quinta-feira, 16 de novembro de 2023

[Resenha] Denise: Arraso

Título: Denise: Arraso 

Roteiro: Cora Ottoni 

Com a personagem de: Rosana Munhoz e Emerson Abreu 

Do universo de: Maurício de Sousa 

Coleção: Graphic MSP 

Volume: 33

Número de páginas: 96

Editora: Panini 


A Denise é uma das minhas personagens preferidas, pela sua personalidade alegre e autêntica. Como é de costume das Graphics MSP, elas nos trazem determinada reflexão nas entrelinhas. 

Gostei de ver como a desenhista trabalhou a Denise como uma menina descontraída, porém, neste caso, como alguém viciada nas redes sociais - um problema que enfrentamos em nossa sociedade atual. Algumas pessoas preferem ter seguidores a amigos de verdade, fazendo de tudo para aparecer na mídia, escondendo a sua essência. 

As pessoas estão cada vez mais à procura da aprovação alheia, com a necessidade de pertencimento a um grupo, cedendo à pressão do coletivo, optando por uma vida de aparências, para que tenham a atenção que tanto desejam obter.

Na HQ fica explícita a mensagem de que não devemos ser quem não somos, aceitando a realidade como ela é. Quem é nosso amigo deve nos aceitar como somos, e não pelo que temos ou deixamos de ter. 

Nesse sentido, achei interessante o fato de a autora abordar o paradoxo existente entre Carminha e o resto das meninas; enquanto ela tem tudo de material, as demais possui o carinho e o amor fraterno que lhe falta, para lhe completar. 

No fundo, todas as coisas que possui são para suprir a carência afetiva e se analisarmos bem friamente, a personagem Carminha Frufru representa uma dessas pessoas vazias, que andam com objetos de última geração para mostrar que tem algo com que se orgulhar, sem saber que isso não significa nada. 

O fato de reconhecer a ausência dos pais em um dos quadrinhos, deu à personagem um caráter mais natural e humano, diferente da tradicional Carmen esnobe. Ver a Cascuda como uma das amigas da Denise me deixou feliz; elas podem ter suas diferenças mas, estão sempre juntas. 


Aprendemos também, que a mentira tem perna curta e que não se deve invejar a grama do vizinho. Denise sempre quis ter a vida luxuosa de Carmen e achava a sua um completo desastre, sem glamour algum, sem olhar as coisas positivas que havia ao seu redor e na mudança para o Limoeiro, sendo que cada um tem seus problemas e pontos positivos, do jeitinho que a vida é. 

Quanto ao enredo em si, a personalidade meio doida com falas exageradas da Denise deu um ar de leveza e muita comédia! Me vi sorrindo em vários momentos da trama e as gírias lembraram bastante as historinhas do Emerson Abreu, quando ele usa e abusa da personagem, cheia de opiniões. Dá para ver que esta quadrinista é tão fã da Denise quanto do roteirista, até o homenageando ao batizar o pai dela  com seu nome. 

Achei tudo a ver ela e o XAVECO serem vizinhos e ela sempre errando o nome dele em várias passagens, foi super divertido. Em geral, foi uma leitura bem gostosa e fluida, típica da Turminha. Só não gostei da palavra “lacrou”, afinal sou contra a lacração. 

Pra que essa palavra? Não arrase assim comigo, gata! 

Tirando isso, foi uma boa história com lições de moral valiosas! Vale a pena conferir! 

Beijos e até a próxima indicação 

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