Resolvi fazer as primeiras
impressões separadamente, pois estes episódios conferem um contexto
completamente diferente do primeiro. Como acompanharei aos poucos,
provavelmente acrescentarei as minhas convicções a cada vez que saírem novas
emoções, e posteriormente, farei uma resenha completa, com aspectos gerais da
trama, e a conclusão final que tirei desta obra – mas isto ainda levará
bastante tempo.
Por ora, gostaria de destacar os
pontos principais deste capítulo, para que eu possa então, revelar meus
pensamentos. Tal como no anterior, neste ele voltou aos seus tempos de
universidade, para contextualizar a sua relação com Sayaka, à época, sua
caloura. Diferentemente do anterior, aqui são explorados mais o passado de Mio
e Motoharu, com flashbacks bem fofinhos de quando ele era seu professor
particular, e ela possuía uma personalidade bem mais dócil, amena e alegre.
Admito que amei ver estas cenas, e descobrir que o amor deles foi algo que
começou inocentemente, aos poucos, sendo que ela já enxergava nele, seu
parceiro de vida. Foram momentos bem marcantes e que deixaram o meu coração
quentinho, de certa forma, equilibrando com a dose de conflitos entre ambos no
primeiro episódio – só teve briga, diga-se de passagem.
Entretanto, o ponto alto destes
episódios foi quando ele transformou o seu futuro, após desejar uma vida feliz.
A partir deste quesito, aparecem situações nas quais nos cabem refletir
minuciosamente.
Vamos lá:
Em um futuro alternativo, em seu
casamento com Sayaka, ele foi capaz de ter sua “vida perfeita”, sem estresse
físico nem emocional, com uma esposa que o apoia, com tempo de sobra para se
distrair. Isso tudo porque, neste relacionamento, ele não possuía filhos, e,
portanto, obviamente que ambos tinham mais tempo para se dedicar a si mesmos,
tanto como casal, quanto individualmente, em seus afazeres pessoais, ao passo
que, em sua realidade com Mio, parte da tensão, provinha das responsabilidades
que os dois possuíam enquanto pais de família, papel que negligenciava bastante,
esquecendo-se de buscar seus filhotes na escola, apesar de eles aparentemente
se darem bem com o pai, que demonstrava ser calmo e generoso, um traço positivo
da personalidade dele, se comparado a então esposa, Mio.
Os filhos para ele serão seu
grande dilema: Ao mesmo tempo em que ele deseja ter uma vida estável e
tranquila, que conseguiu obter com Sayaka, Motoharu sente muita falta dos
pequenos, pois se apegou intensamente aos mesmos, e ao sentimento paternal. Com
isto, podemos perceber que para se sentir completo, um ser humano necessita de
ambos: um casamento harmonioso e filhos, para que a família seja plena.
Acontece que neste “futuro
alternativo”, ele se encontra novamente com Mio, transferida para trabalhar no
mesmo banco que ele. O encontro deles em uma outra linha temporal, me fez
pensar analiticamente que o nosso destino nunca pode ser quebrado. Nós podemos
escolher os caminhos que vamos trilhar, as dificuldades e momentos que
passaremos até encontrá-la, no entanto, a nossa pessoa especial já está
predeterminada. Isto reflete o pensamento milenar oriental da predestinação,
evidenciada na lenda do “Akai Ito”, o fio vermelho do destino.
À medida em que passa a conviver
novamente com Mio, ele se sente confuso sobre qual a verdadeira personalidade
da mulher; a brava e estressada, ou a dócil e dengosa que ele está vendo neste
novo período que criou. Então, se recorda que no passado, ela costumava ter
essa característica radiante, e se arrepende após perceber que o culpado pelas
desavenças no matrimônio é ele mesmo, uma vez que colocou seu foco todo em seu
emprego e começou a ignorar a esposa, deixando-a sobrecarregada física e
mentalmente, a ponto de ela não conseguir lidar mais com a situação. Após
prestar atenção nas cenas dos flashbacks sobre este tópico, passo a
compreender mais a protagonista e dar razão a ela, pois é difícil manter tudo
em ordem sem contar com a ajuda de um marido, o qual deve ser seu companheiro,
e uma pessoa que lhe dá força suficiente, a fim de driblar os desafios
cotidianos.
É evidente que, desde sempre a
mulher possui um papel fundamental na proteção da família e das próximas
gerações, afinal, a mulher detém uma sensibilidade própria dela, além de que a
principal figura que uma criança precisa no dia-a-dia, é a materna.
Não obstante, faz-se necessário
salientar o fato de que a responsabilidade de zelar pela família e criar seus
filhos é de ambas as partes, para que ninguém se sobrecarregue e os pequenos
possam ter uma base familiar bem estruturada, sem que sofram com a ausência de
um deles, no caso, do pai.
Pensando sob um ângulo mais
filosófico, embasando-se na tradição e cultura asiática, podemos dizer que a
mãe é a responsável por transmitir os valores emocionais, como afeto, carinho e
generosidade, enquanto que o pai tem o dever de transmitir os valores morais de
honra, dignidade e integridade, a fim de ter um herdeiro exemplar, que
conservará estes mesmos princípios aos seus descendentes. Assim sendo, ambos
são igualmente importantes para a formação do caráter dos seus filhos.
Tanto Motoharu quanto Mio se
deixaram levar pelo estresse esquecendo-se da essência do casamento e do núcleo
familiar, cuja base está na cumplicidade e compreensão mútua. Quando se recorda
da vida que tinha, começa a perceber a importância de sua participação ativa
como pai – ou ao menos, foi o que entendi, porque ele parecia bem triste no
momento em que rememorou tais passagens –.
Por outro lado, eu penso que,
teoricamente, após trabalhar no banco, Mio entenderá a pressão pela qual
Motoharu passa diariamente em seu trabalho, em vista de que as situações que
ele enfrentava, estão acontecendo com ela, referente aos clientes que frequentam
o estabelecimento, pois cada um apresenta um problema em sua conta, ficando a
cargo dela resolver, sendo que na reta final do primeiro episódio, o
protagonista revela que, parte considerável de seu estresse provinha da exigência
da clientela.
Saindo um pouco da esfera do casal
principal, e voltando-se aos laços fraternais, torci imensamente para que a
relação mãe e filha progredisse, e posso dizer que estou satisfeita: Na linha
temporal alternativa, Mio possui um relacionamento sadio com sua mãe,
propiciando cenas fofinhas entre as duas, que concedem certa leveza ao drama,
até arrancando-me sorrisos.
O intrigante foi testemunhar que apenas
a mãe dela se recorda que Motoharu é seu “genro”. Não acho que seja por conta
da viagem no tempo, mas devido ao Alzheimer, uma vez que os indivíduos que a
possuem costumam ter memórias antigas, e dos bons momentos que vivenciaram.
Acredito que a velha senhora deveria se dar muito bem com o genro, em uma
ligação especial e recíproca, o que explicaria ela o reconhecer tão
instantaneamente.
Quanto ao casal, Mio tem vagas
lembranças de sua época de casada, sem saber exatamente o que significam, como
se previsse seu futuro. Por sua vez, o protagonista tem consigo tanto as boas
quanto as más recordações do matrimônio. Honestamente, alguns flashbacks cansaram,
por repetirem o mesmo ocorrido inúmeras vezes – trata-se de quando ela grita
com ele. Quando assistirem, saberão do que falo –, mas de modo geral, os
flashbacks e a “roda no tempo” foram bem utilizados, consegui me situar com
facilidade na história.
Ansiosa para as próximas emoções!
Prevejo que a mãe da Mio e o tiozinho viajante no tempo que deu as moedas ao
Motoharu ainda terão grande participação no desenrolar da narrativa. Espero
estar certa.
Até a próxima resenha,
Rebeca
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