Capa do Volume 01 |
Informações da obra:
Título: Arisa
Autora: Andou
Natsumi
Ilustradora: Andou
Natsumi
Ano de publicação: 2009 –
2012
Demografia: Shoujo
Gênero: Escolar,
Suspense e Mistério
Número de volumes: 12
Número de capítulos nos
volumes: 4 (capítulos 01 a 04, volume 1) e 4 (capítulos 05 a 08,
volume 2)
Scan de tradução em português: Toshi wa Yume Scan
Onde ler: Toshi wa Yume (leitor próprio da scan)
Sabe aquele suspense escolar que
te deixa com gostinho de quero mais a cada página? “Arisa” faz o tipo dessa
narrativa e aborda temas atuais importantes, como a exclusão social, depressão
e suicídio.
Através das personagens,
podemos ver a reação dos alunos e analisar a consequência de dar um pouco do “gostinho”
de poder às pessoas, concedendo-lhes seus desejos pessoais e dando-lhes a
oportunidade de fazerem o que quiserem, eliminando quem bem entenderem de seu
caminho. A ganância e a falta de compaixão pelos demais logo toma conta do
coração destes indivíduos, somente esperando a hora que as suas vontades sejam
feitas, e brigando para consegui-lo
E quem não concorda com o “Rei”,
ou seja, a misteriosa pessoa que realiza os desejos, e com o resto da turma, é
chamado de traidor. Por aqui podemos perceber o que se chama “efeito manada”,
que é o fato de todos concordarem cegamente com um conceito ou objetivo
inquestionavelmente somente seguindo os demais, sem opinião própria, mas se
houver alguém que contrarie, essa pessoa pode ser fortemente perseguida, como
também ganhar aliados – aqueles que estão dispostos a sair da bolha e descobrir
a verdade.
É isso que acontece com
Tsubasa e Manabu.
A primeira, é uma das protagonistas,
irmã gêmea de Arisa (que leva seu nome na obra). Depois da tentativa de suicídio
de Arisa, Tsubasa decide ir para escola onde ela estuda e conhece os colegas de
Arisa e os mistérios que a envolvem, inclusive “A Hora do Rei”, todas as sextas-feiras,
no quarto período.
O intuito é descobrir quem é o
dito Rei e quem está por trás dos desaparecimentos de pessoas próximas – do núcleo
de convivência dos alunos dessa escola e desvendar também o que de fato motivou
Arisa a tentar tirar sua própria vida, a ponto de ficar desacordada por um mês.
A coragem de Tsubasa em correr
riscos e enfrentar grandes desafios em prol da verdade encoraja Manabu – um dos
alunos que investiga sobre o Rei – a continuar sua busca. O envolvimento de
Arisa com o “Rei” é o que dá o suspense para a história, pois o segredo da
adormecida protagonista vai muito além do que a nossa imaginação pode nos levar.
Nesse primeiro volume também
podemos refletir sobre o quanto conhecemos realmente uma pessoa. Tsubasa, a
gêmea mais temperamental e com um senso de justiça inegável, pensava que
conhecia tudo sobre sua irmã Arisa através de suas cartas, que recebeu durante
três longos anos; seus gostos, preferências, rotina e amigos. Mas, no momento
mais crítico da vida, Tsubasa então percebeu que não conhecia a fundo a irmã
que tinha; como se sentia de verdade, os problemas que passava por trás de sua “vida
perfeita” de aluna-modelo e popular, e os sentimentos e sofrimentos escondidos
no lugar mais fundo de seu coração.
Conhecer uma pessoa requer
profundidade. Muitos sabem o que fazemos ou deixamos de fazer, mas poucos sabem
de nossos “cárceres mentais” e “fantasmas da mente” (apropriando-me dos termos
do ilustre escritor Augusto Cury) que circundam o nosso interior.
A mente humana pode ser o mais
brilhante ou o mais destrutivo dos instrumentos, tanto para os outros quanto
para nós mesmos. Os humanos foram criados com o dom da inteligência, da
imaginação, mas poucos são aqueles que o utilizam com sabedoria, uma vez que,
em sua maioria, as pessoas o fazem unicamente em prol de seus interesses, sua
vaidade, benefícios e ganância.
Este mangá de suspense, além
de nos prender à sua leitura, nos trazem pontos importantes para refletirmos a
respeito dos comportamentos humanos e as consequências psicológicas às quais
acarretam.
Andou Natsumi mostrou que sabe tanto cativar com sua escrita quanto com seus desenhos (conheci a arte dela no fofo mangá “Kitchen Princess”), demonstrando sensibilidade ao criar uma narrativa tragicamente real. A referida mangaká já está entre as minhas preferidas, e com certeza lerei mais obras dela!
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