Quando
eu voltei da escola para casa, eu fui direto para o meu quarto.
—
Querida, as crianças da vizinhança querem brincar com você.
—
Eu não quero, mamãe, pois brincarei no meu quarto.
Eu
imediatamente coloquei a minha lancheira em minha cama e a abri. Ainda há algumas
sobras. Eu planejei dá-las para Allen. Eu coloquei o sanduíche debaixo de minha
cama.
Um
tempo depois, uma mão rapidamente o pegou, o que me faz ficar surpresa, mas
também me fez ficar encantada.
—
Oi?
Nenhuma
resposta
—
Olááá??
Nada
ainda.
Eu
pensei em um plano para ver o monstro de novo. Eu tirei sanduíches e os deixei
cair. Gradualmente, uma mão saía e eu retirava mais daqueles sanduíches, mas
ele ainda insistia em estender a mão para isso.
—
Te peguei! — Eu o surpreendi e dei risada da reação dele.
—
Merda! — Ele disse, irritado.
—
Eu só queria ser sua amiga.
—
Você! Criança, eu não tenho tempo para você.
—
Você quer que eu te ajude a se lembrar de suas memórias perdidas?
Aquelas
palavras chamaram a atenção de Allen e fizeram com que ele não fosse embora e
falasse comigo.
—
Como eu me lembrarei do meu passado? — Allen perguntou seriamente.
—
Deixe-me repetir: Você realmente não se lembra de nada?
—
Hum... Pessoas, diferentes pessoas e um quarto. Estas são as coisas das quais
me lembro quando eu fui dar uma espiada lá fora várias vezes.
—
Eh... Quem são eles e como você chegou lá?
—
Eu não os reconheci, então eu não sei.
—
Ah! Olhe para as roupas antiquadas que você está vestindo. É formal, e é como
um terno como se fossem as roupas que o Jack do Titanic estava usando. Ou mesmo
um estilo de roupas da época de Jose Rizal. [1]
—
Como eu ia saber?
—
Em que ano você nasceu?
—
Ano?
—
Sim. Hoje é dia 26 de agosto de 2012 — Eu apontei meu dedo indicador no
calendário.
—
Qui... Quinze...1531
—
Hã?
—
Sim. É 1531. Eu vi isso no calendário antes.
—
Wow! Isso foi há um longo tempo atrás! Isso foi na sua casa?
—
Não. Isso foi na casa do antigo dono desta cama.
—
Então, desde aquela época você já morava nessa cama? — Eu perguntei, chocada. —
Sério! Quantos anos você tem?
—
Eu não faço ideia — Allen respondeu, consternado.
Desde
aquele dia, eu tenho voltado cedo para casa. Ele sempre me vê, e eu o ensino
coisas que ele não sabe. Mesmo que eu sempre estivesse no quarto, eu nunca
estava entediada porque eu tinha um companheiro para brincar.
—
Espere! Eu pensei em algo para fazer — Eu disse enquanto estávamos brincando de
“Cobras e Escadas”
—
O quê? Jogar cartas, de novo?
—
Haha. Não.
—
Eh? O quê?
—
Nós devemos tirar uma foto — Então, eu tirei a câmera da divisória.
Eu
o aproximei de mim e apertei o botão da câmera.
—
Hã? Você não está aqui? Então, você não pode ser capturado pela câmera? — Eu
disse, fazendo biquinho.
—
O que é isso?
—
Isso é uma câmera. Se você a apertar um pouquinho, depois de um momento, você
se verá na tela.
—
Aha! — Foi como se uma lâmpada iluminasse
a minha mente — Eu irei te desenhar.
—
O quê?
—
Usando este lápis. Eu não sou muito boa, mas eu vou aprender a te desenhar. — Eu
sorri para ele.
Toda
noite, eu tentava expressá-lo através de meus desenhos. É uma das coisas que me
deixam ocupada todo dia e noite.
Um
dia, minha mãe repentinamente entrou em meu quarto.
—
Rápido, Allen! Esconda-se!
[...]
—
Você está conversando com alguém?
—
Não, mamãe.
—
Você não quer experimentar sair? Tem crianças que querem brincar com você.
—
Eu não quero, eu me sinto bem aqui.
—
Tem certeza?
—
Sim, mamãe. — Eu sorri para ela.
[...]
—
Allen, você já pode sair. Mamãe já não está mais aqui.
Allen
emergiu lá debaixo.
—
Eu tenho uma ideia? Por que você não vai à escola comigo?
—
Eu não consigo sair dessa cama.
—
Hã? Por que?
—
Eu não sei. Você acha que eu escolheria sofrer aqui se eu pudesse sair?
—
Você tem razão. Isso é muito ruim. — Eu disse, desanimada.
Nota: Jose Rizal foi um nacionalista e polímata Filipino durante
o final do Período Colonial Espanhol nas Filipinas.
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