Quem me conhece sabe que eu amo Mitologia Grega e Mitologias em geral. Quando soube que o Phoenix Fansub estava legendando o drama “My Poseidon”, fiquei extremamente feliz, uma vez que já estava bastante interessada no drama, por abordar a temática de Poseidon e Anfitrite
Acabei de começar a maratona
desse drama recentemente, mas muitas coisas já me vieram à cabeça. Inicialmente,
era para ser um texto de primeiras impressões (mesmo que o drama já tenha sido
finalizado há muito tempo na China), mas como eu sou uma caixinha de surpresas
e ultimamente tenho me aprofundado demais nos assuntos que abordo no blog,
decidi mencionar aqui as referências que encontrei nas entrelinhas desses 4
primeiros episódios
Depois, redigirei minhas
impressões um âmbito geral, revelando minhas “primeiras impressões” desse
enredo – mas até lá já terei assistido mais alguns episódios, de forma que
poderei expressar mais meus sentimentos na resenha.
De início, quero apontar que
achei interessantíssimo o fato de abordarem na mesma trama as tendências
presentes e futuras da tecnologia avançada juntamente com os estudos de
geologia marinha, tal como a conexão intensa nas entrelinhas, entre a Mitologia
Grega (cultura clássica) e a Idade Contemporânea.
Igualmente às outras resenhas,
dividirei esta em itens, para melhor fluidez na escrita e compreensão das
ideias apresentas por mim e os temas abordados no enredo a partir do contato
com esses primeiros momentos
Para a composição dessas análises,
foram utilizadas algumas fontes de pesquisa, as quais estarão no final dessa
postagem
Vamos ao que interessa:
Os pequenos detalhes e as
grandes conexões
1.
Anfitrite e os golfinhos
Nos primeiros momentos, é
revelado que An Fei, a mocinha da nossa trama, é formada em geologia marinha,
sendo defensora dos golfinhos (ela os protegeu de uns caras que queriam
capturá-los).
Essa referência foi bastante
inteligente, uma vez que a protagonista é, na verdade, a reencarnação de
Anfitrite, e, segundo uma versão da lenda, Anfitrite não queria se casar com
Poseidon, e se escondeu em um lugar
profundo, que apenas sua mãe sabia, e dois golfinhos a localizaram, e a
persuadiram para que escutasse o que o deus do mar tinha a dizer.
Outras fontes afirmam que
Poseidon teria enviado um daimon (espírito) em forma de golfinho para procurá-la,
e, após o serviço prestado, o deus colocou o referido espírito nas estrelas,
formando a atual constelação de Delphinus
Seja qual for a versão da
história, no fim, sem escolhas, acabou aceitando se casar com ele, e se não
fosse pelos golfinhos, a união do casal nunca aconteceria.
Dessa forma, é interessante a
conexão que o roteirista do c-drama faz indiretamente, se considerarmos que o
casal protagonista se encontrou por acaso, em meio ao mar, com ela protegendo
golfinhos e, lembrando ainda que ambos possuem o mesmo interesse por assuntos
relativos ao oceano e sua preservação.
2.
Filiação de Anfitrite
A teoria mais aceita é de que
Anfitrite seja uma Nereida, filha do “deus primordial” dos mares com sua esposa
Dóris – filiação mencionada na trama –, mas outros também indicam que a mesma é
fruto da união dos Titãs Oceano e Tétis, sendo assim uma Oceânide
Deste modo, faz todo o sentido
a protagonista ser um membro da Sociedade Oceânica e se engajar no projeto “Experimento Poseidon”, o qual está
intimamente ligado à extração de minerais provenientes do Oceano.
3.
Poseidon e Anfitrite
Conta a lenda que Poseidon se
apaixonou à primeira vista por Anfitrite, devido à sua exímia beleza. Segundo
uma das versões, ele teria pensado: “Que mulher! Se tais são seus lábios e
seu nariz... como deverão ser seus divinos olhos!”
Isso explica o porquê de o
protagonista ficar tão encantado com a mocinha logo de cara, admirando sua
aparência, e chegando a pensar que ela já deveria ter alguém, ao passo que
gostaria muito de beijá-la! ♥ AMEI essa cena e gostaria que
rolasse o beijo ali mesmo, mas como Anfitrite também não correspondeu Poseidon
de primeira, eu relevo! ‘Hahah 😉
Poseidon era romântico e viveu
uma vida pacífica ao lado de Anfitrite, porém também teve seus “casos de amor”
com outras deusas e mortais. Espero um triângulo amoroso bem quente no decorrer
dessa trama cativante e intrigante, que estou amando acompanhar! An Fei com
ciúmes dele deve ser muito fofinho (haha).
Os escritos também nos contam que
Poseidon tinha uma personalidade bastante complexa. Quando estava calmo,
produzia mares tranquilos, mas se estivesse de mau-humor, poderia fazer surgir
maremotos e tempestades!
Espero que, nesse drama eu
possa ver os dois lados da personalidade do nosso mocinho apaixonante: às
vezes, um gentleman hiper romântico e compreensivo, e em outras, alguém
que sabe impor sua autoridade sem hesitar.
4.
Nomes e menções à Mitologia Grega
Gostei de ver quando o
protagonista perguntou à An Fei os pais dela gostavam de Mitologia Grega,
relacionando seu nome à deusa Anfitrite, dando a deixa de que ela é a
reencarnação da mesma no passado.
Foi uma maneira bastante sagaz
de abordar o assunto nas entrelinhas do diálogo, o que me cativou para
continuar atenta às próximas cenas, e surpreendentemente pude encontrar
inúmeras referências às antigas lendas no decorrer dos capítulos. Esse é o
ponto que mais me chama atenção e me fascina, admito.
No segundo episódio, é
mostrado um flashback de Ye Hai com o avô, que lhe disse certa vez que, quando fosse
mais velho, protegeria o mar como Poseidon e Anfitrite fizeram na Mitologia
Grega. Além de ser uma cena MUITO fofa entre um neto e seu vovô (eu amo
momentos fraternos de família, como já devem ter percebido), sob um ângulo mais
analítico, isso pode tanto mostrar que o avô já estava “prevendo” o futuro promissor
de seu herdeiro, como também refere-se à reencarnação do casal principal, de
forma leve e agradável ao espectador.
Nesse mesmo episódio, são
apresentadas imagens que remetem a Poseidon, o que achei incrível.
Após o falecimento do avô, Ye Hai recebe de um dos funcionários uma pequena caixa, que contém o símbolo de um tridente. No escritório do protagonista, existe um quadro do deus do mar, que o fez lembrar da história que o avô o havia contado.
5.
Os piratas
No primeiro episódio, aparecem
piratas que atacam Ye Hai e An Fei. Além do mais, é dito que os pais do mocinho
faleceram devido a alguns piratas. Apesar de ser um fato pouco comentado, os
piratas aparecem em uma das histórias da Mitologia Grega, relacionada com
Dionísio, deus do vinho. Conta-se que enquanto Dionísio estava passeando pelo
mundo mortal, uns piratas o capturaram, pensando ser um príncipe, e o
escoltaram até o navio
O capitão, no entanto,
desconfiou da verdade e exclamou: “Seus idiotas! Vocês não percebem que esse é
um deus que trouxemos a bordo de nosso navio? Ele pode ser Zeus ou talvez Poseidon,
mas tenho certeza de que ele é um deus”
Embora a narrativa acima não
esteja intimamente ligada a Poseidon faz todo o sentido o roteirista agregar os
personagens à trama. Os piratas sempre estão atrás de quem tem posses, e no
caso, podemos presumir que a família Ye sempre foi abastada
Ademais, tem tudo a ver com o
mar, que o cenário principal do pano de fundo do drama.
6.
As Estrelas
Após a morte do Presidente Ye, a mocinha conforta Ye Hai, pela perda do avô, e o aconselha dizendo que quando
sentir falta de seu ente querido, basta olhar para o céu, e verá milhares de
estrelas, que estão olhando por nós.
Esse é um pensando que me
agrada enormemente, e apesar de já ter virado lugar comum referir-se aos que se
foram como estrelas, esse é um costume que tem raízes profundas na Grécia Antiga,
proveniente da Mitologia Grega.
Quando alguém morria, seja uma
criatura ou divindade, os deuses erguiam o indivíduo aos céus, por possuírem um
mérito de terem contribuído de alguma forma em suas vidas.
Havia em si um significado profundamente
afetivo, sendo também um símbolo de respeito e consideração por alguém. E, aqueles
que eram erguidos aos céus, formavam as constelações que hoje conhecemos como
Gêmeos e Sagitário, por exemplo.
Curiosamente, alguns nomes das
constelações coincidem com os signos do Zodíaco, que tem sua origem a partir
dessa tradição grega.
7.
Conflitos
Também foi citada a Medusa,
com quem Poseidon se relacionou. Não mencionaram no drama, mas diz a
história que, do sangue da Medusa, teria gerado o Pégaso. Será o motivo dos
conflitos entre os protagonistas? Vou esperar para ver.
Atena tem sua parcela de culpa
nos conflitos com Poseidon. Um deles inclui Medusa, e o outro, é apenas entre
ambos, pela posse do padroeiro da cidade que, hoje leva seu nome: Atenas.
Por isso, achei fantástico que
os primeiros momentos do drama se passem exatamente em Atenas, tanto nas cenas
do casal principal quanto a Conferência sobre o “Experimento Poseidon”, fazendo
alusão à temática que deu embasamento para a obra como também, me fazendo
lembrar da rivalidade entre Atena e o deus do mar.
Confesso que eu amaria ver uma versão reencarnada da Deusa da Sabedoria, para rivalizar com o protagonista. Considerando-se que no momento presente ele é um herdeiro de uma grande empresa, com seus planos e investimentos em projetos através da mesma, poderia haver alguém do mesmo ramo de negócios que ele, com propostas ainda maiores e melhores que as dele, já que Atena é a deusa da Sabedoria e da “guerra estratégica”, pois sempre tem uma solução e um plano estratégico para ganhar uma batalha, principalmente as mais acirradas.
(Foram apenas 4 episódios de ontem pra hoje e eu já imaginei tudo isso! Uau! Estou me superando no quesito “viajando na maionese” ~ Espero que nem tanto) |
Pensando bem, depois de rever
os dois primeiros episódios, “Atena”, deve ser a chatinha da Lin, que quer
muito participar do “Experimento Poseidon”.
Só espero que ela seja tão
inteligente quanto Atena era. Além disso, a deusa era bem vingativa e
competitiva, o que pode dar uma grande guinada no enredo, se essa
competitividade de ambos for explorada. Mas, pode ser só minha imaginação
falando alto! ♥
8.
“Experimento Poseidon”
Quanto ao “Experimento
Poseidon”, achei um nome bastante adequado para um “experimento tecnológico”
que tem tudo a ver com os oceanos e mares, e claro, AMEI as referências!
Em um dos episódios, é
mencionado o motivo do nome “Oceano Atlântico” (admito que não sabia e amei
descobrir). Também contam sobre Prometeu, o que julguei ser extremamente convincente.
Prometeu foi o deus que apresentou o fogo aos humanos, a primeira “tecnologia”
da qual se tem notícia na história da humanidade, por assim dizer. A partir de
então, muitas coisas puderam ser elaboradas.
Milênios depois, através de
uma tecnologia avançada, as pessoas poderão ser capazes de trazer soluções
ainda mais eficazes e eficientes às problemáticas que encontram.
Outro aspecto que gostaria de
destacar é que o responsável pelo “Experimento Poseidon” quer criar uma “cidade subaquática”.
Segundo os mitos, quando os Três Grandes Irmãos dividiram o mundo, e Poseidon
se apossou dos mares, ele criou um palácio submarino perto de Aegae, na Eubeia.
Fontes consultadas:
GRAVES, Robert. “Os Mitos
Gregos: Volumes 1 e 2” – Editora Nova Fronteira. 2017, p. 112, capítulo 16,
Volume 1.
GIBBS,
Laura. “Greek Myth: Dionysus and the Pirates”. Acesso
em: 16 mai. 2020. Disponível em: http://mythfolklore.blogspot.com/2013/06/greek-myth-dionysus-and-pirates.html
THEOI. “Amphitrite”. Acesso em: 16 mai. 2020. Disponível em: https://www.theoi.com/Pontios/Amphitrite.html#Children
OPEN BRASIL. “Anfitrite: A Senhora dos Oceanos”. Acesso em: 16 mai. 2020. Disponível em: https://mitologia.openbrasil.org/2016/06/anfitrite-senhora-dos-oceanos.html
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