Panmunjom, 9 de janeiro de
2018 – Corpo de Imprensas Yonhap. A Coreia do Norte aceitou nesta terça a
proposta de Seul de manter os diálogos militares para reduzir as tensões, além
de ter aceitado enviar uma delegação aos Jogos Olímpicos de Inverno de PyeongChang,
que se celebra na Coreia do Sul no próximo mês, segundo um comunicado de imprensa
conjunto emitido após seus diálogos de alto nível. Em seu primeiro diálogo
formal em mais de dois anos, mantido na fronteira de Panmunjom, as duas Coreias
também concordaram em ativar a cooperação e os intercâmbios através de diversos
níveis de diálogo, disseram os funcionários de Seul.
O acordo assumiu um grande
avanço em anos de frios laços entre ambos os países, com as tensões agravadas
devido às provocações do Norte.
Essa manhã, a Coreia do Norte
disse que enviará uma delegação formada por funcionários de alto escalão,
representantes do Comitê Olímpico Nacional, equipes de animadores e artes
cênicas, uma equipe de demonstração de taekwondo e jornalistas, além de atletas.
O Sul prometeu lhes proporcionar as acomodações necessárias.
As duas Coreias celebrarão
diálogo a nível de trabalho para analisar mais a fundo a participação da Coreia
do Norte nos Jogos Olímpicos de PyeongChang. Ambas as partes também decidiram
manter diálogos para discutir formar reduzir as tensões na fronteira. Seul propôs
a referida reunião em julho do ano passado.
Mas a proposta de Seul de
celebrar uma reunião da Cruz Vermelha para discutir a reunião das famílias
separadas pela Guerra da Coreia (1950 – 1953) próximo à festividade de Ano Novo
Lunar que se celebra em fevereiro, não foi incluso no comunicado de imprensa
conjunto. Durante a reunião, o delegado chefe da Coreia do Sul, Cho
Myoung-gyon, explicou a necessidade de retomar os diálogos sobre a
desnuclearização da Coreia do Norte. É dito que Ri Son-gwon, o delegado chefe
da Coreia do Norte, fez queixas “fortes” sobre as informações dos meios
sul-coreanos de que os diálogos de terça-feira abordariam as armas nucleares do
Norte
A reunião se realizou depois
que o líder norte-coreano, Kim Jong-un, propôs uma reconciliação descomunal a
Seul em sua mensagem de Ano Novo. Kim expressou sua vontade de enviar uma
delegação às Olimpíadas de PyeongChang e disse que o país está aberto ao
diálogo. A Coreia do Norte aceitou a proposta de diálogo de Seul na sexta-feira
da semana passada, após o Sul e os EUA concordarem em adiar suas manobras
militares até depois das Olimpíadas. Assim mesmo, retomou a linha telefônica
fronteiriça, desconectada durante muito tempo.
A reunião acontece em um
contexto de fortes sanções internacionais contra a Coreia do Norte por suas
provocações nucleares e mísseis. Pyongyang realizou seu sexto ensaio nuclear e
lançou três mísseis balísticos intercontinentais (ICBM segundo as siglas em
inglês) no ano passado.
O Governo do Presidente
Liberal Moon Jae-in expressou a esperança de que a participação do Norte nos
Jogos ajude a aliviar as tensões na península dividida que foram desencadeadas
pelas provocações norte-coreanas. Moon espera também que algumas melhores relações
intercoreanas proporcionem o caminho para a resolução do tema nuclear norte-coreano
e para um diálogo mais amplo entre Estados Unidos e Coreia do Norte. Cho,
também ministro da Unificação do Sul disse aos jornalistas no lugar da trégua que
essa reunião adquire importância em termos de restaurar e desenvolver os laços
intercoreanos, algo que ambas as partes compartilharam baseando-se no respeito
mútuo, dando o primeiro passo para aliviar as tensões que se têm permanecido durante
muito tempo, e que há muitas tarefas por fazer
Entre os possíveis temas da
agenda com relação às Olimpíadas, incluem se a delegação norte-coreana viajará por
terra ou outras rotas, e se as duas Coreias caminharão juntas, sob uma bandeira
unificada na cerimônia de abertura e encerramento.
Se se opta elas rotas
terrestres, através da fronteira fortemente vigiada, precisará se consultar as
autoridades militares das duas Coreias. Se o Norte envia uma equipe de animadores,
ou uma equipe de artes cênicas ou de canto, ambos os lados também terão que
consultar os detalhes, como a rota de viagem, alojamento e segurança. As duas
partes concordaram em chegar a um acordo para desfilarem juntas sob uma
bandeira de uma Coreia unificada nas cerimônias de abertura e encerramento e os
eventos culturais
Pyongyang não explicou quem
encabeçaria a delegação “de alto nível”, mas os peritos acreditam que a equipe
pode incluir pesados políticos como Choe Ryong-hae, o funcionário de fato
número dois no Norte.
Choe está na lista negra pelas
sanções unilaterais da Coreia do Sul sobre as provocações nucleares e mísseis
da Coreia do Norte. As ações punitivas de Seul não cobrem as proibições de
viajar, entretanto, seria controverso se os funcionários norte-coreanos na
lista negra chegam ao Sul.
Aparentemente, conscientes de
tais criticas o Ministério de Assuntos Exteriores de Seul disse que o Governo
poderia considerar retirar temporariamente as sanções contra o Norte, se for
necessário, para permitir que os funcionários norte-coreanos visitem o Sul no
próximo mês.
(FIM).
Fonte: Agencia de Notícias Yonhap
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