quarta-feira, 13 de março de 2024

[Resenha] Turma da Mônica Jovem: Reflexos do Medo

Informações do filme

Título:  Turma da Mônica Jovem: Reflexos do Medo

Data de lançamento: 18/01/2024

Duração: 88 minutos 

Gênero: Ação, Aventura, Amizade e Fantasia 

Temas: Magia 

Produtora: Imagem Filmes / MSP / Sony Pictures / Claro 

Onde assistir: Superflix  (colocar na  Opção 1) / Rede Canais


Minha ficha

Assistido em: março de 2024

Minha nota: 8.75 / 10

O que mais gostei: A magia e o conceito de “Maga Magali” 

O que deixou a desejar: profundidade do tema 


Esse é um filme que eu queria muito assistir e posso dizer que foi muito bom. No longa, temos uma mistura de ação, aventura e magia envolvendo os nossos queridos personagens da Turma da Mônica, com direito a uma participação especial do mestre Maurício de Sousa, como o inspetor do Colégio do Limoeiro 

Além da escola, outro cenário que aparece é o Museu do Limoeiro, que está para ser leiloado. Nas cenas, vemos como a preservação da identidade cultural é importante para um povo, neste caso, os habitantes do bairro. 

Para resolver este problema, Carmem (Giovanna Chaves) e Mônica (Sophia Valverde) se candidatam à presidência do grêmio estudantil, demonstrando um conflito direto entre ambas. Este cenário muda quando Carminha e Licurgo (Mateus Solano) desaparecem, seguidos de vários alunos da turma. 

Portanto, a protagonista, deve, juntamente com Magali (Bianca Paiva), Cebola (Xande Valois), Cascão (Théo Salomão) e Milena (Carol Roberto), cumprir a missão de recuperar seus amigos e derrotar o vilão do caos, que saiu de um espelho, que sugou os personagens para o outro lado, em um portal. 

Magali, em fase de treinamento e membro da Ordem dos Cozinheiros, tal como sua tia Nena, tem um importante papel no desenrolar da história 

O fato de eles atravessarem um espelho, me lembrou muito “Alice Através do Espelho”. Mas, no contexto do filme, eles devem superar os seus temores e unirem forças para se libertarem. Nestes momentos, vemos como cada um possui um medo, como por exemplo, a solidão e a rejeição. Carmem pode ter de tudo, menos a atenção da mãe, Isabelle, tornando-a alguém carente e sensível emocionalmente, muito embora seja conhecida por seu lado mais malicioso e popular, na companhia de Denise (Carol Amaral) 

O Louco se questionando se ele mesmo é doido significa que às vezes, a mente se confunde e, certos pensamentos e acontecimentos são tão surreais que é realmente difícil de acreditar. Além do que, existe uma linha tênue entre a sanidade e a loucura, pois há coisas que simplesmente não possuem explicação, e quanto mais procuramos os motivos disso, mais nos perdemos na loucura. Como diz o escritor Chesterton: “Um louco é alguém que perde tudo, menos a razão” 

O filme também mostra que ninguém é uma pessoa só. Somos compostos de características complexas, algumas das quais não nos orgulhamos. O espelho reflete apenas uma parte da nossa personalidade, e deixa à mostra nossas fraquezas, que devem ser superadas.

Gostaria que tivessem explorado mais pontualmente os medos de cada personagem que atravessou o espelho, para melhor profundidade na caracterização deles, sendo este o único ponto que deixou a desejar em termos de roteiro. O que mais ficou claro, foi o Licurgo, que precisa lidar com a sua própria psique, tentando distinguir o imaginário do real. 

Desejos e impulsos primitivos como o nervosismo de Mônica (sempre confortada por Magali) são retratados nas cenas, ao mesmo tempo em que se demonstra um forte senso de justiça da personagem, sua vontade de fazer o certo e lutar pelo que acredita, na companhia de seus amigos. 

Cada um teve a sua importância para o desfecho desta história e solução dos problemas. Interessante ver que, desta vez, Milena não foi representada como aquela que entende de animais, como em sua versão criança. Na Turma Jovem, ela é a mega inteligente de ciências e da distorção de espaço-tempo. 

Cascão manteve seu padrão nerd e amante dos quadrinhos, assim como seu tio, que tem uma coleção de gibis, sendo esta uma referência à origem do Capitão Feio. 

Durante a trama, vemos a importância da amizade, de confiar nas pessoas que amamos e em nosso próprio potencial, sendo Magali a prova disso. 

Apesar de leve, houve espaço para o romance entre Cebolinha e Mônica (para quem eu torço muito) e um climinha desnecessário entre Jeremias e Denise, um casal que eu não shippo de modo algum, e senti muita falta do Xaveco, para fazer par romântico com a de maria-chiquinhas. #XaveniseSempre🩷Quanto ao Jerê, na minha mente ele pode ficar com a Milena e ser feliz com ela. 

O filme, que conta com uma reviravolta, terminou vago, claramente em sinal de que teremos muito mais a explorar, pois conforme anunciado pela MSP, a Turma da Mônica Jovem terá uma série de quatro longas-metragens. 

Bem, só posso dizer que estou esperançosa para mais aventuras dessa turma tão querida e que marcou a minha infância e adolescência. 


ENREDO, ELENCO, PERSONAGENS E PRODUÇÃO. 

O enredo foi cativante, me prendendo até o final, dando espaço para cada personagem ter o seu momento de brilhar. Senti falta da presença marcante de comédia da Denise, que não tivemos neste longa, pois ela aparece bem pouco, ao lado da Carminha. 

Espero que num próximo filme ela ganhe mais destaque e que o Xaveco apareça. Também espero que em alguma outra oportunidade, apareçam a Ramona e o Nimbus, pois tem tudo a ver com magia, e eles combinam muito juntos! 

Quanto aos personagens que realmente apareceram, posso dizer que o elenco todo está de parabéns pelo trabalho, porque entregaram satisfatoriamente os sentimentos de cada personagem. 

Sophia Valverde e Bianca Paiva já atuaram juntas na novela Chiquititas (2013 - 2015) e nos filmes “A Garota Invisível” (2020) e em sua sequência “Hora de Brilhar” (2022). Desta vez, como Mônica e Magali ambas se saíram muito bem e demonstraram a química de cena que possuem, para darem vida a duas melhores amigas! Adorei vê-las novamente em um longa juntas, sempre têm uma energia boa no ar, sem contar que a Bianca transmitiu muito bem a delicadeza e as inseguranças da Magali neste filme. 

Sophia Valverde é um caso à parte, sou fã dela desde que ela era pequena e cada vez mais melhora em sua atuação. Eu assisti ao filme de As Aventuras de Poliana (2023) e de lá para cá, ela já aprimorou na intensidade de algumas cenas, principalmente porque a Mônica é cabeça quente, e ela representou com louvor. 

Xande Valois entregou bem como Cebola e combinou bem com a Sophia, convencendo como um casal. O primeiro contato com ele foi na produção “Fazendo Meu Filme” (2024), e de um filme para outro, houve melhora, ainda que falte intensidade em algumas cenas pontuais. Quero fazer uma menção honrosa ao Théo Salomão, nosso querido Cascão, cujo trabalho eu não conhecia, mas me encantou de primeira, deu muito certo o escalarem para o papel. 

Mas, nem só de mocinhos vive a história! Estou falando da Carminha Frufru, interpretada pela maravilhosa Giovanna Chaves, que também vi em  “Fazendo Meu Filme” (2024), naturalmente como vilã, porém senti que em TMJ ela foi mais certeira, colocou mais emoção nas cenas de medo, apenas deixando a desejar um tantinho nos momentos de susto. 

Yuma Ono, conhecido pelo seu canal no YouTube, interpretou o DC de forma satisfatória. Contudo, não vou julgar demais a participação dele, pois o personagem não teve muitas cenas e esta foi sua primeira experiência como ator. 

Os demais atores eu não conheço, de forma que não posso julgar com profundidade, mas gostei bastante da atuação deles, com destaque para as atrizes que interpretaram Denise e Milena 

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