quarta-feira, 25 de janeiro de 2023

[Resenha] Anne no Nikki

 

Informações do anime

Título: Anne no Nikki

Título alternativo: The Diary of Anne Frank (O Diário de Anne Frank)

Tipo: Filme

Exibição original: 19/08/1995

Duração: 1h42min

Gênero: Memórias/Biografias, Histórico, Drama, Cotidiano.

Onde assistir: Animes Online

Minha nota: 10/10

“Anne no Nikki” é um filme de animação de longa-metragem que narra a história da adolescente Annelise Marie Frank, desde os seus 13 até os 15 anos, quando falece em um campo de concentração.

O enredo é bastante completo, com uma riqueza de detalhes que narram o cotidiano da família e os demais abrigados do Anexo Secreto. A passagem de tempo é bem conduzida com notas em alguns casos, explicitando a data, como também podemos perceber através de alguns acontecimentos como o Ano Novo e as datas especiais para os judeus.

Quanto à parte histórico-social, o anime destacou as restrições que os judeus sofreram com os novos decretos nazistas, como por exemplo, serem obrigados a estudarem em uma escola exclusiva para judeus, criando uma sociedade de castas e tirando a liberdade em fatias, até chegar ao ponto de não poderem sair mais de casa e conviverem com o medo de serem descobertos e delatados para a polícia a qualquer momento.

Nesse meio tempo, quem ajuda a família Frank e os demais amigos, é Miep, uma ariana bondosa e generosa, que faz as compras e vendas para eles (nessa época, os abrigados do Anexo venderam peças de roupas para ganharem dinheiro e terem como se sustentarem)

Em se tratando dos personagens, cada um demonstrou seus valores e seu modo de pensar. Edith, a mãe de Anne, de tão preocupada que estava por conta da situação, estava mentalmente abalada e sem esperanças, enquanto Otto, seu marido, e a Anne se mantinham positivos apesar de tudo.

A família van Daan e o dentista que veio morar com eles, tinham seus problemas. A senhora van Daan era a típica madame, que desejava continuar com a vida de luxo que possuía mesmo sabendo que estavam em meio à guerra. Caprichosa, muitas vezes queria as coisas do seu modo e ter suas vontades feitas, sendo egoísta e individualista, entrando em conflito com Anne, a qual se lembrava dos ensinamentos de seu pai, sobre dividir o que tinham.

Outro integrante que se comportava inicialmente de maneira egoísta era o dentista que veio morar com eles, pensando apenas em seus desejos, mas, à medida que convive com Anne, começa a dar valor nas pequenas coisas, tal como a beleza e o aroma da natureza.

Anne Frank tinha a língua afiada, confrontando a atitude dos adultos e demonstrando em palavras, que possuía um senso de justiça bastante estruturado e opiniões convictas, enquanto que seus interlocutores estavam interessados somente em seu bel-prazer.

O filme também mostra a importância de valorizarmos o pouco que temos, ao invés de reclamar do que não possuímos ou desejamos obter. Bens materiais podem ser substituídos por similares, mas a esperança de seguir em frente, depende apenas de nós mesmos.

É emocionante ver o quanto os oito abrigados no Anexo tinham seus sonhos futuros, e àquela altura do campeonato, até mesmo algo extremamente simples como poder ir para escola novamente, era um imenso sonho.

Todos tinham seus planos para o futuro, principalmente as irmãs Frank, que tinham uma vida pela frente e tantos sonhos a realizar, que terminaram em pó. Anne sempre quis ser escritora, e deixar sua história gravada. Mal sabe ela o quanto já inspirou milhares de pessoas ao redor do mundo durante gerações, décadas após décadas.

Com o filme podemos ver que o nazismo não dizimou apenas “corpos” (como os psicopatas nazistas imaginavam), mas sim, a humanidade em todos sentidos mais profundos da palavra; acabou com milhares de famílias, seus com laços familiares, destruindo futuro das vítimas e seus mais verdadeiros sonhos.

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