Gotas de chuva recaem sob meus cabelos, com uma chegada
repentina e um som forte, acompanhadas das nuvens que choram. Tal como essas
últimas, uma pequena gota de lágrima invade o meu rosto branquelo, sob o
guarda-chuva, quando lembro dos meus dias dourados com a sua presença.
Nos conhecemos em um dia de chuvoso, enquanto nos
escondíamos da chuva naquela tarde, igualmente aos filmes de cinema.
Por
coincidência ou travessura do destino, nos encontramos novamente, naquela
estação de trem, em um dia de chuva. Reconhecemos um ao outro instantaneamente.
Nos cumprimentos, e descobrimos que sempre frequentávamos a mesma estação,
sendo essa, a nossa primeira coisa em comum.
Resolvemos
trocar números de celular e começamos uma intensa amizade que logo se
transformaria em uma paixão avassaladora. Tivemos momentos especiais, como
qualquer outro casal, e essas são as lembranças que valem ouro para mim.
No
entanto, como nem tudo são flores, você decidiu ir embora da cidade, por conta
do trabalho.
Pergunto-me
se você está satisfeito com a decisão que tomou. No silêncio, sob o céu claro,
te vislumbro a respirar levemente, imaginando que está ao lado de uma bela
garota, de cabelos longos, lisos e sedosos, lábios delicados e a pele macia e
branca como a neve.
Os
pensamentos voam e eu me pergunto se você está feliz com ela, e questiono-me se
essa é a minha punição: você me fazer sentir solitária em meio a essa gente.
Você
ainda permanece dentro de mim, do meu coração
É
doloroso encarar a “nova” realidade de que agora eu caminharei literalmente
sozinha. Quero dizer, sem a tua doce companhia.
Entretanto,
enquanto eu derramo minhas incontáveis lágrimas, e à medida em que eu prossigo
meu caminho, eu me mantenho com um sorriso estampado no rosto, ainda que a
minha vontade seja desaparecer, como esse cenário turvo que se desmancha e se
apaga aos poucos, atrás de mim.
Ao
desvanecer dessa paisagem, grito internamente, pensando: “Será que se eu me afastar de você, para bem longe, para muito
distante, essa chuva irá parar?”
Continuo
a caminhar e, olhando ao redor, percebo que o cenário ainda não se descoloriu.
As cores continuam em seus devidos lugares.
Tudo
ao meu redor parece certo, normal, menos o meu inquieto coração
Essa
sensação de não ter para onde ir, nem um lugar para qual voltar quando eu
estiver receosa, com medo, ou quando eu quiser um abraço caloroso de alguém
querido...
Se
apenas pudesse deixá-la de lado... Eu agradeceria a mim mesma por tirar do meu
peito esse peso, algo que eu gostaria de nunca ter sentido antes. Mas faz parte
da vida, e foi você quem me ensinou. Assim, como levantar a cabeça e seguir em
frente. Isso também foi você, a pessoa a me ensinar, e a incentivar a fazê-lo.
Por
isso tenho que te agradecer por todas as experiências e lições que me deste.
Cada uma delas estará bem guardada e gravada no fundo do meu coração, com todo
o amor.
Quase
terminando o meu caminho para casa, reflito novamente sobre a pergunta
anterior:
“Será que se eu me afastar de você, para
bem longe, para muito distante, essa chuva irá parar?”
A
verdade é que eu não sei a resposta à essa pergunta.
Só o
que eu sei, é que eu estou e estarei te esperando nessa chuva que recai sobre
mim.
Não
importa quanto tempo passe, eu estarei a te esperar nessa chuva interminável.
Porque
o meu amor é tal como essa chuva torrencial: intenso, incessante, inesgotável e
infinito.
Te
amo sempre, para sempre e por todo o sempre.
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