua história de amor se inicia.
Gostaria de dizer que achei bastante inteligente da parte da produção nomeá-la “Miyuki”. Segundo o kanji dela “Miyuki” (美雪) é composta pelas letras “Mi” (beleza) e “yuki” (neve), remetendo ao assunto principal do longa, e transmitindo a ideia de que a protagonista é tão bela e pura como a neve. Nomes que tem o kanji também possuem o significado de pureza.
Isso também me faz pensar (em uma teoria que passou pela minha cabeça) que o título “flor de neve”, metaforicamente pode representar a própria protagonista, que está inserida em um contexto de inverno e aos poucos “se desabrocha” mais ao longo da convivência com o rapaz.
Além disso, toda flor é bela, delicada e dura pouco tempo, entretanto tem sua importância. Em paralelo a isso, Miyuki é uma jovem bela e com a saúde frágil, mas que deseja aproveitar o curto tempo que ainda lhe resta
Mesmo senti falta da “flor da neve” (planta), item que comentarei depois.

Watabiki Yusuke (Tosaka Hiroomi): É o mocinho gentleman que encontra Miyuki e a salva depois de ser roubada. A propósito “Yusuke”( 悠輔), é um nome bastante apropriado para ele – não sei se foi proposital – porque é formado pelos kanjis “yu” (calmo ou calmaria, tranquilidade) e  “suke” (ajuda, auxílio), dando a entender que ele é o tipo homem calmo e compreensivo e que ajuda a garota no que ela precisa.
Talvez para você leitor, a escrita do nome dos personagens não seja nada demais, e essa parte da resenha tenha sido uma chatice, por ser absolutamente teórica, mas a intenção da blogueira aqui foi mostrar que o significado do nome de alguém diz muito sobre a personalidade da pessoa, ou o que você deseja para ela – que um filho seja abençoado, por exemplo –, e no caso de dramas e filmes, pode transmitir a ideia da “imagem do personagem”, relacionada com a personalidades dos mesmos e que pode/poderia ser explorada durante o enredo.
Partindo dessas ideias aqui expostas, agora falarei especificamente do filme

1.    Os pequenos detalhes que fizeram grande falta
Para algumas pessoas, detalhes não fazem diferença e são meramente passageiros, mas para alguém detalhista e observadora como eu, fazem grande falta, e penso que, se fossem inseridos na obra, a deixariam mais bela e completa.

1.1.       A flor de neve
O título da obra é “Yuki no Hana”, e devido a isso, senti falta da presença de uma “flor de neve”, no filme. Pesquisando na internet, descobri que essa flor se encontra nos EUA e no leste da Ásia, e pode ser utilizada para fins medicinais, entretanto, nenhum se encaixa com o “quadro clínico”, mal explicado da mocinha, até porque aparentemente a enfermidade dela é incurável.

(Voltando ao ponto...)

Considerando o local onde se passa a história, mesmo que não fosse possível encontrar uma “flor de neve” de verdade, poderiam colocar uma flor branca, de uma espécie delicada, de maneira bem simbólica só para representar.
Seria bem legal se eles estivessem em um cenário bem bonito, fazendo uma promessa utilizando a planta como o símbolo do afeto deles: que assim como a “flor de neve” desabrocha mesmo no inverno, o amor deles seria capaz de superar todas as dificuldades.
Bem, essa parte poderia ser uma ficção, mas remetendo ao assunto, já que não sei quando exatamente a verdadeira “flor da neve” se abre, só pensei que essa seria uma bela maneira de fazer uma promessa digna de um filme de romance, com um toque bem maior de sensibilidade do que o típico “eu vou ficar com você não importa quanto tempo você tenha de sobra”, que sempre acontece nos enredos, sendo um dos maiores clichês quando o assunto é doença terminal. E esse, na minha opinião foi pior ainda, porque ficou no ar o estado de saúde dela.

1.2.       A doença que a protagonista tem
No filme, e na própria sinopse, é dito que Miyuki tem uma doença e por isso possui o corpo frágil, porém não é especificado que tipo de enfermidade ela tem (apenas mostra uma cena em que ela precisa fazer exame de sangue, e parece ser de rotina) e nem quanto tempo de vida ainda lhe resta. 2, 3... 6 meses? Qual a sobrevida dela?
Se tivesse sido mais específico, e se ela se abrisse mais com o Yusuke, eles poderiam se planejar mais sobre o que fazer para aproveitar esse tempo que lhe resta, mas ao invés disso, o filme deixou esse item bastante vago, e consequentemente não souberam aprofundar o diálogo entre os personagens, que poderia trazer a mensagem da obra – sobre valorizar o curto tempo da vida e os momentos que passamos – com mais profundidade e intensidade.

2.    Os clichês da trama e aquilo que poderia ter

2.1.       Clichês
a)    Relacionamento contratual e a falta de comunicação

            Todo mundo está cansado de saber que TODO FILME ou drama, ou a maioria deles, começa com um relacionamento por contrato ou de maneira inesperada.
            Pois bem, eles fizeram o contrato do típico jeito que descrevi acima: “não importa quanto tempo ainda te resta, eu ficarei com você”. Me desculpem a minha chatice como espectadora, mas essa frase ou maneira de pensar (não precisa ser exatamente com essas palavras, mas com essa ideia), já está passando batido para mim.
Antes eu achava bem, fofo, sério! E admito que é fofinho saber que seu amado vai ficar contigo para sempre independente das situações, mas eu acho que um casal de verdade ajuda um ao outro a superar os problemas e não apenas diz que ficará contigo fazendo suas vontades, pra “esquecer os problemas” porque um dia você vai morrer.
A gente se supera se abrindo, deixando a pessoa fazer parte da nossa vida e permitindo que ela saiba como nos sentimos (tanto física quanto emocionalmente), é assim que um casal deveria ser, mas ao invés disso, ela não conta seu estado de saúde para ele, que não tem nem como ajuda-la a dar a volta por cima, já que ele nem sabe o que ela passa nem o porquê da situação ou como ela chegou a esse ponto.
Os sentimentos deles um em relação ao outro não são nada explorados, eles não compartilham as ideias e preocupações do presente e do futuro como um casal realista, e ela nem conta do passado dela para ele, esclarecendo de onde veio a doença e o que ela fez para se superar com o tempo nem nada do tipo. É só um clichê de duas pessoas que se encontram ao acaso, se apaixonam e fazem uma promessa, sem nenhum diferencial no enredo, se comparado com outras obras do mesmo estilo, que contém um(a) personagem com doenças terminais.
Eu gostaria muito que fosse abordado com mais propriedade esses momentos deles, entendendo o coração um do outro, transmitira a mensagem de superação e compreensão de uma maneira mais bela e singela, além de romântica e sensível.
No próximo item dessa resenha (que está mais parecendo um desabafo com teorias minhas, admito), abordarei com maior ênfase algumas coisas que poderiam estar inseridas no longa-metragem, mas que não aconteceram.

2.2. Aquilo que poderia ter
a) Superação da protagonista  

Sabemos que a protagonista tem essa doença desde pequena. Mas, se ela tem essa enfermidade há tanto tempo, como ela fez para superar isso? Ela deve ter ficado arrasada emocionalmente, certo?
E o que ela fez para “driblar” essa situação, para passar a ver a vida de maneira mais alegre e positiva? Que ocupações ela arranjou para preencher os dias dela com mais alegria, mais cor? Ela não tem/tinha nenhum hobby ou trabalho? Algo que gostasse de fazer?
Como foi o passado dela? Seus sentimentos?
E por que deixar tudo isso tão no ar?
Sinceramente, uma história baseada numa música tão maravilhosa, e que EU AMO de paixão, que tem um significado tão lindo, poderia transmitir uma ideia de que os sentimentos e lembranças são eternos, as memórias também, mas as dificuldades podem ser superadas, não apenas no que se diz respeito ao relacionamento amoroso, mas na vida em geral. – Poderiam inserir essas ideias como pensamentos da protagonista, o que daria um toque especial ao longa-metragem, explicitando esses valores  
No que se refere à personagem, poderiam ter construído a imagem da Miyuki como uma menina que consegue vencer os obstáculos da vida, que encontrou na arte, nos estudos, no trabalho e na convivência social e amorosa cada vez mais motivos para viver intensamente, ao invés de se lamentar de sua condição.
É claro que às vezes ficamos tristes, quando achamos que tentamos, mas não parece dar certo. Para ilustrar esse sentimento teve a cena que ela chorou no ombro da mãe dela, foi algo bonito de ver (ficaria melhor se tivesse uma trilha sonora acompanhando), entretanto durante o filme não é mostrado como ela suportou conviver com a enfermidade, nem respondeu nenhuma das perguntas que fiz acima.
Não teve nenhum flashback dela com a família, para relatar os sentimentos mais profundos desde a infância, ilustrando também os bons momentos com os familiares, sendo que esse filme tinha uma premissa bastante emocional e poderia comover ainda mais o telespectador se o roteirista pelo menos tivesse a sensibilidade de perceber como fazê-lo.
Seria bem legal se por exemplo, tivesse uma cena em que ela soubesse tocar violino ou piano por exemplo, e tocasse a música “Yuki no Hana” (na qual é inspirada o filme), naquela parte em que se diz:

“Kimi ga iru to,
Donna koto demo norikireru you na kimochi ni natteru
Konna hibi ga,
Itsumademo kitto tsudzuiteku koto wo inotte iru yo”

Que em português significa:

“Quando está comigo,
Passo a sentir que posso superar qualquer coisa
Dias como esse...
Estou rezando para que continuem para sempre”

Esse trecho da música poderia ser utilizado como forma de acalmar o coração dela, e fazê-la enxergar uma esperança para a sua vida, de que um dia ela encontraria alguém com quem pudesse compartilhar as coisas e vencer os desafios juntos, e enquanto essa pessoa (Yusuke), não chegasse a principal motivação dela, e as pessoas que a ajudariam, seriam a própria família, que é a base de todo ser humano.
E, enquanto estivesse tocando, ela mesma poderia refletir sobre esses aspectos que mencionei, seria uma cena incrivelmente tocante ao espectador, testemunhar os intrínsecos, íntimos e misteriosos da garota, sendo representados com a suavidade do instrumento musical e pela intensidade de como ela interpretaria a canção, refletindo as emoções dela de forma abstrata, e ao mesmo tempo em que seria extremamente intenso, passaria um sentimento de tranquilidade e calmaria para o espectador, e seria possível também ver o equilíbrio emocional dela, como arte poderia ser um refúgio para ela superar/suportar as dificuldades e o quanto a música poderia ajudá-la a expressar o que sente, além de ser uma excelente maneira de aproveitar a trilha sonora, que tem naturalmente uma melodia solene e acalentadora.
“Yuki no Hana” é uma música que traz inúmeros sentimentos a nós, dependendo de como interpretamos a letra e/ou sentimos sua melodia, e como toda obra musical, também depende do estado de espírito e do grau de sensibilidade do ouvinte, para captar a mensagem contida em sua composição.


b)     Mais cenas fofinhas e as reflexões da protagonista
Além refletir sobre sua condição física a Miyuki poderias refletir nas entrelinhas do filme sobre como ela tem sorte de ter pessoas importantes e especiais ao lado dela, como família, amigos e namorado. São essas pessoas que passam em nossa vida e nos deixam as marcas mais profundas e maravilhosas que existem, e que nos concedem o apoio que precisamos!
No entanto, a mocinha mal trocou palavras com a mãe (além da cena que chorou, e o diálogo nem durou tanto assim), e com o Yusuke as conversas eram fofinhas, mas do típico romance clichê, sem nenhuma carga emocional específica dessa trama, relacionada à saúde dela e como aproveitar o tempo.
Eu gosto de romances clichês e não nego issoaté hoje assisto filmes e dramas desse tipo, – e são os que eu mais me adapto por serem leves e fofos, porém geralmente são do gênero “comédia romântica”, em que o clichê é bem vindo justamente para condizer com o critério de leveza que a narrativa possui.
Entretanto, nesse filme eu esperava uma carga emocional bem maior (daquelas de chorar até desidratar e depois pensar como a vida é bela), por se tratar de uma menina com uma enfermidade terminal, o que configuraria este trabalho como um drama ou melodrama, só que isso não aconteceu. Não chorei até desidratar e ficar sem fôlego, nem prendi a respiração ou fiquei com o coração apertado enquanto assistia, me colocando no lugar da protagonista e me compadecendo da situação dela, nada disso aconteceu
Pelo contrário só chorei um pouco na reta final, mas o desenvolvimento em si não cativou, e a minha maior curiosidade é saber se tinha final triste ou feliz e se ela conseguiria realizar seu sonho de ver a aurora boreal.
Enfim, a protagonista poderia ser a heroína que muda o pensamento do espectador ao ver seu comportamento e reflexões, porém no filme foi um aspecto que deixou a desejar.

3.    A essência da música na trama: pontos positivos e negativos
Sendo uma obra baseada na música “Yuki no Hana”, na minha opinião, a mesma deveria ser melhor aproveitada. A trilha sonora em questão apareceu basicamente no começo e no final do longa-metragem, mas para mim, uma garota extremamente apaixonada por essa música e amante de uma boa história de amor bem contada e entrelaçada, esperava que a música fosse inserida no decorrer da produção até mesmo de forma cantada, não somente instrumental, de maneira a cativar o público e transmitir os sentimentos dos personagens através dos versos, em uma combinação perfeita com a música.
O lado positivo é que o sentido presente na música de certa forma existe no filme, só fiquei triste porque a música em si não foi utilizada, e deveria.
Por exemplo, naquela cena em que eles passeiam no parque, lado a lado, combina mais ou menos com a primeira estrofe da canção (mesmo que a cena se passe à tarde) em que se diz:

“Nobita kage o hodoo ni narabe
Yuuyami no naka o kimi to aruiteru
Te o tsunaide, itsumademo zutto soba ni ireta nara,
Nakechau kurai”


Que em português se traduz livremente como:

“Com as nossas sombras prolongadas e enfileiradas no asfalto
Eu caminho contigo em meio ao crepúsculo
Se você ficasse de mãos dadas comigo para sempre, eu ficaria tão feliz...
A ponto de chorar”


Para combinar mais ainda com a essência da canção, ela poderia agradecê-lo ou se declarar para ele, ou lhe falar o quanto tem sorte de tê-lo encontrado, a ponto de chorar. Se a cena fosse mais explorada e tivesse essa parte da canção, eu com certeza cairia em prantos no mesmo instante, de tão sensível que sou!

Na cena em que eles continuam no parque, e estão sentados em um banco, Miyuki estava feliz de passar um tempo com o amado, e dava para ver que o cenário estava “branco”, afinal, estão no inverno. Em um dos trechos da canção, se encontram os seguintes versos:

“Donna kanashii koto mo, boku wa egao e to kaete ageru
Maiochitekita yuki no hana ga mado no sotto zutto
Furiyamu koto o shirazu ni, bokura no machi o someru”

Que se traduz como:

“Não importa quantos momentos tristes hajam, eu os transformarei em sorrisos
Lá fora da janela, as flores de neve continuaram a cair,
Sem saber quanto parar, e por isso, tingiram a nossa cidade de branco

A ideia de “tingir a cidade de branco” também pode ser observada nas primeiras cenas do filme, em que Miyuki se encontra sozinha em um cenário coberto de neve, e à medida em que caminha, esbarra com Yusuke
Sobre esses primeiros momentos do longa metragem gostaria de fazer um paralelo com o MV oficial da Mika Nakashima. No MV, ela também está sozinha na cidade no meio da neve, e logo vai trilhando o caminho encoberto de neve

No momento em que ela está às lágrimas com a mãe, lembro-me de dois versos que tocam meu coração até hoje:

“Egao mo namida ni nureteru yoru mo,
Itsumo, itsudemo... soba ni iru yo”

Que em nosso idioma significam:

“Sejam nos momentos em que sorri, ou nas noites em que está aos prantos
Eu estarei sempre e para sempre... Ao seu lado”

Verdade seja dita, as mães sempre protegem seus filhos, e estão sempre ao nosso lado quando mais precisamos, seja para comemorar nossas conquistas, ou para nos consolarem nos momentos mais tristes, em que precisamos de um ombro amigo verdadeiro e sincero, e de um abraço quentinho, carinhoso e caloroso, repleto de amor.

Quando eles se separam e o Yusuke já na Finlândia corre para encontrar a amada, perguntando onde fica o local onde ela está, me recordei de outra parte da música:

“Dareka no tame ni nanika o shitai to omoeru no ga
“Ai” to iu koto o shita
Moshi kimi o ushinatta to shita nara
Hoshi ni natte, kimi o terasu darou?”

Que pode ser traduzida como:

“Pensar que eu quero fazer algo pelo bem de alguém
Descobri que é isso que significa a palavra “amor”
Mesmo se eu te perder de vista,
Eu me transformarei numa estrela e te alcançarei, certo?”

Obs.: Esse trecho da música vem antes dos dois versos que citei anteriormente.

Na cena deu para ver que ele estava se esforçando para encontrá-la, e continuaria a trilhar o caminho que fosse para achá-la, como uma estrela que, à toda velocidade, percorre o céu infinito.

Nos momentos finais em que ambos estão juntos na Finlândia, quando se reconciliam e depois vão ver a aurora boreal juntos, percebi que inseriram de forma instrumental com violino, a melodia dos primeiros 2 minutos da canção nos quais se encontram os dizeres:

“Nobita kage o hodoo ni narabe
Yuuyami no naka o kimi to aruiteru
Te o tsunaide, itsumademo zutto soba ni ireta nara,
Nakechau kurai”

Kaze ga tsumetakunatte fuyu no nioi ga shita
Sorosoro kono machi ni, kimi to chikazukeru kisetsu ga kuru
Kotoshi saisho no yuki no hana o, futari yorisotte
Nagameteiru kono toki ni, shiawase ga afuredasu
Amae toka yowasa janai, tada kimi wo aishiteru
Kokoro kara sou omotta”

Que se traduzem como:

“Com as nossas sombras prolongadas e enfileiradas no asfalto
Eu caminho contigo em meio ao crepúsculo
Se você ficasse de mãos dadas comigo para sempre, eu ficaria tão feliz...
A ponto de chorar

O vento esfria, e eu sinto o aroma do inverno
Daqui a pouco nesta cidade, chegará a estação em que eu me aproximo de você
Quando nos aconchegamos para observar a primeira flor de neve desse ano,
Nesse momento, a felicidade se aflora
Isso não é ingenuidade nem fraqueza, apenas acontece que te amo
É o que pensei do fundo do meu coração”

Achei que esse final fez sentido, porque eles realmente estavam felizes por terem se reconciliado, sabendo que se amam muito, do fundo do coração.

4.    A linda mensagem que podemos tirar sobre a vida
A mensagem da história (tal como as outras em que se tem uma doença terminal) é sobre aproveitar as oportunidades que temos na vida, como por exemplo, passar o tempo com que se gosta e/ou realizar um sonho de infância, no caso da protagonista
Na minha concepção a mensagem poderia ser aprofundada e se tratar também sobre a brevidade da vida, de que tudo que é belo também é efêmero (como a beleza das flores), que tudo tem seu tempo e momento, inclusive, nós, humanos, que estamos aqui de passagem, e mesmo assim podemos fazer história e deixar nossa marca no mundo.

Conclusões finais
“Yuki no Hana” é para mim um daqueles filmes que tinha um potencial incrível e que não foram completamente aproveitados. Imagino o quanto deve ser difícil produzir um longa-metragem, contudo, as falhas de enredo me incomodam, especialmente quando eu compreendo o potencial e a essência de uma obra que amo muito.
Enquanto assistia, me perguntava como ficaria a situação dela, e se ela conseguiria realizar seu maior sonho. No entanto, no decorrer do filme outras milhares de indagações surgiram na minha mente, e imaginei um trilhão de possibilidades para o enredo dessa história, os quais registrei aqui
Confesso que nunca fiz uma resenha tão diferente, colocando as minhas ideias em meio a uma crítica, sendo esta uma experiência completamente nova para mim, mas não consegui evitar, me encontrei na necessidade de colocar no papel o que imaginei e os motivos que me levaram a isso, pois para mim a mensagem da obra poderia ter sido bem melhor aprofundada, comovendo bem mais do que realmente foi
No mais, os personagens não tiveram tanta interação quanto esperava que tivessem, principalmente por se tratar de um casal de namorados, e a falta de comunicação para mim foi uma das maiores falhas
“Miyuki” era para ser a menina “pura e honesta” dos filmes, mas ao invés disso, não se abre com seu namorado, nem conta para a mãe de sua viagem, seus desejos e sentimentos
É uma personagem completamente fechada e que deveria “se desabrochar” bem mais no desenrolar dos fatos, o que não aconteceu. Ela não mudou o pensamento dela de que poderia expressar o que sente, e continuou a esconder seus planos e emoções
“Yusuke” deveria ser o homem gentil e que “presta ajuda”, a uma pessoa necessitada, mas não o fez, ou seja, seu papel se resumiu ao “namorado da protagonista”, ao invés de ser conselheiro, amigo, companheiro de todas as horas e parceiro de vida nos momentos bons e ruins.
Os personagens secundários como a família deles, aparecem em poucas cenas, e não tem uma relevância muito grande na mudança de comportamento e amadurecimento dos mesmos.
É uma trama extremamente protagonizada, na qual os protagonistas são os típicos jovens que cometem erros e acertos, mas não crescem do começo ao final.
Para fechar, acho que “Yuki no Hana”, tinha um potencial enorme para passar uma mensagem linda de superação, de vencer os desafios, de valorizar a vida e o tempo, que foi transmitida superficialmente.
Além do mais poderiam ter utilizado a imagem de “flor da neve” das mais diferentes formas: literal (se tivesse uma flor), metafórica (que representaria a personagem, e poderiam explicitar a ideia), lírica (se a personagem refletisse sobre ela mesma ou se conhecesse a música) e artística (inserindo a canção mais vezes durante a trama), mas não aproveitaram o conceito para fazê-lo
Recomenda-se às pessoas que desejam passar o tempo assistindo a um filme de romance clichê, daqueles fofinhos, mas sem criar expectativas de um enredo diferenciado.
Se você leitor chegou até aqui e acha que eu fui muito chata ou imaginei coisas demais fique à vontade para discordar da resenha. Essas foram apenas as minhas impressões, e a cada um é livre para interpretar e apreciar a obra como queira. 😉

Espero que tenham gostado da indicação de hoje!
Beijinhos e até a próxima,
Rebeca Arimi Suzuki

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