quinta-feira, 12 de janeiro de 2023

[Resenha] Arisa, por Andou Natsumi – Volume 03

 

Informações da obra:

Título: Arisa

Autora: Andou Natsumi

Ilustradora: Andou Natsumi

Ano de publicação: 2009 – 2012

Demografia: Shoujo

Gênero: Escolar, Suspense e Mistério

Número de volumes: 12

Número de capítulos nos volumes: 4 (capítulos 09 a 12)

 

Scan de tradução em português: Toshi wa Yume

Onde ler: Toshi wa Yume (leitor próprio da scan)

 

Neste volume, a voz do “Rei” aparece mais vezes no mangá, e incentiva um dos alunos a roubar o celular de um dos escolhidos para que seu desejo de ficar com a garota que ama se realize.

Isto ilustra o fato de que, dependendo do caráter da pessoa e da situação, o ser humano faz de tudo para conseguir o que quer, até mesmo passar por cima dos outros e roubar seus pertences. O pecado nada mais é do que querer ser e ter aquilo que não se pode adquirir, apelando para a falta de moralidade.

O “Rei” é aquele que instiga as más condutas e pensamentos, e o personagem em questão, representa o tipo de pessoa facilmente influenciável, que não enxerga nada além de si mesmo e suas vontades.

Além de Arisa – no primeiro volume e capítulo – houveram mais dois personagens com sinais de depressão e vontade de sumir do mundo, e só não o fizeram pelo encorajamento de Tsubasa / suposta Arisa.

Mariko, a então melhor amiga de Arisa, sentiu-se mal depois que o Rei lhe disse que ela não era útil – não era para menos, qualquer um se sentiria deprimido ouvindo algo desse tipo – e perdeu sua motivação para viver, mas depois que se lembrou dos momentos com Arisa (a verdadeira) ela conseguiu mudar de ideia.

E um estudante transferido, que sobre de doença cardíaca e não vê motivos para seguir em frente, uma vez que, segundo ele, a qualquer hora poderá ir para o céu, então ele diz gostar do terraço, pois fica mais perto do céu e cogita pular de lá de cima e deixar este plano.

Com estes personagens nós podemos ver o quanto o psicológico se torna afetado uma vez que o ambiente em que vivemos está cercado apenas de desejos supérfluos e sentimentos / pensamentos negativos. A pessoa fica depressiva no próprio meio de convivência, pois em qualquer momento ela pode ser o próximo alvo a desaparecer. A história do: “um dia você presta, no outro dia, não presta”

Isso acontece no mundo real em ditaduras, que primeiro moldam nossa forma de pensar e depois de agir. Enquanto os ditos indivíduos estão sendo úteis para revolução que tanto aspiram – e que dizem ser um paraíso na Terra, mas é um verdadeiro inferno – as pessoas são benquistas e possuem sua importância naquele meio, porém, se os líderes desses movimentos ditatoriais perceberem que certa pessoa não cumpre mais nenhum papel de relevância para seu objetivo, este indivíduo logo é alvo de extermínio.

 Foi o que aconteceu na França Revolucionária, no Governo do Terror, em que não somente a oposição aos jacobinos foi guilhotinada, como também os próprios integrantes dos jacobinos foram mortos por não serem “de grande utilidade” aos “grandiosos” objetivos de Robespierre.

O desaparecimento das pessoas ou a exclusão delas, no mangá é um elemento utilizado para gerar o mistério e suspense da obra, porém, assim mesmo, podemos refletir sobre como tais elementos já aconteceram em nossa História, como fiz questão da comparação acima.

Desta forma, esta obra não se trata apenas de um mangá de suspense escolar, mas de uma narrativa que nos mostra a crueldade do ser humano para com o destino alheio, em detrimento de seu ego.

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