sexta-feira, 15 de novembro de 2019

[The Monster Inside of My Bed] Capítulo 6 – De volta para casa.


[POV do Allen]

Uma pessoa repentinamente entrou no quarto.
— Muito cansada — Disse uma voz feminina.
Eu olho para os seus pés e vejo que eles não são pequenos. Tenho certeza que essa não é garotinha Jessica.
— Tenho saudade desse lugar! Tenho certeza que nada mudou.
Deitada na cama, ela se levantou e deu a volta por todo o quarto. Eu espiei do lado de fora e vi que ela foi em direção à mesa de estudos da Jéssica e tocou nas coisas da Jessica.
— Como ousa tocar nas coisas da Jéssica!
— Elas ainda estão aqui. As memórias da minha infância — A mulher sussurrou.
Ela estava de costas para mim. Do meu ponto de vista, eu pude ver que ela tinha cabelos longos, enquanto usava jaqueta jeans. Não demorou para que eu a visse tirar a sua jaqueta. E ela jogou aquilo que “devia ficar na cama”
Já que eu estava de costas para ela, aquilo atingiu a minha cara.
— Ouch! — Eu praguejei, e imediatamente me escondi quando ela se virou.
— Quem é? — Ela disse, em choque.
Essa foi por pouco. Isso me deixa nervoso. O que ela está fazendo, e se intrometendo nas coisas dos outros?
Ela é a nova inquilina que vai morar aqui? Jessica realmente não vai voltar?
A noite chegou e ela caiu no sono. Eu sai para ver o rosto dela claramente. A luz da lua ilumina a escuridão do quarto. Brilha em seu rosto, enquanto ela dorme profundamente.
— Ela é linda. — Eu sussurro enquanto deixo minha cabeça próximo do rosto dela para observá-la mais de perto.
Ela tem cílios longos, nariz pontudo e lábios beijáveis. Eu não sei o que deu em mim para eu querer tanto me aproximar dela desde que ela acordou.
— Quem é você? — Ela chorou.
Eu gesticulei para ela manter sua calma, mas de repente sua voz se tornou mais alta.
— Você é um pervertido! Um estuprador! — Ela queria gritar, então eu me movimentei. Eu tapei a boca dela utilizando a minha mão, mas ela me mordeu.
Ela intoleravelmente me mordeu! Que boca!
— Ouch! — Eu gritei
— Ajuda! Ajuda! — Ela berrou.
— Cale a boca! — Eu lhe disse
— Suma! — Ela insistiu.
— Garota maldita, você é a única que deve sair! Esse quarto é da Jessica, não seu.
— Você me conhece?
— Eu estou falando da Jessica, não de você
— Jessica e eu somos a mesma pessoa, porque eu sou ela, seu idiota!
Eu me surpreendi com a repentina revelação. Mas não pode ser. Jessica é apenas uma criança.
— Vo... Você parece familiar. — Ela gaguejou enquanto vagarosamente caminhava em minha direção.
Eu voei para longe dela. Eu não posso acreditar nela!
Eu a vi caminhando em direção à mesa de estudos da Jessica e parecia que ela estava agarrando alguma coisa. Eu enrijeci porque ela estava abraçando um desenho da Jessica, de mim mesmo.
— Não toque nisso! Isso é meu! — Eu estava falando com ela, querendo pegar o papel.
— Isso é meu — Ela disse, enquanto tentava evitar que o papel fosse parar em minhas curiosas mãos. — Então, você é real.  Na verdade, você é real, certo? — Sua voz repentinamente se tornou inexpressiva enquanto estava dizendo aquilo e eu podia ver brilhantes lágrimas em seus olhos.
— Está se referindo a mim? — Eu perguntei.
— Você é real, de verdade! — Ela repentinamente pulou e me abraçou — Você não é apenas um sonho ou imaginação. Não é como eles disseram — Ela acrescentou.
— Jes…Jessica?! — Eu perguntei. Eu apenas queria ter certeza e esclarecer o que estava confuso em minha mente.
— Sim, sou eu. Se lembra? — Ela falou para mim, sorrindo, enquanto suas lágrimas vagarosamente se derramavam em seu adorável rosto.

[POV da Jessica]

— Você nunca mudou — Eu disse a ele. Ainda não conseguia acreditar que aquilo estava acontecendo.
— É realmente você, Jessica? — Ele parecia uma criança perdida.
— Sim, sou eu. — Eu sorri e o abracei.
— Você mudou muito.
— Hmmm... Muitos anos se passaram — Eu expliquei rapidamente, querendo aproveitar o momento.
— Por que você não voltou?
— Depois de um mês meus pais decidiram ficar na América de vez. Eu pedi para eles para voltar por sua causa, porém eles rejeitaram a ideia — Eu expliquei.
— Então você não voltou?
— Eu tentei. Eu contei para eles sobre você, mas eles não acreditaram em mim. Eles me disseram que você era só um amigo imaginário que eu tinha até me acostumar com a cidade e disseram para eu te esquecer. Eu estou realmente arrependida — Me desculpei.
Eu pude ver em seus olhos que ele acreditava em mim e entendi tudo o que havia acontecido.
— Como está? — Perguntei.
— Continuo o mesmo.
— Eu sei. — E ri.
— Por que? — Ele me indagou de forma questionadora, talvez porque eu ri.
— Nada. É só que eu lembrei que eu tinha um crush por você e a coisa mais louca que eu fiz foi te beijar. Você é meu primeiro beijo!
— Eu lembro. Na verdade, você queria ser minha namorada. — Ele riu, com a repentina lembrança.
Eu não respondi. Pensar naquelas coisas que eu fiz no passado se tornava inconveniente nesses momentos. Eu já sou uma adulta, uma mulher completamente crescida.
Eu o observei com absoluta atenção: ele está dando risada, e nada mudou. Ele não envelheceu. Ele ainda tem aquela aparência linda que me fez ficar louca por ele desde que eu era criança.
— Nós ficaremos aqui definitivamente e continuar a minha universidade no país. — Eu lhe disse.
— Sim, isso é bom. Sinto sua falta, Jessica.
— Eu gosto do jeito que você me chama de “Jessica” — Digo isso com um sorriso em meu rosto.

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