quarta-feira, 3 de fevereiro de 2021

[Resenha] Mokomi: Kanojo Chotto Hen Dakedo – Episódio 2

Este episódio me emocionou imensamente. Após secar suavemente minhas lágrimas, ainda um pouco ofegante, escrevo esta resenha. Como de costume, capitei inúmeras mensagens nas entrelinhas do capítulo, os quais, vou relatar aqui.

O episódio começa com a protagonista dizendo ao seu avô que ela pensa que a janela da fábrica onde trabalha, ainda estava chorando. Nesta mesma cena, podemos perceber que ela tem a capacidade de pressentir os fatos, e o estado das coisas ao seu redor. Não foi revelado que tipo de distúrbio ela possui, mas aparentemente, pelo meu entender – isto é uma opinião pessoal – é como se ela conseguisse reproduzir em sua realidade, na cabeça dela, algo que é geralmente metafórico.  

Por exemplo, na frase: “a janela está chorando”, cada gota de chuva ou um respingo de água, representa uma lágrima. Assim, ela consegue “ler” os sentimentos dos objetos. Ela “sente” que a janela precisa ser limpa o quanto antes, uma vez que ninguém estava se importando com isso, devido aos afazeres de cada um, e por isso “está triste”. E, convenhamos, é bem triste mesmo quando não damos valor às pequenas coisas.

Ela pressente as emoções das coisas ao redor, sendo esta, sua principal habilidade. Ela disse que as rosas da floricultura não durariam muito, e realmente murcharam logo. Também falou para seu chefe que precisava cuidar de seus dentes, e o velho senhor confirmou estar com problemas na dentição.

Neste momento, suas colegas de trabalho a considerar incrível! E aí se encontra um grande contraste de comportamento. Enquanto as outras garotas enxergaram Mokomi como alguém extraordinária, sua mãe a continua sufocando, vendo apenas o lado ruim e os problemas que Mokomi precisa enfrentar por conta de sua condição. Essa é a prova de que tudo depende de nosso próprio olhar sobre o mundo, e sobre “o diferente”. Como suspeitava, uma das mensagens é realmente entender que o inicialmente “estranho”, pode ser incrível.

Chikako diz à filha que se ela for trabalhar na floricultura, deverá se comunicar com a clientela, mas não o consegue fazer. Mas, se pararmos para pensar neste quesito, se a menina nunca tentar se socializar, é óbvio que não será capaz de se comunicar com os demais apropriadamente.

Além do mais, quem sempre escondeu a Mokomi, foi a própria mãe, por medo que as pessoas pensariam de sua filha “estranha”. Sendo assim, a culpa nunca foi da protagonista, mas da mãe superprotetora que a privou de ter uma vida social normal, ao colocar a opinião alheia acima da felicidade e dos sentimentos de sua filha.

Os flashbacks da infância dela foram de cortar meu coração! A pior atitude que um familiar pode ter perante um ente querido, é ter vergonha do mesmo, por julgar uma característica presente nele. E quando vem da mãe, como no caso apresentado neste drama, dói mais ainda! Profundamente.

Chikako julga o comportamento de Mokomi, tentando a  todo custo “fazer a cabeça” da garota, sem se dar conta de que, a única que precisa mudar de postura é ela mesma, aceitando as pessoas como são e tirando a ideia de que só a sua convicção é a correta, ao passo que nem nunca deu chance de Mokomi ou qualquer outro membro da família se expressar. Isso é o que mais me irrita nessa personagem: para ela, tudo é motivo de discussão e barraco, e se vê no direito de só ela estar certa, desconsiderando totalmente as ponderações de seus familiares.

Sem mencionar que os desentendimentos com o pai permanecem. Espero que o motivo dos conflitos se revele logo, porque, sinceramente, não faz sentido nenhum a Chikako querer implicar com a aproximação de Mokomi com o avô se não tiver uma explicação bem específica. Mokomi, por sua vez, sente-se confortável em ter seu avô ao lado, como uma referência de alguém que a compreende inteiramente.

Sobre trabalhar na floricultura, a menina sente que ela “entende” as flores, pois, para cuidar das mesmas é necessário sensibilidade, qualidade que a mocinha da história possui de sobra! Ademais, era o lugar que mais gostava desde criança, remetendo às lembranças de seus velhos tempos. E, vamos combinar: muitas vezes, as nossas melhores e mais alegres memórias estão contidas na infância.

A discussão com a mãe dela foi o que mais me emocionou. Pela primeira vez ela disse tudo o que sentia, que estava guardado em seu coração por muitos anos!

Quando ela disse que desejava descobrir o mundo, eu me emocionei. Deu para ver pelos flashbacks que ela realmente teve um sentimento de fazer parte de um grupo, se divertindo com suas colegas de trabalho. Se sentiu amada, querida, de verdade, e que ela era sim capaz de se socializar, interagir com as pessoas como qualquer outro indivíduo que se preze. Com isto, criou força e coragem para seguir em frente.

Ademais, as melhores pessoas para ter por perto, são aquelas que nos fazem sentir “normais”, e ao mesmo tempo, muito especiais. Eu tenho amigos assim, e tenho muita sorte por isto.

Tudo no debate entre mãe e filha me tocou, mas, o que mais me doeu foi escutá-la dizer: “Às vezes, eu pensei que era melhor não ter nascido”. Isso mostra o quanto é importante nos atentarmos ao que falar e fazer, pois pode marcar a pessoa que escuta com uma impressão bastante negativa, ferindo seus sentimentos e deixando-a depressiva. Não cometam esse erro! Pensem antes de agir, e principalmente, escutem mais e julguem menos, aprendam a se colocar no lugar dos outros antes de tudo.

Ninguém tem culpa de ter nascido com uma característica diferente, e nem deve se sentir assim, porque a única coisa que todos temos em comum são as nossas diferenças, e cabe a nós sabermos lidar com elas.

Se você não consegue lidar com isto, pelo menos fique em silêncio, e não vá ferir o coração de alguém, pois com certeza você não sabe dos “bastidores” da vida dessa pessoa e tudo que ela já passou, além dos conflitos do seu próprio coração, sofrendo calada na maior parte do tempo, para não machucar quem nos machuca.

Enfim, seja você a esperança de alguém, e não a causa de sua lágrima.

 

Estas foram as minhas sinceras impressões de hoje.

Beijos e até a próxima indicação,

Rebeca

Nenhum comentário:

Postar um comentário