Eu conheci este drama recentemente, mas só tinha em inglês.
Logo, uma leitora do blog, Silvia Igarashi, me recomendou e fui conferir.
Apenas por estes primeiros momentos, já posso dizer que foi uma experiência
satisfatória, me prendendo ao enredo.
Esta resenha não será tão grande, nem demasiadamente profunda,
visto que este episódio inicial serviu mais para apresentar os personagens,
porém, destacarei alguns pontos específicos a partir dos quais podemos refletir.
A começar pela nossa protagonista, Kureno Masora (Takahata
Mitsuki), ela contraiu uma enfermidade incurável chamada polimiosite, e foi afastada
de seu cargo no hospital onde trabalhava.
Contudo, ela ama sua profissão como médica, e desejou
continuar em exercício. Não demora para que ela consiga um emprego na “Vila
Arco-Íris”, uma clínica no interior.
Lá, ela conhece novas pessoas com quem faz amizades como o
cirurgião Asagi Saku (Iura Arata), enfermeiro Aoyama Taiyo (Kitamura Takumi), Oda
Yukino (Adachi Yumi) e seu marido, Harunobu (Mashima Hidetaka), e o morador da
vila Shirakura Hiroshi (Moto Fuyuki), todos bem alto-astral. Analisando a
personalidade deles e associando-as ao contexto do drama, chego a pensar que a
imagem de “arco-íris” não seja somente algo literal, como demonstrado nas cenas,
mas que signifique as coisas boas e as alegrias que ela poderá encontrar cada
dia a mais, naquela Vila, a partir de seus amigos e suas vivências cotidianas.
E como diz o ditado: “Depois da chuva, sempre vem o arco-íris”.
Essa frase, por mais que passe batido para nós, é bastante cabível a esta
história, pois, ainda que a mocinha tenha tristes notícias – no caso, sobre seu
estado de saúde – ela conseguirá encarar a vida com mais positividade, em lugar
repleto de carinho, onde ela poderá cuidar e ser cuidada. O mais bonito é como
ela se doa e se preocupa com os outros, de verdade, perante às crianças até com
um afeto de “mãe”, no sentido de proteger e zelar ao máximo.
Os pequenos gostam dela por ser sempre receptiva e amável. De
todos os pacientes, o que mais me tocou o coração foi quando ela cuidou de um
garotinho de uns 9 anos, chamado Hisashi, que estava com febre alta, e graças à
rapidez e dedicação de Kureno, ele passou bem.
A vontade dela é o que emociona. Com certeza, ela também
transmitirá a mensagem de que temos que aproveitar nossa vida até o último
instante, e fazer pelos outros, o mesmo que gostaríamos que fizessem conosco.
Por falar em força de vontade, uma cena comovente foi quando Midorikawa
Hideo (Izumiya Shigeru) quis ajudar em uma situação de emergência, mas não o
deixaram fazê-lo por conta da idade avançada. Deu para sentir o descontentamento
do personagem, é muito frustrante quando queremos fazer algo para ajudar o
próximo e não podemos.
A interação entre eles é gostosa de acompanhar, dá para ver o
quanto se ajudam e se completam, como profissionais e amigos. Mas, isto não significa
que não hajam desentendimentos uma vez ou outra.
Em determinado momento, o cirurgião Saku e o enfermeiro Taiyo
entram em discussão, devido às suas personalidades opostas e os objetivos de
vida de cada um. Saku, mesmo sendo mais velho, é mais relaxado e “tranquilão”,
enquanto que Taiyo é muito mais novo do que ele e, todavia, também é mais
correto, certeiro e focado no que deseja.
Em uma das falas, Taiyo diz que Saku não veio àquele lugar
para ser um médico, “ele só veio para morar e trabalhar no campo”, e que o
próprio havia afirmado isso. A seguir, o cirurgião alega que, “nem tudo que é
dito é verdadeiro”, referindo-se ao que disse anteriormente sobre si mesmo. Com
este diálogo, podemos perceber que os objetivos de vida dos indivíduos podem
mudar com o tempo, desta forma, “nem tudo que é dito é verdadeiro”, já que a
percepção a respeito das prioridades e planos de alguém pode se alterar, à
medida em que adquire novos aprendizados no ambiente em que está inserido.
Ele não mentiu, nem deixou de amar a sua profissão como doutor,
mas, talvez, de início, ele gostaria de morar no campo para ter maior
tranquilidade, se comparada à vida agitada que as pessoas levam em grandes
centros urbanos. Então, depois de conviver com as crianças, os pacientes, moradores
da vila e colegas de trabalho, seu foco voltou a ser o âmbito profissional,
apegando-se ainda mais ao mesmo.
Em contrapartida, Taiyo é centrado até demais, e não
compreende como alguém pode ser volúvel em um quesito importante como este.
Acontece que, nem todas as pessoas possuem realmente uma opinião formada e predeterminada
sobre seus projetos futuros e metas de vida, demorando a descobri-los, mas
quando as encontram, conseguem ser tão concentrados quanto quem já se decidiu
muito antes.
Nestas situações, vale a reflexão, senso de empatia e
compreensão. A protagonista possui uma personalidade de alguém determinada e
alegre, espontânea, sendo um meio termo e uma mediadora entre os dois homens, que
têm comportamentos contrários, mas, no fundo, não são tão diferentes assim.
Coisas da vida, que se resolvem depois de literalmente “sentar e conversar”,
apesar do caráter acalorado do conflito.
Além deles, aconteceu uma breve discussão entre Hideo e
Hiroshi, por conta de uma menina que gostavam, décadas atrás, e um não havia
contado ao outro sobre este assunto até tomar a decisão de “dizer o que precisa
antes de morrer”, confessando seus atos. Quantas vezes deixamos de revelar o
que fazemos ou sentimos para um amigo íntimo ou familiar? Às vezes para não
magoar os sentimentos alheios ou por medo, ou os dois. É algo extremamente
comum de se encontrar nas relações interpessoais. “Antes tarde do que nunca”, são
as palavras de outro célebre dito popular. Assim sendo, diga o que está dentro
de você, não importa quanto tempo leve.
Como todo drama, houveram confrontos entre os envolvidos da trama.
Felizmente, neste primeiro episódio, predominou-se a felicidade, e a característica
naturalmente dramática quando mostram a equipe médica em ação.
Tenho altas expectativas para este enredo, que em seu
desenvolvimento, ainda promete inúmeras emoções! Espero que também acompanhem,
e apreciem tanto quanto eu.
Roteiro, personagens e atuação
Todos os personagens apresentados neste episódio foram
bastante cativantes, e já me bateu a curiosidade de saber mais sobre o
histórico de cada um. No entanto, que conquistou meu coração mesmo, foram os pequenos!
Amo crianças em doramas! Estou apaixonada pela menininha que interpreta a
Hinata! Ela se chama Nakano Misaki e tem 5 anos! Uma fofura, adorei vê-la em
cena, e espero que apareça mais nos episódios seguintes
Os atores foram bem escolhidos para os respectivos papeis, apenas
deixando a desejar as cenas voltadas especificamente a comédia, e que eu considero
exageradas demais – típico problema de j-dramas, na minha humilde opinião – e
que se fossem elaboradas com maior sutileza ficaria melhor e, de repente, até
mais divertido!
A primeira impressão que tive do enredo foi igualmente
positiva, bem construído e conciso, estou na torcida para que continue assim e
se aprofunde com o desenrolar da história, que tem potencial para agregar
bastante conteúdo ao expectador.
Minha primeira experiência com o roteirista Okada Yoshikazu
não foi das melhores. Ele escreveu “Snow Flower”, filme de longa-metragem
inspirado na música homônima da cantora Nakashima Mika, porém achei o enredo
extremamente protagonizado e superficial, não me agradando tanto quanto eu
gostaria.
Por outro lado, este drama cativou desde o início. Pelo
visto, ele leva mais jeito para roteirizar dramas, considerando-se que, por
haver mais episódios, ele pode explorar mais o tema – ambos se tratam de uma
protagonista com doença terminal – ao invés de um filme de duas horas, em que a
história precisa ser mais resumida, assim, ele não se atentou a alguns detalhes
que para mim, fizeram falta para compreender melhor o longa.
Também acho que o autor se dá melhor com personagens mais
velhos e contextos mais maduros, pelo que deu para perceber pela maioria das
produções dele – não as assisti, porém investiguei no My Drama List e li as
sinopses de algumas –, ao invés de uma trama que ilustra o romance entre dois
jovens de Ensino Médio, como foi o caso de “Snow Flower”
Aqui, eu espero que ele consiga expor com muito mais precisão
e profundidade, os acontecimentos, uma vez que Nijiiro Karute parece ser bem o
meu estilo de enredo, que nos faz lacrimejar, e ao mesmo tempo, deixa o coração
quentinho!
Até a próxima indicação!
Com carinho,
Rebeca
Olá, boa noite!
ResponderExcluirAcebei de ler sobre suas primeiras impressões de Nijiiro e queria muito parabenizá-la pelo texto! Ficou lindo!!
Você tem um talento incrível para escrever e eu me senti muito bem contextualizada lendo e também, entendi claramente os pontos levantados/comentados.
Parabéns pelo blog e pelo seu esforço! Começarei a acompanhá-lo com frequência. Por favor, não pare!
A comunidade de doramas precisa de mais pessoas assim como você!
E mais uma vez, muito obrigada pelo seu trabalho!! Gambare!!
Nossa! Muito obrigada por um comentário tão inspirador como o seu! Com certeza, fez o meu dia!
ExcluirEu gosto bastante explorar as temáticas que muitas vezes, a maioria dos espectadores deixa passar, com mais detalhes, é uma característica minha. Me alegra muito saber que meu texto ficou compreensível, eu me preocupo bastante com os leitores ao escrever, e sua mensagem me deixou com a sensação de "missão cumprida!"
Obrigada pelo carinho! Eu minha xará fazemos por e com amor, para sempre oferecer o melhor às pessoas! Eu vou adorar te ter como seguidora / leitora! Por favor, apareça! Será sempre muito bem-vinda neste nosso Cantinho!
Não pararei, pode deixar! Você me inspirou ainda mais a prosseguir com a escrita
Eu que agradeço. Por tudo; o incentivo, carinho, apreço, comentário e a visita!
Gambaru yo, kitto!
Beijos,
Imensamente grata,
Rebeca