domingo, 5 de fevereiro de 2023

[Novos Começos] Capítulo 16

 

Alguns dias depois, já no mês de abril...

Logo no começo do dia recebemos uma chamada repentina do Henri-sensei. Atendi no mesmo instante curiosa e um pouco preocupada. Meus amigos estavam em volta e também desejavam saber o motivo do Henri-sensei querer falar conosco bem de manhã (e no começo do mês).

Ele alegou que uma das professoras da St Marie no Campus de Paris teve algumas complicações e precisava ficar afastada por um tempo e ele queria que nós ensinássemos os alunos nesse período, uma vez que já somos profissionais. Iríamos ensinar o segundo ano (me deu uma leve nostalgia de quando eu tinha acabado de entrar para a Academia) e claro, sempre que possível com foco em nossas especialidades.

Deixaríamos a loja e partiríamos naquela manhã à França, que se considerando o caminho de trem, é uma viagem de três horas e meia, de Londres até o centro de Paris. Daria tempo de comer alguma coisa e ir rumo ao nosso destino. Chegamos lá eram 12h00 (que era a hora do almoço na escola) Tínhamos uma hora de descanso para depois começar a ensinar no mínimo umas 30 pessoas. Como estávamos na nossa pausa, decidimos ficar um tempo conversando, falando dos últimos acontecimentos (incluindo essa viagem) que nos deixaram mais surpresos e/ou impressionados

Mas... Quando achei que as surpresas acabariam, recebo uma ligação de última hora da minha mãe dizendo que minha família toda estaria na capital francesa no dia seguinte para aproveitar a cidade, porque dali a dois dias (que cairia no fim de semana)a Natsume teria um recital de piano em Paris, e eles estavam me convidando para assistir à apresentação (com direito a um acompanhante). Fiquei super contente pela minha irmã e pelo convite, e disse que estava com saudades e iria prestigiá-la com prazer.

Logo contei a novidade aos meus amigos, e me desculpei por não poder levar todos, mas isso foi um fato que eles encararam tranquilamente e até deram aquele sorriso torto, como quem pensa: “a gente já sabe quem você vai levar para te acompanhar”., me fazendo corar um pouco. Kashino não disse nada, mas dava pra notar que estava satisfeito (e um pouco corado também). Depois disso, a conversa entre nós foi tão divertida que nem vimos o tempo passar... Já era hora de irmos à sala de aula, cumprir nosso dever.

Exatamente às 13h00 fomos em direção à sala. Notei que os alunos deveriam estar nos esperando bem ansiosos, já que tinha a impressão de que nos olhavam com admiração. Alguns ficaram meio confusos, porque não é todo dia que se vê seis pessoas entrando na sua sala de aula. Nos apresentamos rapidamente e explicamos que nós que daríamos aula naquele meio tempo e que cada um de nós ficaria responsável por auxiliar um grupo, e que, porém, todo e qualquer aluno poderia nos chamar se fosse necessário. Não preciso nem dizer que as alunas enlouqueceram com os “Príncipes dos Doces” e ficaram encantadas com eles. O único que não ficou “encantado” com aquilo foi Kashino, porque detesta ser assediado (mesmo que for só de olhar pra ele todas de uma vez). De outro lado, a “fofura feminina” também atraiu vários olhares.

Começamos a ensiná-los a como fazer petit gatau, um doce típico do País. Vez ou outra me chamavam para auxiliá-los (eles compreendem rápido) e os ensinava a forma certa de fazer.

Eu os alertava sobre o sabor, falando que ao fazer um doce temos que pensar no paladar, no gosto de quem irá experimentá-lo, já que cada um tem um gosto diferente, e também lembrar-se que a sobremesa precisa trazer seus sentimentos com ela, causar prazer e felicidade nas pessoas.

Em seguida dizia:

Se esforce(m) ou

Não desista!

E a minha célebre frase era:

Doces foram feitos para fazer os outros felizes. Façam as pessoas sorrirem, ok?

Eles chamavam as minhas palavras de “os conselhos da Ichigo-sensei” (eu não estava acostumada a ser chamada de “sensei”, mas estava começando a gostar disso) e eu conseguia ver o sorriso deles no momento em que eu os encorajava  Por vezes, eu lhes dava algumas ideias de combinações que ficariam muito saborosas para a sobremesa

Assim como eu, Kana-chan e Rumi-chan ensinavam encorajando todos. Elas sempre estavam atenta ao que os alunos faziam e como faziam. Entretanto, para a sorte delas, elas ficaram com os Grupos A e B, então não tiveram tantas dificuldades em orientá-los. Vez ou outra, elas aconselhavam:

Faça assim que fica melhor

Tente experimentar fazer assim...

(...) Entre outros tipos de “pequenos conselhos” que lhes davam na hora de preparar ou algo do gênero.

Andou ensinava as pessoas daquele modo calmo dele, e muitas vezes lhe falavam:

Nos ensine a colocar um sabor diferente na sobremesa!

Andou-kun ficava muito feliz ao saber que queriam aprender algo novo e dava todas as instruções tranquilamente. As pessoas o ouviam com atenção, e às vezes até pediam sugestões de qual combinação se encaixaria melhor para aquela sobremesa. Às vezes também ajudava os alunos (as) pegando na mão, para que aprendessem mais rapidamente como realizar a tarefa (me lembrava os tempos que os três me ensinaram muitas coisas para o Grand Prix) o que realmente os facilitava. E com aquela gentileza toda... Que aluno ou aluna não faria o que ele pedia para fazer?

Hanabusa era o centro das atenções entre as meninas, e lhes dava dicas de como fazer uma decoração mais agradável e bela na hora da elaboração. Ele sempre dizia que a apresentação de um prato é muito importante, já que isso que vai agradar ou não seu cliente, num primeiro momento. As meninas adoravam e exclamavam comentários em aprovação como:

Ah, que maravilha! Nos ensine mais!

Hanabusa fazia as vontades de suas pupilas (quando o assunto são garotas ele não consegue recusar)  e sempre respondia às perguntas ou comentários que elas faziam, orientando-as sobre aquilo que estavam interessadas

Por fim, Kashino era aquele que sempre tentava soar indiferente e estava sempre sério, e era quem tinha mais trabalho a fazer, porque vários alunos encontravam dificuldades no momento de temperar o chocolate, então logo no primeiro dia (hoje) ele teve que fazer uma demonstração de como temperar corretamente sem ter falhas. Ele explicava minuciosamente e todos ficavam fascinados com suas habilidades com o chocolate e com a maneira de ensinar. Apesar de ser sério, também era bem compreensivo. Claro que eu sou suspeita pra falar, mas ele ensina muito bem! Kashino-sensei (como era chamado) fazia muito sucesso entre todos

No fim da tarde estávamos bem cansados, mas no geral, todos nós concordamos que aquele dia valeu muito a pena, até mesmo alguém “sádico” estava satisfeito, porque pode colocar em prática aquilo que sabia. Aquele era só nosso primeiro dia como professores na Academia, pois ainda tínhamos alguns dias pela frente... Ah, e não podia me esquecer das surpresas que me aguardavam pelo menos nas próximas 48 horas...

 

 

 

 

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