Olá, leitores! Após um longo tempo sem aparecer, cá estou eu para mais uma resenha, desta vez dedicada à minha xará, Rebeca Santos, a aniversariante do dia! Como ela gosta de um drama fofinho e pediu que fosse um clássico de presente, resolvi lhe recomendar uma das temporadas da série tailandesa Khun Chai, a qual me prendeu bastante, e a cada passagem me trouxe um sentimento e uma lição de moral em suas entrelinhas. Farei uma breve explanação do contexto e dos personagens da série, para em seguida partir ao assunto específico, que se trata do terceiro lakorn que a compõe.
De gênero histórico, é situada no ano de 1957 quando a
Tailândia se chamava Reino de Sião (Siam) e se trata de casamento arranjado, de
uma promessa entre duas famílias, que na verdade, são primos: a família
Jutathep e Taewaprom. A primeira possui 5 meninos, que são os protagonistas, e
a segunda, possui três garotas, dentre as quais, duas são as vilãs da série.
Katesara / Kate é a mais velha, e a única que consegue êxito no casamento, uma
vez que o faz por amor, considerando sua boa índole.
Antes, o pai das meninas era um bom homem, mas depois se
tornou ambicioso, e estando falido e sem prestígio, a intenção de casar as
filhas com os parentes é ganhar mais status na sociedade tailandesa.
Hierarquia e Personagens
Cada personagem possui um título de nobreza, que é mostrado
nas entrelinhas da série. A avó Aiet era uma plebeia que se casou com um
príncipe (Chao Fa), e teve um filho, que ganhou o título de príncipe (Taan Chai
– quando mistura sangue real e plebeu). Este, casou 3 vezes, cada esposa com um
status diferentes, mas ainda assim, os 5 herdeiros levam o título de “Khun
Chai” (Nobres Cavalheiros), porque o primeiro casamento foi com uma Lady.
Por honra, às vezes, são chamados de “Príncipes”, pelo fato
de o pai ter sido um príncipe. De outro lado, as primas, herdeiras da família
Taewaprom levam o título de Mom Luang (Honoráveis), últimos descendentes da
Família Real
Características
Avó Aiet – Avó dos 5 rapazes, responsável e figura materna deles. Foi
casada com um príncipe, sendo a de linhagem mais próxima da Família Real Tailandesa.
Amorosa e ponta firme, criou seus netos para serem pessoas virtuosas e que
cumprem a palavra. Apesar de querer que a promessa seja cumprida, torce pela
felicidade dos rapazes e deseja que se casem por amor, sem se importar com a
classe social.
Avó Oon – Irmã mais nova da avó Aiet e tia-avó dos meninos, mas que a chamam de
“avó”, por ter ajudado a criá-los. Possui um caráter mais preconceituoso e
detesta pobre, por ter sofrido uma desilusão amorosa no passado, na qual o
homem que gostava preferiu uma mulher de classe mais baixa. Por isso também que
a avó Oon acha que toda pobre é uma interesseira e não aprova o relacionamento
dos sobrinhos-netos com mulheres pobres ou de classe média baixa.
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(Da esquerda para a direita) Khun Chai Pee, Pat, Yai, Lek e Ruj
Os cavalheiros Jutathep: Cada um possui um nome e um apelido, geralmente a
última sílaba do nome.
Khun Chai Taratorn / Yai (Warintorn Panhakarn): É o irmão primogênito, sendo um
arqueólogo muito renomado e que também trabalhou por um período como professor
de história. Sente-se responsável por cuidar dos demais, já que é o mais velho.
É filho do primeiro casamento de seu pai, com uma Lady tailandesa. Referido
como “P’Chai Yai”
Khun Chai Pawornruj / Ruj (Pope Thanawat Wattanaputi): É filho de uma empregada, sendo esta
a razão de certo desprezo por parte da avó Oon, mas, assim mesmo, Ruj sabe que
a Avó Oon o ama tanto quanto os demais, e não desconta nenhum sentimento ruim
nela. Apesar de ser o segundo filho, é o mais carinhoso, dengoso e preocupado
em cuidar dos outros ao redor, motivo pelo qual sua mãe o apelidou de
“Cavalheiro da Cozinha”, porque quem está na cozinha sempre cuida da família, e
ele cuidaria de todo mundo, por ser muito generoso e ter um coração nobre. A
profissão que seguiu é de Diplomata, possuindo um cargo de alto escalão oficial
do governo
Khun Chai Puttipat / Pat (James Jirayu): Médico da família, introvertido e
racional, e que por isso, é o que mais possui dificuldade de lidar com
sentimentos, porém de outro ângulo é o que melhor resolve os problemas com
prudência e razoabilidade. Desta forma, muitas vezes, é um grande conselheiro
aos seus irmãos. É filho da terceira esposa de seu pai, uma Princesa chinesa. Será
a estrela principal desta resenha
Khun Chai Rachanon / Lek (Bomb Tanin): Engenheiro Florestal, é também filho
da Princesa Chinesa. Possui uma personalidade brincalhona e torce para que seus
irmãos mais velhos cumpram a promessa, para que ele não precise casar com uma
das primas.
Khun Chai Ronapee / Pee (James Ma): Aviador, piloto oficial do
governo, é do tipo “espertinho”, é o único que consegue dobrar a Avó Oon e
fazê-la mudar de ideia, e às vezes até enrola ambas as avós, ou muda de
assunto. Entretanto, possui um lado fraternal bastante sensível e se preocupa
com quem ama.
Khun Taewaprom (Moo Dilok Thongwattana): Por sua linhagem, ele recebe o título de “Khun Chai”
(Nobre Cavalheiro). É primo do pai dos protagonistas, e o principal vilão da série,
que incentiva a todo custo suas filhas a fazerem de tudo para casar com os
Jutathep. Tem predileção por Marathree e Wilairampa / Rampa, suas duas filhas
mais novas, que são maliciosas como ele. Enxerga o casamento de Katesara apenas
como uma forma de sustento da família, ao mesmo tempo em que sabe que não pode
depender somente dela, e começa a chamar atenção de Marathree, para que ela
ajude financeiramente, tanto com o salário quanto com o casamento.
Katesara Taewaprom / Kate (Mint Nutwara Vongvasana): Casa-se na primeira temporada /
lakorn e a família começa a aproveitar do prestígio que o casamento trouxe e
usam o fato de ela ser mais velha para sustentar as outras duas irmãs,
principalmente a caçula, que é estudante. Zelosa com todos que necessitam de
ajuda, incluindo a protagonista do terceiro lakorn, que será o assunto desta
resenha, mais adiante.
Marathree Taewaprom (Noey Chotika Wongwilas): É vaidosa e inescrupulosa,
e enche a boca para falar que é um Mom Luang, bem do tipo: “me respeite porque
eu sou nobre”, ou “eu sou nobre, então sou top” – não com estas palavras, mas
com esta ideia. É a principal vilã do terceiro lakorn, e a prometida de Chai
Pat, pois trabalham no mesmo hospital e seguiram a mesma área de atuação; ele
como médico e ela, como enfermeira.
Faz seus planos infalíveis (que sempre falham) e
influencia sua irmã menor a seguir o mau caminho.
Wilairampa Taewaprom (Esther Supreeleela): É a caçulinha malvada e
co-antagonista, exibida, cabeça fraca e muito influenciada por Marathree, e ao
longo da série se mostrou tão ruim e sem escrúpulos quanto ela. Tem um final
merecido pelo crime que cometeu, no último lakorn deste seriado.
Resenha principal: Khun Chai Puttipat
O terceiro lakorn protagoniza Pat que, por ter uma carga
horária extensa no hospital e ser tímido, possui pouco tempo para se divertir,
descontrair e passear, até que Pee (que adora uma festa), o convence a sair de
casa para prestigiar um concurso de misses, as mulheres mais lindas da
Tailândia! No início, Pat acha este tipo de coisa uma bobeira – só vai ver
mulher quem não tem nada para fazer – e as moças que estavam ali só o faziam
por dinheiro.
Acontece que uma das modelos era Krongkaew / Kaew (Bella Vanita),
que lhe chamou atenção. A intenção da protagonista era ganhar a recompensa para
pagar a cirurgia do pai dela, uma causa nobre, diferentemente das outras
concorrentes que estavam lá para demonstrar sua beleza. A partir da premissa
levantada com a personagem, podemos aprender neste lakorn, a importante lição
de não generalizar / estereotipar um grupo e nem julgar uma pessoa apenas por
uma primeira impressão, pois nunca sabemos os reais motivos por trás da atitude
de alguém, podendo haver algo bem mais grave do que realmente parece.
A primeira inteiração direita entre o casal principal
acontece no hospital, após Kaew cair propositalmente do palco e machucar a
perna, para não ter que voltar à casa da família de Tan Pinit, que lhe ajudou a
se preparar para o concurso, pois o homem tinha intenções maliciosas com ela.
Depois de um dia, ela melhora da perna, mas Pat percebe que
toda vez ela faz algum escândalo ou reclama de algo de propósito, como se
quisesse continuar internada, e acha aquilo muito estranho! Quando ela recebe
uma ligação do pai dela, pede a alta a qualquer custo, e sem dinheiro para
voltar à sua cidade natal, Puttipat lhe concede uma carona.
A partir disso, o médico começa a pensar nela de outra
maneira, percebendo a quão caridosa ela é como filha, passando a se preocupar
com ela, até perceber aos pouquinhos que ele detém um carinho especial por
Kaew, daquela sensação de sempre querer proteger a pessoa amada. Em
contrapartida, nota que, mesmo com todas as investidas de Marathree e ainda que
ela seja charmosa (os batons vermelhos nem escondem que ela quer chamar
atenção), e de todas as tentativas de aproximação falhadas dentro e fora do
trabalho, Pat não sente nada por ela.
Isso frustra Marathree, e causa a ira de seu pai, que pensa
que a filha não está se esforçando o suficiente para conquistar o futuro marido
e o status que ambos desejam à família, mas, na realidade, a garota está
fazendo ainda mais do que deve, porque insiste tanto que chega a deixar
Puttipat irritado com determinadas ações e palavras vindas dela, além de que
ele não dá a mínima bola para ela! (Está certo, Pat)
Os irmãos de Pat lhe dão todo o apoio para que ele se case
com quem ama, e “corra atrás” deste amor, se arriscando sem medo e confessando
seus sentimentos a Kaew --- até porque, nenhum deles quer se casar com nenhuma
das primas ---
O clímax da história se dá com os conflitos com a Avó Oon que
não aprova de antemão o casamento do sobrinho-neto com uma pobre e “que mostra
as pernas”. O protagonista entendeu perfeitamente o ponto de vista de sua
tia-avó, no entanto, pela primeira vez em sua vida, ele a contraria e expõe
seus sentimentos por Kaew.
A mocinha, por sua vez, reage mal, e nega todas as tentativas
de pedido de casamento por parte de seu amado, alegando serem de classes
sociais diferentes. Em minha opinião, colocaram muitas cenas parecidas com o
mesmo argumento por parte dela, sendo este o único ponto negativo que vejo em
relação ao enredo de forma geral, mas não prejudica a obra em si, e esta é uma
das minhas histórias favoritas, que recomendaria para todos assistirem, devido
à delicadeza e característica singela que possui, através do envolvimento dos
protagonistas, o pano de fundo de cada um e as mensagens que podemos extrair.
No final, Kaew se mostra bem mais capaz, valorosa e virtuosa
do que apenas a fútil garota que se imaginou que seria! Fica a dica: ame
primeiro, conheça primeiro e julgue depois. Com certeza, você terá a
oportunidade de conhecer alguém brilhante em todos os sentidos.
A protagonista também nos ensina que o que realmente importa
é o que se aprende com a família, mostrar o que se sabe fazer na prática, no
dia-a-dia, aplicando os aprendizados, e que não precisamos de muito para ser
feliz. A vida simples é tão valiosa quanto aquela em um majestoso palácio!
Espero que quem assista, possa aproveitar tanto quanto eu, se
emocionar e se colocar no lugar dos personagens, sabendo que cada um tem e faz
seu próprio destino, e colhe o que planta. As pessoas podem tentar ir contra
todas as probabilidades, menos da justiça sagrada!
Conclusões finais
A série Khun Chai como um todo possui valores a serem
transmitidos ao telespectador, e todos trazem a importância da família na vida
de alguém, mas, neste, especificamente podemos refletir sobre a como é
essencial nos atentarmos a priorizar o caráter das pessoas em primeiro lugar,
independente de status social ou profissão; Kaew e Marathree são dois retratos deste
quesito, muito bem explícitos em diversos momentos ao longo do enredo. “Ser” é
bem importante que “ter”! <3 E as benções vêm àqueles que são dignos de recebê-las.
Informações da série:
Título: Khun Chai: Os cavalheiros Jutathep
Número de temporadas: 5
Número de episódios por temporada: 10 em média, com 1h50 cada
episódio
Ano: 2013
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