Título: Fated to Love You
Também conhecido como: You are my Destiny ou Unmei Kara Hajimaru Koi.
Descrição: Remake da obra taiwanesa “Fated to Love You”, baseado no
manhua de mesmo nome.
Gênero: Comédia, drama, tragédia, cotidiano
Emissora: Fuji TV
País: Japão
Episódios: 10 episódios de 36 minutos cada
Tipo: Renzoku (dramas de 30 a 40 min por episódio)
Bem, depois de meses resolvemos voltar com as resenhas no
blog. Recentemente assisti à versão japonesa do drama “Fated to Love You”.
Quem
me conhece sabe o quanto eu amo essa história: já li o manhua original e
assisti a versão coreana com muito amor e carinho.
Decidi que apreciaria
essa adaptação quanto antes, e foi o que fiz. Assisti rapidamente os 10
episódios da série, que me trouxe lembranças e sentimentos bons. Vamos ao que
interessa.
Primeiramente, eu gostaria de dizer que se tem uma palavra
que descreve bem esse drama é “sacrifício”, já que o casal principal se
sacrifica pela pessoa amada, em um leve triângulo amoroso.
Em segundo lugar eu queria dizer que eu me empolguei tanto ao
escrever essa resenha que vou ter que dividi-la em duas partes, com cinco
tópicos no total.
Nessa primeira parte, farei uma breve introdução dos
personagens principais da trama e logo falarei das importantes mensagens
contidas no drama, motivo pelo qual essa postagem é nomeada de “As lições
que tiramos do drama e levamos para a vida”
Comecemos com as estrelas da vez:
Sato Aya (Takimoto Miori) é uma funcionária de uma grande empresa na área
administrativa, sendo prestativa e amiga, motivo pelo qual muitos se aproveitam
da mesma para pedir-lhe pequenos favores como tirar 50 cópias de um documento,
comprar comida ou pegar um café. Por esse motivo, ela é conhecida como “garota
post-it”. Quando necessitam dela, todos a chamam, mas também é muito fácil
descartá-la
Ichijo Kei (Kizu Takumi) é herdeiro de uma grande empresa, e, de início, não sabe
que Aya é sua funcionária. Os dois acabam se encontrando por mero acaso, passam
a noite juntos e logo descobre que está prestes a ter um filho com Aya.
Entretanto, sua paixão é Anna, sua prometida (a princípio) e amiga de infância.
Shiraishi Anna (Ishikawa Ren) é uma garota sonhadora, que sempre
quis ser uma grande bailarina, motivo pelo qual foi estudar em NY, através de
um intercâmbio, deixando sua vida pessoal em segundo plano
Okamoto Hayato (Tokito Yuki) é o cavalheiro da friendzone desse
drama. O melhor amigo de Aya, seu protetor e rival de Kei. Nessa temporada não
foi explorada a relação de Hayato e Anna, como nas demais adaptações da trama.
Diferentemente das demais resenhas que faço uma explanação
geral dos acontecimentos com uma leve introdução, nessa resenha, dividirei os
assuntos em tópicos, dando meus pareceres sobre cada um deles.
Queria deixar claro também, que essa é apenas a minha opinião
a respeito dos fatos, fique a vontade para tirar suas próprias conclusões. Ainda
assim, espero que possam aproveitar ao máximo essa resenha, de maneira a
proporcionar uma nova perspectiva para fazer-lhes refletir com profundidade os
aspectos aqui tratados.
Mesmo que haja algo com que discorde, por favor, leia até o
final, fiz com muito carinho e coloquei todo o meu coração e alma nessa
resenha. Obrigada.
1.
Temas explorados na trama: As 12 lições que tiramos do
drama e levamos para a vida
Nas entrelinhas do dorama, é possível encontrarmos passagens
que, se puderem ser interpretadas mais profundamente, podem nos trazer valiosas
lições que levaremos para a nossa vida. Em alguns itens dessa lista,
demonstrarei de forma simplificada o quanto alguns valores como honestidade,
honra e família, são valores milenares presentes tanto na cultura japonesa
quanto na cultura oriental como um todo.
1.1.
Ser gentil, amorosa e honesta
Aya aprendeu desde cedo com seu pai que se ela fosse uma
pessoa gentil e de coração puro, um “príncipe encantado a encontraria” como no
Conto da Cinderela. Não tenho nem como discordar dessa fala. A melhor solução
para tudo é sempre ser verdadeiro e honesto, com um coração amável
Aliás “honestidade” é um dos valores principais para os
japoneses e com um significado bastante profundo, eu devo dizer. Ser honesto
não significa apenas dizer a verdade aos outros, mas ser ser verdadeiro com o
próprio coração, seguir a intuição e conseguir o que se deseja através do
esforço e dedicação, com suas próprias pernas. Ser honesto também significa
colocar em prática todos os seus princípios, e honrar sua palavra.
Essa é uma virtude enraizada na cultura japonesa desde a
Idade Média, no mínimo. Uma das palavras chaves do Código dos Samurais é
“Makoto”, vocábulo que significa literalmente “verdade”/”verdadeiro”, ou de
maneira mais poética/profunda: “sinceridade absoluta”.
Isso quer dizer que um samurai não precisaria jurar/prometer
como nós fazemos às vezes, porque uma vez que se comprometeu com algo, ele irá
fazer. Assim, sendo, um dos princípios do Código dos Samurais era: “Siga sempre
o caminho da verdade”
1.2.
Valorizar a família
Aya se lembra lucidamente das conversas que tinha com o pai e
de tudo que ele lhe ensinou. Valorizar a família é o dever de todo ser humano
na Terra, porque é a base da sociedade e é onde se forma o nosso caráter e os
valores. Como já dizia Confúcio: “não é possível ensinar aos outros, se você
não é capaz de ensinar sua própria família”.
Esta frase ilustra bem o fato de que as virtudes que guiam as
pessoas provém da família, e que a primeira pessoa que deve ser instruída é seu
ente querido, principalmente seu filho, que será seu herdeiro, no sentido mais
profundo da palavra.
Através do drama “Fated to Love You”, podemos ver claramente
que o nosso coração é o reflexo do coração dos nossos pais, e daquilo que eles
nos ensinaram. O pai de Aya sempre lhe disse para ser honesta, generosa e
amorosa, e isso se reflete em suas atitudes, sempre prestativa, se colocando no
lugar dos outros, prezando o sentimento, as necessidades e os desejos alheios
mais do que os seus próprios, de forma a demontrar o seu amor com pequenos atos
de compreensão e carinho.
1.3.
Ter um herdeiro é continuar uma família
No início do drama, a avó de Kei, Ichijo Kaoru diz que ele só
poderá herdar os negócios da família se estiver devidamente casado e tiver um
filho.
Para muitos, isso pode ser apenas um mero clichê de dorama ou
mangá, mas, na realidade existe um significado e uma importância bem maior
nisso para os japoneses, sendo um pensamento de toda uma cultura.
Para os japoneses, ter um herdeiro é continuar o nome e a
honra da família, ter alguém que continue a tradição, os valores prezados desde
sempre pelos antepassados
Além do que, se um homem não for capaz de cuidar da família,
também não será capaz de se responsabilizar pelas outras pessoas (funcionários
de uma empresa, por exemplo).
A partir daí podemos enxergar a influência do confucionismo no
pensamento oriental, como expresso na frase mencionada anteriormente: “não é
possível ensinar aos outros, se você não é capaz de ensinar sua própria
família”.
Ser um chefe de família ou de uma empresa significa ser capaz
de ser um exemplo de respeito, honra, responsabilidade, honestidade e dignidade
aos demais, porque a longo prazo, são os valores que guiarão esta e as próximas
gerações, que formarão uma sociedade mais harmoniosa e digna.
1.4.
Ter autoconfiança
Apesar de benevolente, Aya tinha muito medo de expressar o
que sentia ou o que pensava, para não parecer rude ou insensível aos olhos dos
outros. Ao conhecer Kei, este lhe dá autoconfiança, para encarar as coisas de
cabeça erguida, sem nunca deixar se abater e confiar em seu próprio potencial.
De fato, ser autoconfiante é a peça chave para conquistarmos
nossos maiores sonhos, e nos realizar pessoal e profissionalmente.
1.5.
Não subestimar quem está ao redor
Yamaguchi, o advogado sem vergonha que convidou Aya para
viajar, na verdade apenas queria uma companhia para sair, mas não a tratou
devidamente. Ao invés disso, foi prepotente, tanto com ela quanto com Kei ao
presumir que venceria a disputa de sinuca porque tinha “a deusa da vitória” ao
seu lado. Kei, por outro lado, respondeu: “sabe por que você perdeu? Porque
você deixou a verdadeira deusa da vitória partir”, referindo-se a Aya.
Moral da história: nunca subestime quem está ao seu lado, porque a
mesma pode ser uma pessoa linda, por dentro e por fora, uma joia que apenas
precisa ser lapidada.
1.6.
Construir uma família é uma dádiva, e honrá-la é um dever.
Ter um filho é uma dádiva, uma benção para os pais que podem finalmente
constituir uma família, se completarem com um novo ser, que fará parte deles
por toda a eternidade. Abortar significa tirar o direito à vida (inalienável a
todo ser humano), tirar o direito de ser mãe e de dar à luz a uma nova vida que
chega a este mundo, além de ser uma forma de renegar a responsabilidade de
constituir e proteger a família, que é primordial em uma sociedade saudável.
No Japão, o aborto ou “esterilização forçada”, como eles
chamam o processo cirúrgico para a retirada do neném, só é legalizado em casos específicos. No “Maternal Health Act” (“Ato de Saúde Maternal”, em inglês), Capítulo II, Artigo 3, está
escrito:
(1) Um médico pode realizar a esterilização em uma
pessoa que está sob as seguintes condições, ao obter o consentimento da dita
pessoa e do esposo dessa referida pessoa (se uma pessoa não legalmente casada,
incluindo uma pessoa que em termos práticos está em um relacionamento parecido
com casamento com o dito indivíduo, o mesmo se aplica daqui em diante) se
existir. Contudo, isso não se aplica a menores de idade.
(I)
Uma
pessoa cuja gravidez ou parto possa colocar em risco a vida, e
(II) Uma
pessoa que atualmente já tem vários filhos, e cuja saúde corporal possa ser
reduzida significativamente com cada parto.
(2) Nos casos listados nos itens
anteriores, o médico também deve realizar esterilização no cônjuge, nos termos das
provisões de cada item do parágrafo anterior
(3) A respeito do consentimento
apresentado no parágrafo 1, o consentimento da parceira não é necessário se o
esposo não sabe ou não consegue expressar a intenção da esposa.
Nota da Rebeca: Lembrem-se que na Ásia a maioridade
é 20 anos
1.7.
Sacrificar-se é uma prova de amor, ainda que machuque seu coração
Kei sempre priorizou Anna, colocando seus desejos e
necessidades acima de seus próprios, tanto que deu todo o apoio emocional para
ela realizar seu grande sonho de ser uma bailarina de renome internacional, e
tolerou todas as furadas que ela deu, sempre pensando nela, entretanto a mesma
não priorizou o relacionamento, nem se deu conta de tudo o que Kei estava
fazendo por ela, enquanto ela só dava atenção única e exclusivamente aos seus
anseios. Ironicamente, Kei acaba cometendo o mesmo erro com Aya, que prioriza
as emoções e desejos dos marido, se colocando em segundo plano, sem notar o
sacrifício e a boa vontade dela em fazê-lo feliz, uma vez que só pensava em
proteger Anna e lutar pelo amor que tinha por ela.
Aqui cabe a citação de uns versos da música “Story”, da
cantora Ai Uemura:
“Às vezes nós machucamos os demais, enquanto somos
machucados.
Por isso as cores que preenchem o nosso redor são distintas,
mas...
Eu vou continuar a viver enquanto escrevo minha própria
história”
A relação Aya/Kei/Anna ilustra que quando amamos alguém
fazemos de tudo para que a pessoa amada seja feliz, , para que seja feliz em
todos os momentos, independente de onde, com quem ou o que esteja fazendo. Isso
requer compreensão e empatia, mas também cumplicidade e confiança, demonstrando
seu amor e carinho das mais diversas formas
Por fim, vale lembrar: “O amor não é uma luta”, mas vale a
pena lutar por ele.
1.8.
A alegria está nos pequenos gestos e momentos. O que vale são sentimentos
Quando Aya aceitou viajar com Yamaguchi, ela assim o fez
porque pensou que pela primeira vez, alguém se interessava por ela. Quando Kei
lhe deu autoconfiança, e a concedeu uma mudança de visual, ela valorizou o
gesto, porque, ele pensou nela como uma pessoa digna, deu valor ao potencial
dela, ao invés de enxergá-la como uma menina simples, ingênua e “post-it”.
Quando Kei lhe deu o cartão para que comprasse o que quisesse
e pudesse apreciar a Tokyo Tower, o importante não era o dinheiro ou presente,
mas o fato de que ele havia lembrado do aniversário dela, e que pela primeira
vez, ela poderia comemorar seu aniversário.
Vemos a partir da personagem Aya que o que realmente importa
não são bens materiais, e que a felicidade se encontra conosco quando reconhecemos
mas os gestos e as boas intenções das pessoas em nos fazer felizes. São esses
gestos e esses pequenos momentos de alegria que devemos guardar para sempre no
coração.
1.9.
Aproveite hoje, para ter memórias amanhã
Em determinada cena do Episódio 7, Aya diz a si mesma: “Tudo bem se forem apenas
sete meses. Eu quero ter lembranças com Kei”. A lição que fica nessa passagem
é: aproveite os momentos do presente (com a pessoa te correspondendo ou não),
para que não tenha nenhum arrependimento no futuro, de não ter aproveitado
todas as oportunidades de estar com a pessoa amada e/ou tê-la demonstrado seus
sentimentos. Aproveite o agora, pois serão as lembranças do amanhã.
1.10. O amor não avisa quando chega, e nem
tudo gira ao nosso redor
Anna pensou que Kei sempre a escolheria como parceira e
priorizou apenas a sua carreira profissional. Nesse meio tempo seu prometido
encontrou Aya e se apaixonou por ela (mesmo que tudo tenha começado a partir de
um contrato). O amor não espera por ninguém, nem avisa a hora de chegar, pois
se manifesta sutilmente, aos poucos, com a convivência do dia a dia. Na relação
entre Anna e Kei percebe-se que, devido ao distanciamento físico, também ocorre
a distância emocional, de cumplicidade e amor.
Portanto se você realmente ama alguém, lute por esse
sentimento, ou vai sofrer as consequências da famosa frase “a fila anda”, uma
vez que nem tudo gira ao nosso redor, nem podemos ter tudo o que queremos e
devemos saber lidar com as consequências de nossos atos
1.11. Encare a realidade, ou algo pior pode
acontecer
Anna quis a qualquer custo ficar com Kei, que não a
correspondeu, por isso, contou uma mentira e lhe entregou um documento errado.
Um pequeno mal-entendido levou a uma grave consequência, que foi a perda de um
bebê.
Dessa atitude impensada de Anna, podemos tirar a seguinte
lição: encare a realidade, ou algo pior pode acontecer no futuro. É bem melhor
você aceitar a realidade tal qual ela é, mesmo que sofra, do que partir para
vinganças e injustiças que podem interferir diretamente no destino de alguém.
Portanto, se você ama alguém verdadeiramente, respeite as
escolhas dessa pessoa, é o mínimo que você pode fazer por ela.
1.12. Saber recomeçar e seguir em frente
Depois de ter passado por muita coisa, a gente aprende a
persistir e ser forte, superando todos os desafios que aparecem no meio do
caminho. Tristezas, alegrias, decepções e conquistas fazem partes da vida de
cada um de nós. Basta sabermos lidar com cada situação e tirar algum aprendizado.
Para isso, muitas vezes, necessitamos de um recomeço, de um novo ponto de
partida, investindo em algo em que possamos nos dedicar de todo o coração.
Se você chegou até aqui, parabéns pela paciência! 😉♥
Na próxima postagem, começaremos do item 2 e iremos até o 5, os quais tratam da comparação das produções japonesa e coreana, tal como as minhas impressões finais da obra.
Na próxima postagem, começaremos do item 2 e iremos até o 5, os quais tratam da comparação das produções japonesa e coreana, tal como as minhas impressões finais da obra.
Boa Tarde,xará maravilhosa😍😍
ResponderExcluirComo sempre você arrasa nas resenhas. Essa foi uma das suas melhores resenhas.
Quando assisti a versão coreana não tinha enxergado tudo isso. Obrigada por abrir meus olhos e mostrar uma outra perspectiva.
Lendo sua resenha podemos levar isso para a nossa vida.
A personagem da Jang Na Ra sempre nos encantava com sua bondade.
Dizer que esta foi uma das minhas melhores resenhas me deixou superfeliz! Fiz com todo meu coração
ExcluirA minha intenção é sempre fazer as pessoas pensarem e enxergarem as coisas com profundidade, não só como algo superficial. Que bom que gostou da minha perspectiva, eu amo escrever coisas desse tipo
A Mi Young mora no coração de todo mundo! É um doce de pessoa! <3333