Este episódio foi simples, mas não
menos importante. Diria até, que este é o ponto crucial para os verdadeiros
conflitos desta trama, com uma reviravolta a seguir.
Como suspeitava, a mãe da Mio
ainda vai ter muito espaço, como se mostrou no início deste capítulo. E cada
vez mais me convenço de que as lembranças dela são devido ao Alzheimer, uma vez
que as memórias dela são seletivas – apenas sobre ele – e muito específicas:
ela sabe por exemplo, qual a comida favorita dele. Isto já era um sinal de que
ela fazia esse prato para Motoharu comer, o que realmente foi revelado nos flashbacks.
Sobre o romance, foi possível constatar
a diferença de comportamento do protagonista com ambas as mulheres: Sayaka e
Mio. Ele se dá muito bem com a primeira, com quem é casado nesta “realidade
alternativa”. Eles parecem dar apoio um ao outro, mas não possuem interação /
intimidade nem diálogo de casal. Aos meus olhos, eles representam a típica
paixão fugaz que se esvai com o tempo, e a relação de deles se torna de amizade,
sem nada extremamente forte e intenso.
Em contraposição a isto, seu
relacionamento com Mio é bem mais verdadeiro, e suas atitudes perante ela
demonstram que ele ainda guarda dentro de seu coração, sentimentos por ela.
Ademais, mesmo casado com Sayaka, Motoharu continua pensando e lembrando de sua
vida conjugal com Mio, dando forte indício de que não a esqueceu e que o amor
não acabou.
Neste episódio ficou evidente que
o protagonista é o grande culpado pelo término do seu casamento, já que ele
sempre dizia que estava cansado e não cumpria com o combinado, como um membro
de família. Ele enxergou somente a própria dor, advinda de seu estresse do
trabalho, e supôs que apenas ele estava sofrendo, não prestando atenção nos
sentimentos e necessidades de sua esposa, que à época, era Mio. O fato que me
deixou mais abismada e triste foi que ele nem compareceu ao funeral do então
sogro, para dar seu último adeus. Por mais que estivesse cansado, o mínimo que
ele deveria fazer é ter consideração pelo falecido e, claro, por Mio –
aparentemente, a única família dela eram os próprios pais, sem mencionar de que
a partida de um ente querido nos deixa sempre abalados emocionalmente, ainda
mais o pai.
Porém, nem em uma situação delicada
dessas ele teve compaixão e empatia para se colocar no lugar de Mio e
confortá-la, priorizando apenas o seu próprio bem-estar. A lição que podemos
tirar das atitudes infelizes de Motoharu é que, muitas vezes, a dor leva ao
egoísmo. Acreditem, é verdade.
O ponto positivo foi que ele
reconheceu – no tempo presente – seus erros do passado, e que ele mesmo “transformou
Mio em um monstro”. Um monstro nada mais é do que algo que em seu interior,
possui apenas sentimentos ruins e negativos, e como ele nunca deu lhe deu a devida
atenção que precisava e merecia, como um marido ativamente presente e amoroso, ela
também se tornou um monstro.
Todos os tristes acontecimentos
foram consequências dos atos de Motoharu, fato do qual tomou consciência depois
de refletir sobre sua vida. Moral da história: não faça besteiras das quais vá
se arrepender posteriormente.
Para finalizar, pressinto um
triângulo amoroso chegando por aí. “São as cenas dos próximos capítulos!”
Espero que tenham gostado,
Rebeca
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