Asahina Natsume
Depois de se explicar para todos, Azusa me chamou para uma
conversa franca e urgente sobre os últimos acontecimentos. Confesso que essa
era a primeira vez que o havia arrependido e abatido daquela forma,
considerando-se que Azusa era do tipo de pessoa que tinha como mantra “não faça
algo do qual se arrependa” em 99% das vezes, mas sempre há a primeira vez para
tudo, e errar é humano.
― Natsume, eu quero me desculpar com você
― Ei, esquece isso ― Eu tentei confortá-lo ― Já passou,
agora você tem mais é que se superar e não é comigo que você tem que falar,
Azusa ― Contestei ― É com ela.
― Eu sei, mas mesmo assim... Eu não queria ter sido tão
enérgico com você nem com ela. É verdade que eu queria mesmo te testar, para
descobrir o seu sentimento por ela, que é tão amada por nós. E a Ema gosta
tanto de você, ela se apegou tanto a você que eu fiquei com ciúmes. Eu te
invejo, Natsume, por esse afeto todo que vocês têm um pelo outro ― Ele se
confessou
― O seu erro foi onde você se manifestou, Azusa. ― Lhe
expliquei, pacientemente ― Por isso, eu te detive. Mas eu não tenho o direito
de te repreender pelo que você sente pela Ema, já que eu sinto o mesmo por ela.
Ele me fitou, da maneira calma que possui, e soltou um
suspiro. Eu continuei:
― E o contrário também é verdadeiro. Ficar enciumado é uma
reação normal e compreensível, se fosse eu no seu lugar só observando tudo
acontecer, me sentiria da mesma forma. Mas se eu gosto da Ema e se você acha
que ela sente algo por mim, não há nada a fazer, apenas se conformar com o
sentimento de cada um. E, aceitar uma realidade nem sempre significa concordar
com ela.
― Aceitar é o melhor que eu posso fazer, certo?
― Certo ― Afirmei, com um meio sorriso, confortando-o ― E
não desista do que quer. Quando a gente ama alguém, a emoção é imensurável,
pelo menos é o que dizem, mas é perceptível aos olhos dos outros. Eu sei que
você tem sentimentos por ela, Azusa. Vai mesmo abrir mão do que sente?
― Não ― Respondeu com convicção. ― Só não entendo o porquê
de você estar dizendo isso para mim. Se
você também gosta dela, porque está me incentivando e sendo tão receptivo?
― Se ela me corresponder, eu realmente vou ficar
satisfeito, e como você sabe, eu sou determinado com os meus objetivos, e farei
de tudo para demonstrar a minha afeição por ela e para tê-la ao meu lado, mas,
no fundo, o que mais interessa é que ela seja feliz, não necessariamente comigo.
De qualquer forma, não importa quem ela escolher, alguém vai sair machucado, é
inevitável. Além do que, não podemos demonstrar que estamos em conflito uns com
os outros, porque eu acho que já sei o porquê de ela demorar tanto em nos
responder
― Qual é?
― Ela não quer magoar nenhum de nós e não quer que nada
mude na relação que tem agora conosco. Por mais que Rintarou-san a ame de
verdade, como sua própria filha, a Ema nunca teve uma família grande e
completa. Se ela perceber que estamos nos afastando dela devido à sua escolha, será
ela quem sofrerá mais ainda, porque não quer distância de ninguém. Nós podemos
perder uma pretendente, ou uma possível namorada, como quiser chamar, mas ela
perderá o carinho e a aproximação da família, dos irmãos que ela tanto ama, o
que é bem mais doloroso.
― Natsume... Se você se importa tanto com a Ema a este
ponto é porque gosta dela de verdade
― Gosto, e nada vai mudar o amor que sinto por ela ―
Respondi ― E é por amá-la tanto que eu quero que ela veja com o próprio coração
o sentimento que cada um de nós pode lhe causar. Sentimentos são pessoais,
todos merecemos ter uma chance com ela. E só assim nós saberemos quem ela
realmente ama
Ele concordou com que eu disse, e garantiu que se
aproximaria e deixaria a relação com a garota fluir passo a passo. Francamente,
eu estava feliz por ter tido aquela conversa com ele, pois agora sabia o que
estava passando com Azusa.
Amar alguém é complicado: em um instante ou outro, seremos
tomados pela emoção, por mais racionais que tentemos ser.
Esse é o Conflito do Amor: o do coração. Querer compreender
os sentimentos dos outros, saber que eu não posso forçar ninguém nada, sendo
que eu quero que ela me corresponda e que esteja ciente do meu amor.
Saber esperar pacientemente por um “sim” ou um “não” vindo
dela, mesmo quando a angústia da espera vem, e só o silêncio me consola. Se ela
disser “sim”, que seja verdadeiro de sua parte.
Ser capaz de abrir mão dela, se por acaso ela escolher outra
pessoa para ficar ao seu lado, e torcer pela sua felicidade. Isso é o Conflito
do Amor: um confronto que ninguém é capaz de enxergar, a menos que sinta na
pele, e ame alguém intensamente
No dia seguinte, pela manhã, Ema já estava de pé bem cedo.
Os quatro mais velhos, e Tsubaki também já estavam presentes
― Dormiu bem? ― Questionei a ela
― Sim ― Ela sorriu, me tranquilizando por dentro.
― Que bom vê-la contente ― Tsubaki comentou
― Se está com essa cara de sempre é porque está bem ―
Fuuto, que havia acabado de adentrar a cozinha para tomar seu café da manhã,
começou a provocá-la, como ele mesmo disse que continuaria a fazer ― Vou te
contar, essa aí adora dar alarme falso!
Ema riu fraco e lhe respondeu:
― Obrigada por seu preocupar comigo, Fuuto-kun.
― Quem disse que eu estava preocupado com você? ― Ele rebateu,
com o intuito de esconder suas emoções, e ela o olhou como se dissesse: “Não tem jeito, esse aí não muda mesmo”
― O dia mal começou e você já vai discutir com a Ema? Que
azar! ― Yuusuke irrompeu no local, enfrentando Fuuto, que devolveu na mesma moeda,
em tom grosso:
― Ninguém mandou você se intrometer
― Já estão brigando desde manhã? Que barulhento! ― Kaname nii-san
inquiriu, na direção de ambos
― Novidade nenhuma ― Comentei, com a voz neutra
― Isso é pra você ― Iori chegou com uma flor de Narciso, a
qual foi entregue a Ema, que agradeceu, sorridente. A planta simbolizava a
preocupação e o apreço de Iori pela garota, uma vez que o Narciso significa “autoestima”,
no “Hanakotoba”, a linguagem japonesa das flores.
Em seguida, apareceu Louis, que disse que estava com pressa
para abrir seu salão, pois segunda-feira sempre era um dia cheio de clientela.
Ele avisou que Wataru dormiria mais um pouco, de maneira que devido a isso, era
melhor reservarmos algo para o pequeno comer depois, e Masaomi nii-san garantiu
que o faria, transmitindo-nos a figura paterna que tinha em nossa família
Todos já estávamos nos servindo de um gole de café e uma
fatia de pão quando, por último, adentraram ninguém menos que Subaru e Azusa. O
primeiro lhe fitou e então lhe disse:
― Ema, não se esqueça que hoje eu tenho aquele jogo-treino às
17:30 da tarde.
“17:30” memorizei. Dava tempo de ir vê-lo, no último treino
antes das férias da Universidade, que se iniciariam amanhã. Queria ver a sua melhora
― Claro, vou sim, Subaru ― Ela o chamou pelo nome, mais
tímida, provavelmente pela estranheza de não usar honoríficos, o que causou
surpresa a nós também, que arregalamos os olhos. Os demais permaneceram
inertes, mas eu e meu gêmeos indagamos:
― Desde quando você chama o Subaru pelo nome?
― Bem, foi ele quem pediu ― Ela disse, pensativa, se
recordando das palavras dele que corou, e, ainda assim confirmou que era
verdade
― Então, pode nos chamar pelo nome também ― Tsubaki falou
para Ema, a qual ficou sem acreditar:
― Mesmo?!
― Claro que sim! ― Eu e Azusa lhe respondemos, impassíveis.
Ela percebeu a olhadela rápida e leviana que ele lhe lançou, e questionou:
― Aconteceu algo? Quer falar comigo?
― Queria falar com você depois, é algo pessoal ― Foi a
resposta, e eu já sabia do que se tratava logo que escutei ― A não ser que a
senhorita não se importe que eu fale na frente de todos agora mesmo ― Meu irmão
propôs. Sinceramente, achei que ela diria para conversarem mais tarde, quando
ele chegasse do seu trabalho. Qual não foi minha surpresa quando ela afirmou,
gentilmente:
― Você pode dizer agora o que está pensando e sentindo
― Eu quero me desculpar pela forma dura como te tratei no
parque ontem. Você deve ter ficado chateada e pensando nisso a noite toda. No
entanto, quero que saiba que aquilo foi apenas um ato impensado, e eu desejo
que você continue me vendo como a pessoa que sempre fui em relação a você.
Também quero te dizer que eu terei mais paciência daqui em diante e respeitar
seus sentimentos e decisões. Serei seu bom irmão mais velho até quando você
quiser, até o momento em que você se sentir pronta para me olhar como um homem.
Se seus sentimentos não mudarem com o tempo, não há problema algum,
continuaremos a ser uma família sólida e plena, como você deseja que sejamos a
cada dia.
― Azusa... ― ela o chamou, sem formalidades ― Pensei muito
em tudo o que houve, fico contente que poderei te ver como a pessoa gentil e
carinhosa que sempre foi, e que continua sendo. Suas palavras demonstram o
quanto seu coração é bom. E depois de pensar a noite inteira, cheguei à
conclusão de que a culpa também é minha: esses meses todos não dei resposta a
nenhum de vocês, e os deixei angustiados. Eu estive fugindo esse tempo todo,
mas a verdade é que depois de ontem o meu coração começou a se confundir de
novo, porque eu percebi o quanto eu amo cada pessoa de uma forma.
― Eu compreendo, acredite ― Azusa a respondeu, afável,
tornando a expressão da garota tranquila. Ela sorri, satisfeita, e logo, completa:
― Mas eu tenho certeza de uma coisa: Você é uma pessoa
especial para mim, porque tem um sentimento que só você me transmite. Com
certeza, não demorarei para te ver como deseja
Aquela confissão logo às 7:00. da manhã abalou todos nós,
pois ninguém imaginaria que ela abriria o coração na frente de todo mundo,
considerando-se seu perfil reservado e contido, especialmente ao que se refere
a assuntos íntimos dela.
O lado positivo é que agora todos estávamos cientes de seus
sentimentos, que antes eram secretos e inalcançáveis, e eu esperava que em
breve ela se sentisse confortável comigo também.
Não demorou para que cada um seguisse seu caminho para o
trabalho. Louis foi o primeiro a se despedir de nós. Eu, Tsubaki e Azusa saímos
juntos, pois faríamos o mesmo trajeto até certo ponto, e depois nos
separaríamos. Subaru foi às pressas para o seu último dia de aula na faculdade
esse semestre. Kaname nii-san foi em direção ao templo onde trabalha e Ukyou
nii-san tinha um caso para resolver, no entanto, Masaomi nii-san estava com o
dia livre hoje, pois trabalha no turno da noite, porém não precisaria fazer
plantão no hospital. Hikaru trabalha como romancista, de modo que ficaria em
casa escrevendo seu próximo livro. Iori, Yuusuke e Ema também permaneceriam em
casa por conta das férias escolares. Apenas Fuuto tinha que frequentar aulas
extras no verão por conta de suas ausências na escola devido ao seu trabalho
que ainda não havia terminado: ele gravaria 20 cenas para um drama que estava
protagonizando, na tarde e de hoje, e só voltaria à noite.
Todos fomos aos nossos afazeres, e, no meu caso, até que o
movimento estava mais tranquilo se comparado à rotina que eu geralmente tenho,
com inúmeras ligações para atender. O trabalho correu bem, entretanto, eu
continuava pensando na Ema. Não queria apressá-la e nem que ela mesma se
apressasse. Nunca fiquei tão inseguro por conta de uma garota. Ema é mesmo
extraordinária.
Por volta das 17:00 olhei no relógio, e pontualmente às 17:30
estava na Universidade Meiji, para ver o último treino do Subaru. Esbarrei com
Ema, que adentrou o ginásio no mesmo instante e se surpreendeu em me ver.
Expliquei que vim porque gostaria de ver o quão melhor ele estava no esporte, e
ela me garantiu:
― Você não vai se arrepender, Natsume. Ele tem se esforçado
muito!
“Natsume”. Por alguma estranha razão era boa a sensação de
tê-la me chamando casualmente.
― Assim espero ― A fitei, com simpatia.
O treino se iniciou e meu irmão realmente estava indo bem,
ele realmente havia aperfeiçoado as habilidades no basquete. Ema fazia constantes
elogios sobre ele, encantada por ter um atleta na família, e eu só respondia a
ela com monossílabos, fato que ela pareceu não ligar, por conhecer meu jeito de
ser.
No fim do jogo, Subaru veio cumprimentar Ema:
― Obrigado por aceitar o meu convite. Ela nada lhe disse, e
apenas sorriu timidamente. Em seguida, Subaru percebeu a minha presença porto
dela e indagou:
― Natsu-nii? Você por aqui?
Ficamos em silêncio e ele não perdeu tempo para questionar
à garota:
― Você veio com ele?
― Não, nós encontramos aqui no ginásio ― Ema respondeu,
pacifica e honestamente, mas ele não acreditou de imediato:
― É mesmo?
Ema ficou mais acanhada em virtude da expressão contida na
face de Subaru.
― Vai duvidar da garota? ― Eu o desafiei, defendendo-a ―
Ela diz a verdade
― Tudo bem ― Subaru resolveu deixar o assunto para lá. Em
seguida, olhou fixamente para mim, perguntando ferozmente:
― O que você está fazendo aqui?
― Vim ver se você estava realmente bem na sua performance ―
Respondi, de forma neutra
― Desde quando você se importa com o que eu faço,
Natsu-nii?
Eu apenas o encarei, querendo saber onde aquilo chegaria.
Subaru tinha muito ressentimento do passado, fato que dificultava bastante a
nossa relação e a aceitação da minha confiança por parte dele. Já estava
acostumado com ele descontando esse tipo de coisa em mim, então somente lhe
ignorei, tendo em mente seu gênio forte.
Me surpreendi ao ouvir a voz de Ema se manifestar:
― Desde quando vocês são irmãos, e ele se importa com você!
Ele quer que você dê o seu melhor! ― Ela falava com uma urgência, quase a ponto
de deixar uma lágrima escorrer ― Por que é tão difícil pra você enxergar e
reconhecer as intenções do Natsume? Por que você insiste em não o aceitar?
Subaru ficou sem palavras e corado, enquanto eu tentava
contê-la, para poupá-la de nossos problemas interpessoais:
― Ema, não precisa ― Lhe disse, ainda a segurando por trás,
a fim de acalmá-la
― Não ― Ela recusou a minha gentileza, e explicou o motivo
logo em seguida ― Você faz tanto por mim, me protege tanto... Por isso eu quero
te defender e te proteger também. ― Eu ia lhe dizer várias coisas, mas ela não
me permitiu:
― Você sempre me diz: “se tiver algum problema, me ligue”.
Você está sempre disposto a me ajudar, a resolver meus problemas, me escutar...
Agora é a minha vez de fazer isso por você. Eu quero retribuir todo o carinho
que você me dá.
Ela diz, docemente, sensibilizando me interior.
― Você não precisa retribuir nada ― Respondi, carinhosa e
sinceramente, virando-se de frente para ela ― Eu faço por vontade própria,
porque eu me importo com você ― Disse, sereno e firme, segurando em sua mão
delicada, para que acreditasse em minhas palavras e se sentisse segura. Em seguida, apalpei em sua cabeça, como se
faz carinho em uma criança, puxando-a para perto de mim novamente.
― Por favor! ― Ela implorou ― Deixe que eu faça o mesmo que
faz por mim! Se tiver um problema, ou se precisar de alguém pra te escutar, me
chame. Eu quero descobrir mais sobre você e desejo que esteja sempre bem
Ema, sempre pensando nos outros mais do que nela mesma.
Essa é a principal característica pela qual ela me chama tanta a atenção.
A garota que eu amo estava se preocupando comigo, querendo
me conhecer melhor e mais completamente. Ela, a quem eu tanto escuto falar com
empolgação ou com tristeza o que sente, nesse momento estava se oferecendo para
ser a minha ouvinte, meu braço direito quando se fizer necessário. Hinata Ema,
aquela que me comove grandemente com pequenos gestos
Vendo a cena, e não se aguentando de tanta curiosidade,
perguntou à menina:
― Ema, você gosta do Natsu-nii?
― Gosto ― Ela responde, mais tímida do que antes, deixando
visível que assuntos amorosos ainda a faziam ficar desconfortável, e o
temperamento do Subaru não colabora para a tranquilidade da mesma. ― Eu amo
muito vocês dois, mas é muito complicado escolher uma só pessoa.
Era compreensível aquela situação: Todos temos sentimentos
singulares por ela, contudo, a pressão por uma resposta era bem maior. Assim,
continuava com o mesmo pensamento: “Antes doa para nós, do que para ela”. Mas
nem tudo são flores: Tinha que ser o impaciente do Subaru para aumentar a
tensão da garota
― Eu te amo, Ema ― Ele se declarou, impulsivo, dando um
passo á frente e se aproximando mais dela.
“Lá vamos nós de novo”, ponderei, mentalmente.
― Subaru! Isso é hora para dizer uma coisa dessas?! ― Eu o
adverti, elevando a voz.
― E tem momento certo para se declarar para alguém?
Aquilo me tirou do sério. Ela estava fragilizada e confusa,
mas ele decidiu se declarar justo naquele momento. Que diabos está havendo
nessa família?
― Achei que você tivesse aprendido alguma coisa depois do
dia anterior ― Eu o afrontei, precisamente ― Depois de tudo que aconteceu
ontem, você ainda quer deixar a Ema mais confusa e atordoada do que já está?
― A Ema parece estar se decidindo em relação aos
sentimentos, já que disse aquilo tudo pro Azu-nii hoje de manhã ― Ele afirma,
fazendo menção ao diálogo de mais cedo, e Ema corou instantaneamente.
― Isso quer dizer que ela está determinada a se abrir com
um de nós, e não com todos de uma vez! Será que dá pra parar de querer apressar
as coisas?! Nesses momentos você tem que acalmá-la, deixá-la à vontade para que
faça sua escolha sabiamente, sem pressa nenhuma, e não exigir dela que te ame
de um segundo para outro! ― Eu já estava exaltado ― Que problema você tem na
cabeça? Será que ninguém pensa em como ela se sente? Que droga! ― Explodi
Eu a pouparia de qualquer preocupação alheia, ainda que
fosse a seu respeito.
― Natsume... ― Ela pronunciou o meu nome, já sentida, e –
espero – um tanto grata pela minha atitude. Depois, ela me deixou aturdido ao
questionar:
― Você se sente assim também?
― Ema, agora não é o momento adequado pra isso. Você
continua abalada, dá pra ver no seu rosto. ― Argumentei, protetor, no entanto,
a insistência dela me venceu:
― Por favor, seja sincero! Eu quero saber o que sente!
― Todos temos sentimentos por você, principalmente eu. Eu
sou louco por você, Ema ― Eu lhe revelei, tentando me controlar, mas a voz saiu
um pouco mais alterada do que gostaria, e ela tapou a boca, surpresa. Logo após
isso, eu voltei a conversar com ela normalmente ― Mas eu não vou te forçar a
nada, não precisa dar uma resposta agora, Ema. Dê a si mesma tempo ao tempo,
para decidir com quem quer ficar. Eu esperarei o tempo que for preciso.
― Natsume... Obrigada por me compreender tão bem ― Ela
estava claramente agradecida. Quanto a alguém do nosso lado, ele resolveu se
desculpar:
― Ema, desculpa... ― Subaru pediu ― Eu não queria...
“Não queria, mas disse.
Agora já era!”, pensei, nesse instante,
silenciosamente.
― Está perdoado ― Ela olhou para ele de forma mais séria
que o habitual, mas conseguiu esboçar um sorriso, fato que o aliviou ― Todavia,
quero que saiba que são sentimentos e personalidades distintas, a cada vez que
eu penso nisso, mais o coração se confunde. Por favor, não torne mais difícil ―
Suplicou, por fim.
Ele se calou, um tanto comovido. Não esperava uma resposta
dessas
Mesmo assim, eu o alertei:
― Você ouviu a garota! ― Falei, irrefutável ― Respeite a
vontade dela! ― Lhe disse, e fim de conversa.
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