terça-feira, 25 de julho de 2017

MARS: Mais que um drama colegial, é a "guerra" que enfrentamos no dia a dia

Informações Gerais:
Título: MARS: Tada Kimi wo Aishiteiru
Título em inglês: MARS: But I Love You
Baseado em: Mangá.
Episódios: 10, com 22 minutos cada um.
Gênero: Romance, Drama, Tragédia, Família & Escolar 
Ano: 2016
País: Japão
Disponível em: Kingdom Fansubs 
"MARS (Marte): Esse é o Deus da Guerra. Lutando contra o destino do amor. Essa é a história de três pessoas"

Se você acha que a "guerra" se restringe apenas a um triângulo amoroso, está enganado! Mas, eu também me equivoquei...


Quando escolhi assistir “MARS”, na realidade estava à procura de algo mais leve, para descontrair. Achei que seria algo “simples e bobinho”, como um drama de colegial comum, em que duas pessoas brigam feito cão e gato e no fim das contas acabam por se gostar.
Entretanto, eu me enganei, e muito. Apesar de algumas coisas serem clichês pelo fato da história se passar na escola, a trama em si aborda assuntos bem mais profundos do que eu inicialmente imaginava. Problemas familiares são o verdadeiro motivo dos conflitos e de determinadas atitudes dos protagonistas. A partir de então, temáticas como traição, desentendimentos, abusos e traumas ganham seu espaço, a fim de desvendar os mistérios do passado obscuro de cada um dos protagonistas.
Mas, começamos do início (para variar...), apresentando-lhe os personagens:

Asou Kira (Iitoyo Marie) é uma garota tímida e introvertida, que não possui amigos na escola, pois as demais garotas estranham a sua personalidade. Todavia, a garota tem o incrível talento para as artes. Sua timidez se deve a um trauma de 3 anos atrás por conta de atos de feminicídio causados por seu padrasto, fazendo com que a garota criasse uma repulsa à figura masculina em geral e se fechasse perante aos demais, com medo de se machucar.
No j-drama, o abuso à figura feminina também se expressa através de um professor chamado Yoshioka Motsu (Kikawada Masaya), que, na verdade era um psicopata e abusado que queria sempre fazer algo inapropriado com a protagonista, (nas poucas cenas em que ele aparece), assediando-a, aproveitando-se de sua inocência e ingenuidade. Felizmente, quem a salvou foi seu amigo Kashino Rei (Fujigawa Taisuke) – posteriormente, seu namorado –, defendendo-a de todas as formas.
Falar de feminicídio é um tanto (muito) polêmico, uma vez que o assunto está cada vez mais presente no mundo todo, inclusive em nosso país. Só para constar, a taxa de homicídio no Japão é quase zero, entretanto a violência doméstica é drástica, e nos últimos anos, o assunto tem sido bastante relevante. Segundo dados do ano de 2013, do Japan Times, 26% das mulheres disseram ter levado socos, chutes e empurrões, 14% alegaram ter sofrido abuso sexual, e 18%, abusos psicológicos. Isso para mostrar como a violência contra a mulher é um assunto grave em todas as partes do mundo, e “a ficção imita a realidade”, portanto, quem for assistir a esse drama prestem bastante atenção nessas cenas – mesmo que alguma possa parecer “aparentemente leve” para efeito de um dorama colegial – e pensem na importância de dar valor a nós, mulheres/garotas.

Voltando ao dorama...
Rei é um personagem forte, destemido, entretanto, também possui um coração de manteiga e uma sensibilidade maior do que se pode imaginar. Determinado, ele faz de tudo por aqueles a quem ama – incluindo Kira –, porém, pode acabar sendo violento com alguém (no caso, podemos citar o professor) a fim de cumprir a sua promessa de proteger a pessoa amada.
Acontece que o rapaz também esconde um passado turbulento e triste, do qual nem gosta de se lembrar. No entanto, quem mais sabe de seu passado é um colega chamado Kirishima Makio, aluno transferido para a mesma escola e mesma turma de Rei e Kira.
Rei tinha um irmão chamado Sei, com quem compartilhava tudo, e era seu melhor amigo. Contudo, o mesmo veio a falecer, vítima de suicídio. Rei se culpa pela morte de seu irmão, porém as coisas são bem mais profundas; esse fato envolve três pessoas: Kashino Rei, Kirishima Makio e Shiori (Fukahara Haruka), ex-namorada de Rei. O mistério por trás do falecimento traz muitas revelações por parte dos três personagens ao longo dos capítulos, de acordo com o que cada um lembra a respeito de Sei. Só algumas partes que julguei serem repetitivas no momento dos flashbacks, provavelmente para mostrar que mais de um personagem lembrava do mesmo fato. Ainda assim, cansou um pouco, mas nada que estrague a história em si. 

[SPOILER, mas é por uma boa causa] Vários foram os motivos, mas o que vale destacar mais foi a relação repentina de Shiori e Rei. Primeiramente, Shiori namorava Sei, depois “teve um caso” com Rei, o que deixou Sei triste, sentindo-se traído.
 Rei quer de qualquer forma, se livrar da culpa e quem o ajuda nesse momento doloroso e difícil é Kira, que àquela altura já era sua namorada, e cada vez mais descobria sobre o rapaz com o passar do tempo, sempre o apoiando e o confortando com palavras, gestos e atos de carinho.
“Ninguém... pode culpar-te por isso, sabia? ” Ela lhe diz, em meio às lágrimas, abraçando-o pelas costas (também me emocionei nessa cena, por isso a descrevi)
A cumplicidade de ambos como um casal foi o que mais me encantou ao assistir. A necessidade de serem protegidos e de protegerem um ao outro, de saber compreender os sentimentos de cada um, isso foi o que mais me impressionou, porque geralmente o que falta numa relação – e o que mais importa – é saber entender seu companheiro. E diferente dos dramas que estamos acostumados a ver, nesse caso foge totalmente do estereótipo “cara arrogante e menina burra”, porque ambos se entendiam e se completavam, sem julgar um ao outro, e sem ciúmes exagerado do tipo “Você está com outra logo agora? ” ou algo do gênero, mesmo quando Shiori precisou ficar com Rei. Claro, sempre tem a típica cena da garota em dúvida sobre o futuro, mas Kira sabia as circunstâncias daquilo, e estava disposta a esperar o tempo que fosse até que tudo se acertasse.
[SPOILER Parte #2 + Informativo] No meio da história, Shiori também tenta se matar, do telhado da escola (ela não morre, tá?). Para quem não sabe, o Japão é um dos países com um dos maiores índices de suicídio do mundo.

Romance, amizade e cumplicidade
 Quanto ao romance em si, o relacionamento entre Kira e Rei desperta um enorme ciúme em Harumi (Yamazaki Hirona), que sempre gostou de Rei, e que por isso provocava Kira sempre que podia, e, entre outras coisas, fazendo-lhe ameaças duras e cruéis.
Com relação a isso, o que eu mais gostei foi de ver a mudança de atitude e o amadurecimento dos personagens da trama. Harumi era inicialmente cruel, mas, com o tempo, percebeu o quão honesta e pura é Kira, e tornou-se sua melhor amiga e companheira, para pedir conselhos e/ou lhe ajudar no que fosse necessário. Confesso que à medida que ia assistindo, gostava mais e mais da presença dela, de modo que me apeguei muito à Harumi.
A personalidade de Kira também modificou bastante; no início era introvertida e insegura, mas depois mostrou-se como sendo a garota determinada, decidida e correta que há escondida dentro de si.
O protagonista masculino também se desenvolveu no decorrer da trama; por causa da influência e da companhia de Kira, ele se tornou mais sensato e se mostrou mais gentil e delicado, sabendo controlar mais seus atos e seu temperamento, sendo não apenas a pessoa impulsiva e violenta, como alguns o conhecem.
A personalidade de Kirishima se revela extremamente diferente – na realidade o inverso – do que aparenta ser, o que é uma grande revelação ao drama em si. Mas, o que podemos extrair de melhor do relacionamento entre esses 4 principais é que a amizade é um dos pontos-chave no drama. Poder contar com alguém de confiança para que possa superar as dificuldades da vida, em nosso dia a dia.
O triângulo amoroso foi bem sutil, já que os interesses de Kirishima não estavam claros, e deu para aproveitar bastante as cenas do casal principal.
Um tema não muito explorado (até porque esse não era o foco, então é compreensível), e difícil de se encontrar em doramas é sobre plágio. Nesse caso, referente a uma obra de arte da protagonista, o qual um senpai dela, alegou autoria própria. Nesses momentos que a gente se coloca para refletir como é importante ser honesto e sincero perante às coisas e às pessoas. Se quer conquistar algo e ter reconhecimento, faça por mérito e esforço próprio, sem ficar “usando” (literalmente) trabalhos de outras pessoas para se destacar, porque isso é desonroso e desmerecedor à própria pessoa.

Finalização do drama e continuação
O drama em si acaba meio sem final, porque os dois últimos capítulos são uma recapitulação dos principais momentos que aconteceram durante a trama, sob o ponto de vista de Kirishima. Honestamente, achei desnecessário 2 episódios dedicados a isso, mas pelo menos tem um fundamento. Depois que termina o drama (em 10 episódios), sua continuação é um filme de uma hora e meia que explica algumas coisas que ficaram em aberto, principalmente as intenções de Kirishima em relação à Rei.
Entrarei em mais detalhes em uma resenha a parte sobre o filme, porque essa já ficou bem mais comprida do que eu imaginava/planejava.😉

Elenco e Interpretação dos personagens
Quando escolhi esse drama para assistir foi por causa da atriz Fukahara Haruka, que conheci através de Good Morning Call (ela fez a protagonista Yoshikawa Nao), porém, a minha reação em relação aos demais atores também foi bem satisfatória, por ser um j-drama, principalmente. Tiveram alguns que poderiam melhorar (sempre tem), mas em geral foi bom.
Achei que os protagonistas combinaram bastante, e que a Marie, atriz que interpretou a Kira, a fez de um modo meigo e delicado, deu pra sentir isso no que diz respeito à personalidade da personagem. Só achei que as cenas de “choro” deveriam ter um pouco mais de sentimentalismo (teve, mas para mim, poderia ser mais intenso, até porque tem bastante sofrência).
O protagonista masculino foi bem interpretado até porque dava para ver a raiva e os sentimentos impulsivos dele. O que eu acho que falta para os japoneses de forma geral – e outras dorameiras também podem achar – é a química no olhar quando o casal está cara a cara, daria mais emoção nesses momentos se eles se expressassem um pouco melhor.
O ator que fez o Kirishima não achei que foi excelente, mas “deu pro gasto”, acho que já deu para entender...
Uma atriz que acho que atuou super bem foi a Yamazaki Hirona, que interpretou a Harumi, aqui em MARS. Ela atuou com tanto sentimento que no começo até dava raiva da personagem por causa das provocações que fazia com a Kira, mas quando eu descobri o porquê daquilo deu até dó da Harumi. Acho que por isso me apeguei tanto à Harumi
Quanto à Haruka (minha atriz “novinha” favorita e meu motivo especial), achei que atuação dela foi muito boa neste drama, mas melhorou bastante, desta obra para Good Morning Call.  Apesar de serem trabalhos do mesmo ano, a atuação dela foi bem mais intensa em Good Morning Call do que aqui, no que se refere à dramatização da personagem, em cenas de tristeza ou sofrimento.
Digo isso porque, apesar de que em MARS a participação dela foi bem menor, a Shiori era uma garota que sofreu demais também, deu até pena, mas acho que faltou um pouquinho mais de emoção em determinadas partes da trama. Entretanto, fico feliz em fazer esse comparativo e ver que, a cada trabalho ela melhora sempre mais! Com certeza acompanharei os trabalhos dela daqui para frente! 💕

Conclusão
Apesar de alguns flashbacks um pouco cansativos e da atuação de alguns, o enredo foi muito bem construído, e pela primeira vez eu acho que encontrei um drama que mostrasse um pouco da realidade dos adolescentes no Japão. Por essa razão, esse foi um drama que me surpreendeu de várias formas, pelas temáticas abordadas em meio ao romance, que deu um toque a mais de realismo à história. Quanto a gostar ou não, depende se o espectador gosta de enredos que se passam na escola, porque é bem rotineiro, são realmente fatos do dia a dia contados ao longo dos capítulos. Mesmo assim, recomendo muito que assistam a este drama e que parem para refletir sobre as questões que circundam a nossa sociedade, pois apesar de ser uma obra ficcional tem seu fundo de verdade, e é sempre bom ficarmos atentos a alguns aspectos. Espero que quem for assistir tenha um drama proveitoso assim como eu tive, e que possa extrair o melhor que este pode oferecer-lhes.

6 comentários:

  1. queria muito ver e com essa resenha fiquei mas curiosa onde posso encontrar por favor obrigada

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    1. Olá, muito obrigada por apreciar a minha resenha! É realmente gratificante. Assisti com legendas em inglês, você pode encontrar nesse site aqui, chamado "KissAsian"
      http://kissasian.com/Drama/MARS-Tada-Kimi-wo-Aishiteru

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    2. Fiquei sabendo que tem no Kingdom Fansubs também

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  2. Ameii esse jdrama é um dos meus favoritos ❤❤❤❤

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    1. Que bom que gostou, flor!
      Realmente esse drama é ótimo! Também está na minha lista de favoritos.
      Obrigada pela visita e pelo comentário
      Continue nos acompanhando.

      Beijos,
      Rebeca

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  3. Qual no nome do filme eu queria Assistir

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